Dilma e Aécio se enfrentaram em debate na última terça-feira
Montagem/R7O TCE (Tribunal de Contas da União) de Minas Gerais culpou o grande número de acessos pela queda do site do órgão entre a noite de terça-feira (14) e a madrugada de quarta-feira (15), após o debate entre os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), na TV Bandeirantes.
A petista criticou Aécio por não cumprir o investimento mínimo de 12% da receita estadual na saúde, conforme determinado na Constituição.
— Quando o governo de Minas foi dirigido pelo senhor, vocês [governos tucanos] não cumpriram o que manda a Constituição, que é destinar o mínimo para a Saúde. Desviaram em torno de R$ 7,6 bilhões. É o que diz o Tribunal de Contas do Estado.
No debate, Dilma informou que os dados estavam disponíveis no site do TCE. Já na noite de terça o site caiu e ficou fora do ar até a tarde desta quarta-feira (15).
Em nota, o tribunal afirmou que recebe, em média, 2.500 acessos por dia. Entre 22h de terça e 13h de quarta, conforme o TCE, foram 53.491 acessos, que fizeram a página ficar "instável" e não "indisponível".
E as contas?
Ainda por meio de nota, o órgão esclareceu que as contas referentes aos anos de 2003 a 2010, da gestão de Aécio em Minas Gerais, “tiveram pareceres pela aprovação por unanimidade” e que foram cumpridos os índices constitucionais de saúde. Entretanto, o Ministério Público entrou com uma ação contra o tucano por ter incluído na verba de saúde, investimentos de R$ 3,3 bilhões em saneamento básico realizados pela Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).
Já em relação ao investimento constitucional em saúde citado por Dilma, um TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) foi firmado em 2012, durante o governo de Antonio Anastasia (PSBD), permitindo investimentos abaixo do determinado por lei.
Presidente do TCE é mulher de réu do "mensalão mineiro"
A atual presidente do TCE de Minas, Adriene Barbosa de Faria Andrade, indicada por Aécio Neves, é mulher do ex-senador Clésio Andrade (PSDB), vice-governador durante o primeiro mandato do tucano no governo do Estado.
Clésio é réu na ação penal que investiga o desvio de verbas públicas em Minas Gerais para o caixa de campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição do governo estadual em 1998, o chamado mensalão mineiro. Andrade era candidato a vice-governador na chapa de Azeredo.
No mês passado, ele foi investigado em uma operação que apura a atuação de um grupo que desvia dinheiro do Sest (Serviço Social do Transporte) e do Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte).