Especialista diz que "quem apostou na fragilidade de Marina perdeu"
Eduardo Enomoto/R7A candidata do PSB, Marina Silva, alçada à cabeça de chapa após a morte do ex-governador Eduardo Campos, em acidente aéreo em Santos, surpreendeu no primeiro debate entre os presidenciáveis, promovido na noite deste terça-feira (26), pela TV Bandeirantes.
Chamou atenção por sua postura mais incisiva, por não fugir das perguntas e conseguir atacar os adversários do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, Aécio Neves, sem se mostrar agressiva.
A avaliação foi feita pelo especialista em pesquisa eleitoral e marketing político Sidney Kuntz.
— Quem apostou na fragilidade de Marina Silva perdeu, ela mostrou que está preparada para este embate eleitoral.
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Na sua avaliação, outro bom desempenho no debate da Band foi o do candidato do PSDB, Aécio Neves. Para Kuntz, o tucano, que participou de seu primeiro debate em uma disputa eleitoral, mostrou segurança, não fugiu das perguntas e conseguiu falar das propostas que vem defendendo neste pleito.
Além disso, seguiu na linha de criticar a adversária petista e levantar questionamentos sobre a nova concorrente Marina Silva, que o desbancou do segundo lugar na pesquisa de intenção de voto do Ibope, divulgada na tarde desta terça-feira.
Para o especialista, dos três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas (Dilma, Marina e Aécio), quem mais perdeu no debate da Band foi a petista Dilma Rousseff.
No seu entender, a presidente demonstrou nervosismo e pareceu não estar muito à vontade, não olhou diretamente para a câmera (telespectador), talvez pelo fato de ter sido o alvo preferencial dos concorrentes.
Tanto que ela nem explorou a boa popularidade de seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citando-o apenas uma única vez, nas considerações finais do debate.
Até mesmo Marina Silva, destaca Kuntz, falou dos bons projetos realizados na gestão de Lula e do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso.
— Ao citar os dois ex-presidentes, Marina reforçou sua tese de que, se eleita, não irá fechar portas para ninguém e irá governar com as melhores cabeças, independentemente de partidos.
Segundo o analista, a candidata do PSB mostrou também, "na medida certa", sua dor pela perda do companheiro de chapa Eduardo Campos e garantiu que irá respeitar os acordos que firmou com ele.
— Outro ponto positivo para Marina foi quando ela disse que não é contra o agronegócio.