"O Brasil botava a conta para o trabalhador pagar", criticou Dilma
Eduardo Enomoto/R7Candidata à reeleição pelo PT, a presidente Dilma Rousseff garantiu na noite desta terça-feira (26), durante o primeiro debate ente candidatos à Presidência deste ano, que a inflação está sob controle. Os últimos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) dão conta de que a taxa de inflação acumula 6,49% nos últimos 12 meses — o teto da meta é de 6,5%.
Questionada por um jornalista durante o debate da TV Bandeirantes sobre se pretende manter a política econômica num futuro governo, Dilma preferiu lembrar a forma como, segundo ela, o PSDB lidava com as crises internacionais durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Segundo a presidente, o Brasil tem enfrentado a atual crise econômica melhor do que os tucanos enfrentaram os problemas no passado.
— [Durante o governo FHC,] O Brasil botava a conta para o trabalhador pagar. Desempregava, arrochava salários e aumentava tarifas. Nos recusamos a fazer isso. Mantivemos o nível de emprego e criamos 5 milhões de empregos quando o mundo inteiro desempregava. Mantivemos a inflação sobre controle.
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Segundo Dilma, “o futuro é investir em infraestrutura” e, hoje, “as pessoas têm muito mais oportunidades”. A presidente completou dizendo que atualmente “o filho do trabalhador pode virar doutor”, graças aos benefícios gerados pelo governo do PT, e que “a educação é o nosso caminho para o futuro”.
“Brasil virtual”
Convidado a comentar a resposta de Dilma, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) agradeceu a oportunidade de “confrontar o Brasil virtual com o Brasil real”. Segundo ele, “o sonho de consumo dos brasileiros é morar na propaganda do PT, onde não há desemprego, onde há desenvolvimento”.
Aécio olhou para a câmera para perguntar ao eleitor se hoje ele “compra com o mesmo dinheiro o que comprava há seis meses” e prometeu criar um novo e responsável ciclo de governo que permitirá ao Brasil voltar a crescer.
Em sua tréplica, Dilma destacou programas sociais como o Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família, além de perguntar ao trabalhador brasileiro, a exemplo do que fez Aécio, se hoje não há mais empregos e mais “comida na mesa do trabalhador” do que havia antigamente.
Gerentes
A presidente Dilma também trocou farpas com a ex-senadora Marina Silva (PSB) no segundo bloco do debate da TV Bandeirantes. Questionada por um jornalista sobre ter dito que o Brasil não precisa de uma gerente na Presidência, Marina criticou o “campeonato de gerência” que teria surgido, durante as eleições de 2010, entre os então candidatos à Presidência Dilma Rousseff e José Serra (PSDB), hoje candidato ao Senado.
Segundo a candidata do PSB, “as conquistas dos últimos 20 anos não vêm dessa ideia de substituir quem tem visão estratégica” por alguém de perfil executor. Marina disse que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso não são gerentes e que o mais importante para um presidente é ter credibilidade.
Diante da explanação de Marina, Dilma lembrou que o Brasil é governado em presidencialismo e que, diferente do parlamentarismo, no qual o presidente não tem papel executor, quem governa o País deve “resolver os problemas de estradas, de rodovias”, entre outros.