Dilma sobre elogio a Aécio: "Eu era generosa, muito generosa"
Rocha Lobo/20.10.2014/Futura Press/Estadão ConteúdoDepois que a campanha do candidato Aécio Neves (PSDB) usou uma declaração de Dilma Rousseff (PT) na campanha eleitoral, em que a presidente elogia o então governador de Minas Gerais, a candidata à reeleição disse nesta segunda-feira (20) que “era excessivamente generosa”, mas mudou de opinião sobre o tucano após conhece-lo.
— Eu era generosa, muito generosa. Eu diria excessivamente generosa, mas eu fiquei bastante crítica porque a gente conhece as pessoas, acaba conhecendo. Infelizmente.
A campanha tucana usa uma entrevista de Dilma Rousseff à rádio mineira Itatiaia, de abril de 2009, em que ela afirma: “Então, primeiro, eu respeito demais o governador. Acho que ele faz um excelente governo em Minas, reconhecido pelos mineiros, né?”.
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Dilma também falou sobre o debate da TV Record do último domingo (19), o qual classificou como um "debate de qualidade" e enfatizou que foi um encontro para discutir ideias.
— Como qualquer debate, foi um debate de nível. Não houve agressão, foi um debate de qualidade. Como qualquer debate de qualidade, acho que serviu para esclarecer mais a população. Considero esse um debate que garantiu uma qualidade que é necessária quando se trata de candidatos à Presidência da República. Você tem de ter postura, tem de cuidar do que se fala em termos de acusações, em termos de adjetivos.
Denúncias da Petrobras
Dilma voltou a falar sobre as investigações das denúncias da Petrobras e reafirmou que a importância da delação premiada, acordo que o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef concordaram fazer. Dilma reforçou que acredita que houve indícios na estatal.
— Acho que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Supremo acham é que houve desvio. Tanto é que pegaram e usaram um recurso que poucas vezes se utiliza: a delação premiada. Você usa a delação premiada quando há o que descobrir. Não sabemos quanto nem quem ou ‘quens’ foi. O que se divulga é vazamento.
A presidente disse que pediu ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal se havia pessoas do governo federal envolvidas com irregularidades, mas não conseguiu a informação porque a investigação está sob sigilo.
— Para que se tomem providências, é necessário que haja informações oficiais. [...] Se foi divulgado que o ex-presidente do PSDB recebeu propina para cancelar uma CPI, se isso é real ou não, não sabemos. [...] Então, é temerário a gente discutir quem e quanto antes que a Justiça, a Polícia e o MP quem está envolvido e quanto.