O presidente da Argentina, Alberto Fernández, foi eleito em 2019 e usou, em campanha, o discurso de que baixaria o preço da carne bovina para que a população local pudesse fazer mais churrascos, assim como tem prometido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso vença as eleições deste ano. Contudo, com Fernández no poder, a Argentina chegou ao menor consumo de carne bovina em 100 anos.
Em junho, relatório da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) mostrou que, em 2021, a média de consumo de carne bovina foi de 47,8 quilos por habitante por ano. De acordo com o documento, a única vez em que a Argentina atingiu um menor índice foi em 1920, quando o consumo nacional despencou a 46,9 quilos por habitante por ano.
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Uma das propagandas de Fernández e da vice dele, Cristina Kirchner, em 2019 mostrava um homem em frente a uma churrasqueira desativada e cheia de entulhos. Na peça publicitária, um locutor começa a exaltar o passado e a dizer que, antes, os argentinos podiam fazer churrascos e rir com amigos.
“Temos milhares de problemas todos os dias. Mas, bom, chegava o fim de semana e alguém dizia: ‘Ei, sai um churrasco?’. A verdade é que começamos a perder essas coisas, e eu não estou falando de comida. Fazer um churrasco era algo mais, era convidar seus amigos, rir um pouco. Para que trabalhamos, afinal? O bom é que, em pouco tempo, tudo isso vai melhorar”, dizia o texto lido.
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No entanto, a carne na Argentina ficou mais cara assim que Fernández se tornou presidente. Segundo o Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina, a costela, por exemplo, que custava 290,47 pesos em dezembro de 2019, subiu para 1.113,06 pesos no mês passado (alta de 283%). O mesmo aconteceu com a alcatra, que passou de 352,13 pesos para 1.275,81 pesos (reajuste de 262%).
Desde o início da campanha eleitoral deste ano, Lula tem afirmado que vai reduzir o preço da carne no país se for eleito. Segundo ele, "o povo tem que voltar a comer um churrasquinho, a comer uma picanha e tomar uma cervejinha".
"O povo que está assistindo ao teu programa, muitas vezes vai ao açougue, e compra uma picanha achando que é picanha, e não é. É coxão duro! Porque a picanha é uma pecinha assim. Nós vamos voltar a comer picanha. É tudo o que o povo quer. O povo gosta de coisa boa. Aquela parte com gordurazinha passada na farinha, tomar cervejinha gelada, é tudo que o povo quer", disse Lula em entrevista a um canal de televisão aberta antes do primeiro turno.