Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Afinal, a China usa balões para espionar EUA e resto do mundo?

Descoberta de objeto que sobrevoava o espaço aéreo americano sem autorização pôs Pequim em situação diplomática complicada

Internacional|Do R7, com informações da AFP

Agentes americanos recolhem restos do balão chinês abatido
Agentes americanos recolhem restos do balão chinês abatido Agentes americanos recolhem restos do balão chinês abatido

O mês de fevereiro começou com um incidente diplomático delicado entre os Estados Unidos e a China, que vivem nos últimos anos uma escalada de tensões entre os governos de Washington e Pequim.

No último dia 2, o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, informou à imprensa que os EUA haviam detectado um balão espião chinês, mas que não representava risco militar nem físico à população do país. Entretanto, dois dias depois, caças F-22 abateram o objeto.

A China, por sua vez, lamentou a entrada “acidental” de uma “aeronave civil” no espaço aéreo americano. Pequim reforçou que o veículo era usado para fins científicos, em especial meteorológicos, e que parou na América do Norte “devido a uma força maior”.

Entre acusações e justificativas, um fato que não pode ser questionado por Pequim é que o balão de vigilância sobrevoou justamente o estado de Montana, que abriga instalações de mísseis nucleares americanos.

Publicidade

Todo esse imbróglio diplomático fez com que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelasse uma visita programada à China que aconteceria nos dias 5 e 6 de fevereiro.

O encontro era visto como uma oportunidade para que os países avaliassem as tensões criadas nos últimos anos, em especial durante a presidência de Donald Trump e realimentadas com a passagem da ex-presidente da Câmara dos EUA Nancy Pelosi em Taiwan — território reivindicado pela China —, em meados de 2022.

Publicidade

Toma lá, dá cá

A narrativa de espionagem cresceu entre os porta-vozes do governo americano, que afirmaram que balões chineses voaram pelos cinco continentes nos últimos anos.

Vizinha ao Brasil, a Colômbia afirmou ter identificado um balão similar ao interceptado pelos Estados Unidos. O governo brasileiro, por meio da Decea (Departamento de Controle de Espaço Aéreo), informou que não há registro de objetos como esse sobrevoando o território do país.

Publicidade

Nesta segunda-feira (13), foi a vez de a China acusar os EUA de ter invadido o espaço aéreo do país “mais de dez vezes” desde o início de janeiro. Sem dar maiores detalhes, a porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, convidou os jornalistas a pedir a versão americana dos fatos.

Por sua vez, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, foi enfático ao negar a versão chinesa: "Isso não é verdade! Não fizemos isso!".

O balão abatido pelos EUA no dia 4 de fevereiro está sob custódia do FBI, que analisa o objeto. Segundo o Pentágono, o veículo tem o tamanho de três ônibus e pesava mais de 1 tonelada.

Série de abates na América do Norte

FBI recebeu restos de balão chinês para perícia
FBI recebeu restos de balão chinês para perícia FBI recebeu restos de balão chinês para perícia

Ao menos outros três objetos não identificados que voavam numa região de fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá foram abatidos desde a última sexta-feira (10).

Dos chamados objetos voadores não identificados (óvnis), Washington afirma não saber nada ou quase nada: nem sua origem, nem seu uso, nem sua natureza. A única coisa que parece clara é que nenhum deles representava uma ameaça militar direta, mas potencialmente punham em perigo o tráfego aéreo civil, motivo pelo qual o presidente Joe Biden ordenou que os caças os derrubassem.

Para os EUA, está claro que a China mantém ou manteve uma "frota" de balões espiões.

Os americanos também aplicaram sanções contra empresas e estruturas de pesquisa que, segundo eles, contribuem para a modernização militar da China. Pequim descreveu essas medidas como "ilegais".

As narrativas criadas pelos dois países tentam responsabilizar sempre o governo contrário. Todavia, a existência de espionagem entre países é uma prática antiga e que se aperfeiçoa com o passar do tempo. Não cabe saber se a China espiona os EUA, mas sim se esse balão em específico tem esse fim.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.