Pais exumaram cadáver da filha para vendê-la como 'noiva'
Reprodução/Orient TodayOs pais de uma chinesa falecida há mais de 12 anos venderam o cadáver da filha para que ela se casasse com um homem também morto. Segundo o tabloide britânico Daily Mail, o incidente veio à tona durante reportagem do jornal estatal Orient Today sobre essa modalidade de matrimônio, conduzida por moradores do bairro de Huanghua, em Cangzhou.
O corpo de Kang Cuicui foi negociado por um valor equivalente a R$ 62,8 mil. A prática, conhecida como Yin Hun, se baseia em uma tradição milenar do país asiático, na qual familiares garantem aos parentes que morreram solteiros uma companhia ao cruzarem a tênue linha da vida.
Acontece que, de acordo com apuração do Orient Today, Kang não era solteira. Ela se suicidou em 2008, depois de uma discussão com o marido, Li Zhong. Após a tragédia, o víuvo e a família dele gastaram quase R$ 80 mil em uma grande cerimônia fúnebre para a ex-esposa.
No entanto, Li teve uma desagradável surpresa ao visitar o túmulo de Kang no dia 14 de novembro desse ano: tanto o corpo da mulher, quanto os bens sepultados com ela haviam sido roubados. Ele imediatamente acionou a polícia.
Pouco tempo depois, as autoridades chegaram a uma resposta. Os pais de Kang desenterraram a filha e a venderam como "noiva cadáver" para outra família, cujo filho havia morrido em um acidente de automóvel. Ambos foram sepultados durante cerimônia fúnebre-matrimonial realizada em 23 de novembro.
Kang foi vendida como 'noiva cadáver' por valor equivalente a R$ 62,8 mil
Reprodução/Orient TodayEm entrevista à mídia local, a mãe da "noiva cadáver" acusa Li de ter mudado túmulos de familiares dele, sem que o ato incluísse o da filha: "Se não consigo mover o túmulo, tenho que tirá-la de lá", justificou a senhora Cuicui, "não posso deixá-la solitária."
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As autoridades negaram o pedido do ex-marido de Kang para que as investigações prosseguissem. Os motivos não foram revelados.
Cangzhou é uma das raras localidades a preservar esse costume, que praticamente desapareceu na China moderna. Em uma das ruas da cidade é possível encontrar diversas agências que auxiliam moradores a realizar casamentos pós-morte.
A mãe de Kang, ao centro, acusou o ex-marido da filha de deixá-la 'solitária'
Reprodução/Orient TodayO cerimonialista Li Zhenwang revelou que muitos parentes de entes falecidos se desdobram para organizar esses eventos. "Assim que [o cadáver] chega aqui, nós o colocamos em um caixão vermelho, com uma flor vermelha", detalhou.
Além disso, o fato da família que promove essa modalidade matrimonial ser considerada de posição social elevada favorece a continuidade da tradição.
Já uma filha invadiu o necrotério após pai ter sido declarado morto e o encontrou vivo. Confira abaixo!