Por volta das 12h desta quarta-feira (20), o candidato do PMDB ao governo do Estado, Paulo Skaf, chegou à feira livre de Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Animado com o bom tempo - sol e céu azul - iniciou uma vigorosa caminhada na feira, que não foi encurtada nem mesmo por causa do atraso dele, de uma hora.
Sem pressa, Skaf parava em diversas barracas para conversar com feirantes. Perguntava sobre as vendas, a estabilidade dos preços e sobre a falta de água na região. "Está atrapalhando aí o serviço?", questionou a uma vendedora. Ela respondeu que "até agora não", mas revelou que está "com medo de faltar".
Durante a visita a cidades da região de Bragança, o candidato fez diversas críticas à atual gestão do governo do Estado e disse que São Paulo precisa de "garra". Em sua estreia no horário eleitoral gratuito, nesta quarta-feira, Skaf classificou Alckmin como "simpático" e "educado", mas disse, nesta tarde, que só isso não é suficiente.
— São Paulo precisa mais do que só ser simpático e educado. São Paulo precisa de garra, São Paulo precisa de vontade para enfrentar os problemas e resolvê-los.
Apesar de saber que o atual governador lidera as pesquisas à reeleição, Skaf parece tranquilo e confiante para enfrentar Alckmin. Em um de seus vídeos de campanha que também foi ao ar nesta semana, um boxeador é colocado em evidência e as lutas que Skaf venceu em sua carreira são elencadas. O empresário deixou claro que está disposto a subir nesse ringue pelo governo do Estado.
— Eu sou bom de boas brigas. De brigas que sejam do interesse do Estado de São Paulo, vou comprar todas elas.
Além disso, o candidato destacou também que tem visto, em suas visitas, os problemas que existem no Estado.
— Em todas as regiões você sente os mesmos problemas que é uma ausência total de segurança pública. As pessoas se sentem inseguras. Uma falta de qualidade nas escolas públicas do Estado, falta de qualidade em serviço de saúde pública, falta de qualidade no transporte público. Aqui, por exemplo, não tem nenhuma ligação com trem, com metrô, com nenhum transporte sobre trilhos. Os problemas se repetem.
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Feira livre
Seguido por ao menos dez mulheres que seguravam bandeiras da campanha, candidatos a deputados e políticos locais também acompanhavam o candidato. Após 15 minutos de caminhada na feira, Skaf comeu uma banana oferecida por um dos feirantes. Ao terminar, de saída da barraca, parecia satisfeito. "Estava boa mesmo essa banana", disse.
O empresário parou, também, em diversas barracas de pastel e chegou a sentar em uma delas para tomar uma garapa. Conversou com algumas pessoas que almoçavam no local e sacou a carteira para pagar a conta, mas foi informado por alguém de sua campanha que "já estava pago". Seguiu caminhada parando para selfies, apertos de mãos e mais conversas.
Ao fim da caminhada na feira, Skaf realizou uma rápida visita à unidade do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) que está em obras na região. Presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), do Sesi (Serviço Social da Indústria) e do Senai, o candidato tem realizado muitas aparições públicas nas duas últimas entidades e já disse que quer levar os dois modelos para o ensino público de SP.
O empresário andou pelas instalações, já quase prontas. Orgulhoso, disse que "deu para matar a saudade" e alfinetou mais uma vez o governo atual. Ao fundo da ampla e moderna construção do Senai, é possível ver uma unidade de uma Fatec (Faculdade de Tecnologia). Com construção horizontal e fechada com o que aparentava serem grades vermelhas, Skaf provocou.
— Está muito fechada essa Fatec. O governador tem que fazer algo mais aberto. E está muito vermelha, muito petista — disse aos risos.
Após passar por Bragança, o candidato realizou carreata e caminhada em Atibaia e Nazaré Paulista. O dia ainda prometia ida a Piracaia e Mairiporã.
Olfato e paladar
Após caminhada realizada na feira de Bragança, o candidato foi questionado sobre os alimentos que provou e viu na feira, mas respondeu com um sorriso sobre um legume em específico: o chuchu — forma como Alckmin é conhecido por adversários políticos.
— Sabe que eu não observei o chuchu [na feira]. Não observei.
Mais tarde, já em Atibaia, Skaf visitou o mercado municipal da cidade e voltou a falar sobre seu comprometimento com São Paulo destacando, desta vez, um outro sentido.
— Como governador eu vou estar presente em tudo, de peito aberto. Meu estilo é pôr a cara em tudo, pôr o nariz em tudo. Como tenho o nariz avantajado, tenho nariz para pôr em tudo. Esse narigão vai cheirar tudo.