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A estudante Paula Ursu, de 18 anos, está causando controvérsia na faculdade em que estuda. Isso porque ela entrou na Royal Holloway University, em Londres, faz só algumas semanas. A universitária, que cursa o primeiro ano de Direito, diz que vem sendo hostilizada na faculdade por causa das roupas que usa. "O que eu sofro pode muito bem ser chamado de bullying", ela diz
Reprodução (Mirror)
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Os estudantes criticam a garota porque ela gosta de roupas justas, saltos altos, decotes e maquiagem. Ela vem sendo xingada e detonada na web, e até nos corredores da sala de aula
Reprodução (Instagram)
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"Só gosto de me vestir bem. Por isso sou atacada", diz ela, que virou uma espécie de Geisy Arruda na Inglaterra, guardadas as devidas (e grandes) proporções.
Reprodução
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Os vestidos e modelitos de Paula, opinam outros universitários nas redes sociais, nem são tão sexy ou exagerados demais
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"Mas as investidas dos outros alunos e alunas são agressivas. Sinto um ar tenso quando ando pelo campus", revela Paula
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Ocorre que a turma da patrulha que não concorda, na internet e na vida real, com o visual de Paula parece que anda à beira do extremismo
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Você se lembra da polêmica que tornou famosa a paulistana Geisy Arruda, hoje com 26 anos. Em 2009, a aluna, coincidentemente de Direito, foi xingada por um grupo imenso de estudantes na Universidade Bandeirante de São Paulo
Leo Franco/AgNews
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Geisy usava um vestido rosa curto e justo. A polícia apareceu para escoltar Geisy e afastar os alunos mais exaltados. Os vídeos feitos no dia da confusão bombaram e tiveram repercussão no mundo todo. O caso foi parar na Justiça
AgNews
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O caso de Paulo teve destaque nos principais jornais da Inglaterra, mas não há vídeo mostrando o assédio
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"Olham feio pra mim, dão risadinhas, me xingam na internet. Às vezes sou criticada na frente dos colegas", contou ela ao jornal Daily Mail.
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— Tenho amigos na faculdade que provam o quanto sou hostilizada diariamente. Sem contar as postagens e comentários ofensivos contra mim
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— O que eu faço é gostar de me vestir bem. Curto me arrumar para ir à faculdade. Não perco mais que meia hora para fazer isso. Me arrumar é um ritual que me ajuda, inclusive, a me sentir bem, mais confortável
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— Consigo ficar mais concentrada nas aulas quando minha autoestima está melhor
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"Estão me julgando por algo sem a menor relevância. E nem deveriam me julgar assim", desabafa
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Paula conta que, além dos xingamentos e do bullying ("Essa palavra define melhor a situação"), também sofre com o isolamento
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"Tenho poucos amigos. As pessoas no campus me desprezam", lamenta a universitária
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"Tem meninas que nem falam mais comigo", conta Paula, que começou a estudar Direito faz apenas algumas semanas
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Esse vestido vermelho, que aparece na conta dela no Instagram, não é usado para ir às aulas
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"Sei dos limites. Mas pelo jeito as pessoas não gostam nem dos mais discretos", reclama
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"Só porque uso salto alto ou roupa justa não quer dizer que preciso ser julgada", pondera
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"Já me falaram, diretamente, em comentários de redes sociais, ou em piadinhas que ouço direto, que não me visto adequadamente para ir à faculdade", lembra
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Paula, cuja família mora na Turquia, onde ela nasceu, se mudou para Londres apenas para fazer o curso de Direito
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Farta do bullying e dos ataques, a universitária chegou a escrever um artigo no jornal da faculdade, chamado The Tab
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No texto ela escreve que "está cansada de sofrer acusações de que é burra". E explica: "Só porque alguém gosta de se vestir bem não tem inteligência, bagagem, vivência? É muito absurdo e injusto estereotipar as pessoas desse jeito. Trata-se, na verdade, de burrice e grosseria"
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Paula não parece mesmo ser uma mulher que descuida na hora da estudar: ela fala cinco línguas, entrou cedo na faculdade, brilhava com notas altas na escola e se considera feminista
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— Leio muito sobre feminismo. Não quero e nunca serei objeto. Só acho que a beleza ajuda a manter o meu foco
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Ela dá aulas de inglês para refugiados em Londres
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"Me vestir bem, ou pensar que estou mais bonita com as roupas, acessórios e a maquiagem, tudo isso me faz ficar mais confiante", completa
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"Faço isso por mim, não por outra pessoa", ela diz ainda. "Não tenho namorado. Nem consigo ter um porque tenho estudado demais"
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"Não gosto de repetir roupas", conta. "Por isso sempre acabo variando bem o figurino"
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Ela considera "triste que alguém fique imaginando que 'essa pessoa deveria se vestir de outro jeito". "Como alguém pode desejar que o outro fique mais triste? Só porque o padrão que ele tem a respeito de roupas é diferente? Sei que existem códigos de conduta e bom senso. Não estou ultrapassando nenhum limite"
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Paula decidiu escrever um blog sobre o que vem passando na faculdade
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Ela diz ter ficado mais animada porque muita gente escreve pra ela apoiando seu estilo de vida
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"Muitas mulheres me disseram que sou corajosa ao usar essas roupas. Na Inglaterra ou em outros países da Europa, roupas que definem são questionadas. Mas isso não pode descambar para a brutalidade", argumenta
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No texto em que ela defende seu visual, Paula escreve: "Não uso roupas caras. Não tenho nem dinheiro para comprá-las, como ainda tem gente que me acusa"
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— Não tenho perfumes e bolsas de grife. Só as baratas e as que ganhei de presente. Não sou consumista ao extremo, como muitos chegaram a imaginar
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"Só quero ser uma boa pessoa, viver sem atrapalhar ninguém, sem ofender, sem brigar à toa. Isso é crime?", pergunta ela no artigo escrito para a faculdade
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"É simplesmente hipócrita julgar alguém pela aparência", finalioza
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