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O maior campeonato mundial de aviõezinhos de papel começou.
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A cidade de São Paulo foi uma das pistas de decolagem da competição.
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O torneio é divido em três categorias: Maior Distância, Tempo de Voo e Acrobacias.
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Universitários de mais de 60 países participam da disputa.
Red Bull Paper Wings, o maior campeonato mundial de aviõezinhos de papel
Montagem/R7, com Reprodução/Twitter/@gabrielfogueteAté onde um aviãozinho de papel pode chegar? Ou, por quanto tempo ele consegue planar? Nos dias 24 e 25 de março, diversos estudantes se reuniram na quadra poliesportiva da Universidade São Judas Tadeu Mooca, em São Paulo, para "decolar" atrás destas respostas. Aconteciam ali, os primeiros voos da sexta edição do maior campeonato de aviões de papel do planeta, o Red Bull Paper Wings.
Após três anos de hiato, devido à pandemia de Covid-19, o torneio está de volta com mais de 60 países na disputa e o apoio da Paper Aircraft Association — a associação que regula a categoria. O HORA 7 acompanhou uma das classificatórias para a etapa nacional da disputa, que acontece em abril. Na próxima fase, além do título brasileiro, os ganhadores também garantem vaga na decisão mundial.
Presencialmente, o campeonato é dividido com base nas questões que abrem a matéria: Maior Distância e Maior Tempo de Voo. Isso porque a categoria Acrobacias ocorre online, via TikTok — você pode acompanhar o que rolou por meio da #redbullpaperwings.
Os critérios de participação são bem simples: basta ser universitário, bem-informado e curioso, como foi o caso de Douglas Santos, 24, estudante de Educação Física da São Judas e responsável pelo aviãozinho com maior tempo de voo durante a disputa local (5.33s). "Cheguei mais cedo à faculdade, vi o pessoal se preparando e uma colega me chamou para participar", contou.
As incrições são feitas na própria arena de lançamentos, um ambiente fechado, sem vento, ar condicionado ou ventilador. As dobraduras devem ser feitas lá mesmo, em uma única folha A4 padrão fornecida pela organização do evento.
Douglas Santos, ganhador da categoria Maior Tempo de Voo
Reprodução/Twitter/gabrielfogueteÉ na elaboração das aeronaves que reside o primeiro diferencial entre as categorias em jogo. Aqueles que buscam chegar mais longe, apostam em aviõezinhos compridos e estreitos Já os que pretendem ficar mais tempo no ar, utilizam modelos mais compactos e largos. Física pura, que com a ajuda dos (professores) universitários pode ser devidamente esclarecida.
Lorenzo de Lima, 22, é aluno de Arquitetura e Urbanismo da São Judas e conseguiu a melhor marca na categoria "Distância", ao fazer a aeronave dele pousar 27,4 m depois do ponto de partida. Conquista atribuída por ele à forma como arremessou a aeronave de papel.
"Percebi bastante gente que não treinou e tentou colocar força, daí o aviãozinho caia reto", observou o estudante. "Eu miro em um ponto alto, distante, sem força e com jeito."
No entanto, falar de "jeito" aqui também é falar de ciência, conforme explicou o professor Anderson Costa, coordenador dos cursos de engenharia da São Judas. "A ideia de jogar para o alto favorece a distribuição de ar sobre as asas e a tendência de planagem durante a descida", pontuou.
No primeiro lugar do pódio, Lorenzo de Lima, vencedor da categoria Maior Distância
Reprodução/Twitter/@gabrielfogueteO que atende o objetivo de algo lançado para chegar o mais longe possível: "[O modelo usado nessa categoria] parece mais uma flecha do que um avião, justamente para distribuir a carga exercida sobre ele [durante a tragetória aérea] e possibilitar um voo mais longo."
Em contrapartida, quando a prioridade é tempo de permanência no ar, os requisitos para o sucesso são outros. "Aviões menores têm uma tendência de voos mais curtos, além de serem mais leves e terem um consumo menor de combustível", acrescenta Anderson. "São aeronaves que planam, sem exigir tanto do motor, como uma asa-delta." Por isso, os aviõezinhos lançados na categoria em questão costumam ser menores e mais largos.
E se dar asas a uma folha de papel te trouxe boas lembranças, por que não retomar a brincadeira para saber a sua especialidade: tempo ou distância?
A Nasa, por exemplo, disponibiliza um site com uma série de informações e tutorias sobre o assunto. Basta clicar aqui e decolar!
Por falar em aviões, confira abaixo a história do homem que comeu uma aeronave inteira no período de 2 anos. E ela não era feita de papel...