Candidato à reeleição e atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) sorriu antes de responder a uma questão sobre o paradeiro de Amarildo – morador da favela da Rocinha desaparecido há mais de um ano - durante o debate realizado pela Rede Globo nesta terça-feira (30), no Projac (Central Globo de Produção), na zona oeste do Rio de Janeiro. O candidato Tarcísio Motta (Psol) classificou como desrespeitosa a postura do atual governador ao falar sobre o pedreiro.
— Foi constrangedor o ar de riso nos lábios do governador Pezão. Riu sobre o caso Amarildo... Foi um desrespeito ele rir e responder com um ar de riso a minha indagação sobre essa história. Existem muitos Amarildos por aí. É em nome deles que eu repito a pergunta, e ele têm que responder: ‘Onde está o Amarildo’?
Em sua tréplica, Pezão afirmou que não teve a intenção de ofender a memória de Amarildo e disse que seu governo “cortou na própria carne” para elucidar o caso.
— De maneira nenhuma eu quis ofender a memória do Amarildo. A plateia riu da forma que o Tarcísio se expressou e eu também. Eu sei como esse assunto é sério e o nosso governo cortou na própria carne para não termos mais Amarildos.
Em alta nas pesquisas, Luiz Fernando Pezão virou alvo principal dos candidatos à sucessão no Rio de Janeiro e que participaram do debate desta terça-feira - Lindbergh Farias (PT), Marcelo Crivella (PRB), Tarcísio Motta (PSOL) e Anthony Garotinho (PR). Crivella, que aparece na mais recente pesquisa Datafolha em terceiro lugar com 17% das intenções de voto, criticou o adversário e chegou a chama-lo de “Cabrão”.
— O povo foi às ruas no ano passado e verificou que havia uma máfia no governo e acusou o governador, (gritou) fora Cabral. Por incrível que pareça, Cabral deve estar rindo agora em casa, porque seu candidato é o primeiro nas pesquisas. O Pezão é o Cabrão (fez uma referência ao ex-governador Sergio Cabral).
Garotinho criticou os incentivos fiscais que motéis, casas de massagem e hotéis de luxo receberam do governo do Estado.
— A Termas Aeroporto recebeu incentivo e até o hotel Fasano recebeu isenções fiscais. Vou acabar com isso no meu primeiro dia de governo. Todos esses incentivos fiscais imorais serão revogados no meu governo.
Garotinho afirmou que o atual governo comandado pelo PMDB superfaturou as passagens intermunicipais. Lindberg concordou com o candidato do PR e ainda defendeu uma fiscalização da Agetransp (Agência Reguladora dos Transportes do Rio de Janeiro).
— O que acontece na propaganda do Pezão está fora da realidade. Basta conversar com um idoso que não consegue pegar um ônibus. A Agetransp não fiscaliza nada, até tesoureiro do PMDB foi indicado para essa agencia. Precisamos de pessoas com isenção para defender as pessoas e não as empresas.
Contas de campanha
Tarcísio afirmou que Pezão, além de esconder Cabral, o candidato estava escondendo os doadores da sua campanha. E brincou com o penteado que usa.
— Eu tenho rabo de cavalo, mas é ele (Pezão) tem o rabo preso.
Pezão se defendeu.
— Nunca tive problemas com minha prestação de contas.
Milícias
Ao longo do debate, Crivella e Tarcísio foram os que mais partiram para o ataque. O candidato do PSOL não poupou Anthony Garotinho e disse que as milícias "nasceram" no governo do candidato do PR, "cresceram" no governo de Rosinha e de "seus pupilos", referindo-se a Cabral e a Pezão. Garotinho reagiu:
— Nunca fui conivente e não nasceu (milícia) no meu governo, já existia. Mas ganharam poder e prestígio no governo Cabral/Pezão. (Se eleito) o que vou fazer? Agir dentro da lei, o governo não será conivente.
Após escutar tal afirmativa de Garotinho, Tarcísio, em sua tréplica, chamou-o de mentiroso.
— O mentiroso profissional é o que acredita na própria mentira. Você, Cabral e Pezão são iguais.
Repúdio à declarações homofóbicas em debate presidencial
Tarcísio ainda fez uma ressalva sobre as declarações homofóbicas de Levi Fidelix (PRTB) durante o debate presidencial da Rede Record, realizado no último domingo (28).
— Quero deixar claro que eu e o meu partido repudiamos qualquer tido de discriminação e somos a favor da criminalização da homofobia.
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