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Afeganistão anuncia semana com mais baixas em 19 anos de conflito

Os ataques talibãs deixaram 291 mortos e 550 feridos. Esse pico de violência ocorre durante esforços de negociações intra-afegãs entre Cabul e o Talibã

Internacional|Da EFE

Ataque em Mesquita, no Afeganistão, em 12 de junho
Ataque em Mesquita, no Afeganistão, em 12 de junho Ataque em Mesquita, no Afeganistão, em 12 de junho

O governo do Afeganistão anunciou nesta segunda-feira (22) que semana passada foi a mais mortal para suas forças de segurança em 19 anos de conflito, com ataques talibãs que deixaram 291 mortos e 550 feridos, algo negado pelos insurgentes no momento em que as duas partes se preparam para o início do diálogo.

"A semana passada foi a mais mortal nos últimos 19 anos. Os talibãs cometeram 422 ataques em 32 (das 34) províncias; mataram 291 membros das Forças de Segurança do Afeganistão (ANDSF) e feriram 550", disse à Agência Efe, Javid Faisal, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

Além disso, os ataques deixaram 42 civis mortos e 106 feridos, segundo dados do governo.

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Esse pico de violência ocorre no momento em que os esforços para iniciar as negociações intra-afegãs entre Cabul e o Talibã estão bem avançados, pela primeira vez em quase duas décadas de conflito.

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Os dois lados concordam que as negociações serão realizadas no Catar, onde no mês de fevereiro os talibãs chegaram a um acordo com os Estados Unidos, segundo o qual as tropas americanas e seus aliados deixarão o Afeganistão dentro de 14 meses.

"Estamos surpresos. Em vez de ter sido uma semana de paz, na qual (o Talibã) deveria ter trabalhado pela paz; em vez disso, eles não deram nenhum passo em direção à paz, mas aumentaram a guerra a um nível sem precedentes nos últimos 19 anos", criticou Faisal.

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"O compromisso do Talibã de reduzir a violência não faz sentido e suas ações são incompatíveis com a sua retórica da paz", acrescentou, observando que o aumento da violência afetará o processo de paz.

Posicionamentos

Em uma declaração, o Conselho de Segurança Nacional foi mais explícito e enfatizou que "essa tendência (violenta) deve terminar o mais rápido possível (pois) sem reduzir a violência, o trabalho para alcançar a paz enfrentará problemas e será adiado".

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Para os talibãs, "a publicação de tais relatórios pelo inimigo visa prejudicar, criar obstáculos e atrasar o processo de paz", disse à Efe, o porta-voz insurgente, Zabihullah Mujahid, reagindo ao que disse serem relatórios "falsos".

"Eles nunca publicaram o número real de vítimas nos últimos 19 anos, mas agora estão aumentando de 50 para 500 (o número de vítimas) para criar obstáculos. Esse número de ataques não foi realizado na última semana. Houve ataques, mas foram atos defensivos", disse Mujahid.

O porta-voz do Talibã também detalhou que na semana passada ocorreram três confrontos significativos, um na província de Jawzjan (norte), nos quais, segundo ele, 20 membros das forças afegãs morreram; outro no de Kalpisa (nordeste), no qual 17 morreram; outro em Helmand (sul), com 24 vítimas.

Esse novo revés surge quando os talibãs e o governo trabalham para concluir o processo de libertação de prisioneiros - 5 mil talibãs em poder do governo e 1 mil membros das forças de segurança - que recomeçaram a trégua após inúmeras dificuldades.

A polêmica troca de prisioneiros tem sido o principal obstáculo que atrasou o início das negociações internas desde que os insurgentes selaram seu acordo de paz com os EUA.

Até o momento, o governo já libertou mais de 3 mil insurgentes, enquanto o Talibã fez o mesmo com mais de 500 membros das forças de segurança.

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