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Cursar a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, já seria um grande feito para qualquer aluno brasileiro de classe alta, que cresceu rodeado de oportunidades. Imagine então quando a protagonista dessa história de sucesso é uma jovem da periferia de São Paulo (SP), cujo pai e maior incentivador morreu aos 39 anos, tentando se livrar do vício das drogas?Essa poderia ser a melhor perspectiva para contar a história de Tabata Amaral de Pontes, de 23 anos. Mas não é ‘gancho’ que a jovem prefere. Ela sabe que só chegou longe porque apostou seguir pela trilha do conhecimento e soube aproveitar cada oportunidade. “Não basta ter oportunidades, é preciso ser motivado para aproveitá-las e meu pai foi a pessoa que mais me motivou”, revela a jovem, que decidiu estudar fora do país ainda no 7º ano do Ensino Fundamental II, quando sequer falava inglês.
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Ouro em matemática
No 6º ano do Ensino Fundamental II, Tabata começou a dar os primeiros passos rumo à jornada do conhecimento e conquistou a medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. No ano seguinte, veio o ouro e também uma bolsa de estudos para o Colégio Etapa, em São Paulo.Divulgação
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A partir de então, o céu seria o limite para Tabata, que deu um passo ainda maior: estudar fora do país. “Quando mudei de escola, meu mundo aumentou e comecei a sonhar grande. Me encantei com a possibilidade de estudar fora e meu pai realmente acreditou que eu poderia”, lembra a estudante, que foi atrás de uma bolsa de estudos em uma escola de idiomas. A caminhada não foi fácil e nem rápida. Antes de chegar a Harvard, ela representou o Brasil em cinco olimpíadas internacionais de ciências, uma delas na China. Apaixonada por educação, ainda no Colégio, a jovem foi uma das fundadoras do Projeto VOA!, que prepara alunos de escolas públicas para as olimpíadas científicas.
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Em Harvad
Tabata chegou a cursar Física na Universidade de São Paulo (USP) antes de embarcar rumo ao seu grande sonho e se graduar magna cum laude com honras máximas em Governo e Astrofísica de Harvard College. Com a tese intitulada "A política das reformas educacionais em municípios brasileiros", ela recebeu o Prêmio Kenneth Maxwell em estudos brasileiros e o Prêmio Eric Firth para o melhor ensaio sobre o tema de ideais democráticos.Divulgação
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De volta ao Brasil
Mesmo com a oportunidade de construir uma carreira internacional, Tabata decidiu voltar ao seu país e justifica a escolha: “Eu não tinha motivos para ficar lá, aqui sim há muito o que fazer em busca de uma educação de qualidade”, diz a jovem, que está envolvida em um projeto grandioso. “O Mapa Educação luta por um ensino de qualidade para todos os brasileiros”, explica. Com o olhar de quem está acostumada a sonhar grande e, claro, realizar, Tabata renova seus planos: “Meu maior sonho é transformar o Brasil pelo conhecimento”. E para quem saiu da periferia de São Paulo e seguiu uma trilha de sucesso até Harvard, fica a certeza de que esse sonho é grande e possível. Tabata ainda vai muito longe.Divulgação