O candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad
Edu Garcia/R7 - 05.08.2022Candidato ao governo de São Paulo, o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) deixou a prefeitura no final de 2016 sem concluir totalmente o objetivo de ampliar o acesso e aperfeiçoar a qualidade das ações e serviços de saúde da cidade, que foi definido como uma das prioridades da gestão à época. Das sete metas elencadas pelo governo dele para a área, só uma foi 100% finalizada.
Haddad se comprometeu, por exemplo, a implantar 30 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), mas entregou apenas seis. Ao fim do mandato, ele disse que não foi possível concluir todas "em virtude do cenário de restrição orçamentária" e também alegou que 10 CAPS tiveram o horário de atendimento ampliado para 24 horas.
O ex-prefeito também tinha prometido obter terrenos, projetar, licitar, licenciar, garantir a fonte de financiamento e construir três novos hospitais, ampliando em pelo menos 750 o número de leitos do sistema municipal de saúde. Contudo, o petista entregou 271 leitos durante o seu mandato e 500 foram disponibilizados apenas em 2017, quando Haddad não era mais prefeito.
Outra proposta do ex-prefeito era recuperar e adequar 16 hospitais municipais, mas apenas nove foram concluídos. Segundo Haddad, “os demais não foram recuperados por falta de recursos e dificuldades de execução”.
O petista ainda garantiu que instalaria 43 novas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), mas só entregou 16. “Para cumprimento da meta houve dificuldades nas etapas preliminares à obra, como a obtenção do terreno e a elaboração de projeto básico. Também houve durante esse período cenário de restrição orçamentária”, justificou.
Haddad ainda afirmou que reformaria e melhorar 20 prontos socorros, utilizando o modelo conceitual da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e implantar cinco novas UPAs. Contudo, o petista finalizou as obras de 12 prontos socorros e entregou três UPAs.
Além disso, ele desenvolveria um processo de inclusão do módulo do prontuário eletrônico do paciente na rede municipal de saúde, mas só finalizou a elaboração da arquitetura do sistema e codificação, bem como aprovou os protótipos e projeto piloto. “A meta não foi concluída devido ao desafio de implementar a tecnologia em toda a rede municipal de saúde”, explicou Haddad à época.
A única meta totalmente alcançada foi a de instalar 32 unidades da Rede Hora Certa, distribuídas em cada uma das subprefeituras da capital — Haddad entregou 35.
As promessas de Haddad à saúde foram detalhadas no Programa de Metas, uma exigência da Lei Orgânica da cidade de São Paulo desde 2008. Naquele ano, a Câmara Municipal foi pressionada a aprovar a obrigatoriedade de um programa de metas, que deve ser elaborado pela nova gestão prevendo as ações a serem desenvolvidas ao longo de quatro anos. Desde então, todo prefeito eleito precisa apresentar em até 90 dias um programa com as prioridades do governo, indicadores e metas para cada setor.
O R7 pediu uma manifestação do candidato sobre os planos não cumpridos, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.