Os candidatos ao governo do Rio Marcelo Crivella (PRB) e Luiz Fernando Pezão (PMDB) trocaram provocações no último debate do segundo turno, realizado na noite desta quinta-feira (23) pela TV Globo. Durante três blocos, os postulantes abordaram questões sobre segurança pública, transportes e falta de saneamento em diversas regiões do Estado.
Pezão disse que o governo atual aumentou investimentos de R$ 2 bilhões para R$ 9 bilhões e que “libertou” 450 mil moradores de comunidades após a instalação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Crivella disse que reconhece a importância dessas unidades, mas destacou que muitas UPPs foram erguidas por interesses políticos e sem planejamento.
— Faltou inteligência (na implantação das UPPs), a Polícia Civil devia entrar antes. Depois de instalada, temos que levar para essas localidades saúde, educação e uma das minhas propostas que é a Zona Franca Social (projeto que fomenta iniciativas de microempreendedores).
O candidato do PRB ainda afirmou que não há como combater a corrupção na PM se a cúpula do governo se envolve em escândalos, como o caso dos guardanapos na cabeça em Paris.
— Governante tem que se dar o respeito, e não ficar dançando boquinha da garrafa com guardanapo na cabeça.
Saúde e transportes
Saúde foi um dos temas levantados por Pezão, que garantiu continuidade à atual política de assistência básica com a instalação de Clínicas da Família no Estado. Crivella disse que vai reorganizar a saúde, já que, segundo ele, há uma fila de 20 mil pessoas que aguardam por cirurgia. O candidato do PRB disse que não vai fechar hospitais e prometeu criar um plano de cargos e salários para os profissionais da saúde.
Crivella disse que a saúde começa com água tratada e criticou o último investimento do Estado na área, de R$ 390 milhões para saneamento. Ele comparou o valor aos R$ 309 milhões investidos em ações de promoção do atual governo. Pezão se defendeu e disse que investiu mais de R$ 6 bilhões na Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) e prometeu levar água para a Baixada Fluminense.
Sobre transportes, Crivella criticou o fato de Pezão dar grandes subsídios às empresas de ônibus. Segundo ele, o Bilhete Único tem que ser controlado diretamente pelo Estado. Atualmente quem é responsável por isso no Rio é a Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro).
Pezão afirmou que irá reformar 19 estações de trem e renovar toda a frota de trens da Supervia. Crivella alegou que não adianta o governador fazer promessas, quando deveria falar sobre o que deixou de fazer.
Nas considerações finais, o soar de um alarme fora de hora atrapalhou a fala de Crivella que teve seu tempo interrompido devido à falha técnica. No meio da fala de Pezão, o alarme voltou a tocar. A mediadora do debate minimizou o problema.
Ao encerrar o encontro, Crivella disse que o Rio precisa de uma mudança urgente, já que o partido de Pezão está no cargo há muito tempo. Pezão afirmou que pretende continuar seu trabalho e que vai entregar obras para a população.