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América Latina também registra casos de pedofilia na Igreja Católica

Até 2019, mais de 200 membros da Igreja chilena foram investigados por mais de 150 casos de abuso sexual

Internacional|

Escândalo de milhares de casos de pedofilia promovida por padres veio à tona nesta segunda-feira
Escândalo de milhares de casos de pedofilia promovida por padres veio à tona nesta segunda-feira Escândalo de milhares de casos de pedofilia promovida por padres veio à tona nesta segunda-feira

Do Chile ao México, a América Latina não ficou imune ao abuso sexual de menores por padres e religiosos dentro da Igreja Católica. O assunto veio à tona nesta terça-feira (5) com a divulgação de um relatório que aponta casos de pedofilia promovida por padres e religiosos na França desde 1950. A reportagem da Agência France Presse (AFP) listou algumas ocorrências de pedofilia em países da América Latina, citadas abaixo. Embora o texto não mencione o Brasil, também há muitos casos de denúncias de abusos de padres contra menores no país.

Chile

Segundo dados oficiais, até 2019, mais de 200 membros da Igreja Católica chilena foram investigados por mais de 150 casos de abuso sexual, enquanto mais de 240 vítimas foram identificadas, das quais 123 eram menores.

O caso mais notório foi o do influente padre Fernando Karadima, condenado em 2011 pelo Vaticano por abuso sexual de menores quando dirigia, entre 1980 e 2006, a paróquia de El Bosque, em um bairro nobre de Santiago.

Embora esse formador de bispos tenha sido expulso do sacerdócio, não foi julgado pelos tribunais civis quando as denúncias prescritas foram consideradas. Uma lei posterior declarou o abuso sexual de menores "imprescritível".

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México

A Igreja Católica enfrentou vários escândalos de pedofilia no México nos últimos anos, embora o maior seja o dos Legionários de Cristo.

De acordo com um relatório atualizado até março passado, os Legionários reconhecem que 170 menores foram vítimas de abusos sexuais cometidos por 27 padres entre 1941 e 2019. A grande maioria eram adolescentes do sexo masculino entre 11 e 16 anos.

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Desses 27 padres, três morreram sem ser julgados, dois foram condenados na jurisdição penal. Os restantes não foram processados ​​por motivos diversos, entre outros o prazo de prescrição.

Na esfera eclesial, dos 27 sacerdotes, dois morreram sem julgamento, 16 foram sancionados, oito estão em processo canônico e um recebeu dispensa do ministério sem julgamento.

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América Central

Nicarágua

Pelo menos 13 casos de abuso sexual foram relatados na Nicarágua anos atrás, mas nenhum foi a julgamento no país, segundo grupos feministas.

O caso mais notório foi o de Marco Dessi, um padre italiano julgado e condenado na Itália por abusar de cinco crianças no departamento nicaraguense de Chinandega, onde morou por 30 anos. Durante o julgamento, surgiram 100 novas reclamações. Ele morreu em seu país natal em 2016.

El Salvador

Em dezembro de 2016, a Igreja Católica demitiu três padres salvadorenhos — Juan Francisco Gálvez, Antonio Molina e Jesús Delgado — após serem considerados culpados de abuso sexual de menores.

Guatemala

Três casos foram registrados na Guatemala, incluindo o do pároco Ignacio López, que foi condenado em setembro de 2018 a 16 anos de prisão pelo abuso de uma adolescente na cidade de Puerto Barrios, cerca de 295 quilômetros a nordeste da capital.

Segundo a acusação, o padre "abusou repetidamente da menor", "usou a sua posição religiosa" e "manteve-a sob ameaça de morte" para que ela não dissesse nada aos pais. Os outros dois padres nomeados continuam a trabalhar para a Igreja nos seminários.

Costa Rica

O caso mais notório dos últimos tempos na Costa Rica é o do ex-padre Mauricio Víquez, que foi preso no México em 2019, depois de estar foragido por atos contra quatro menores.

Esse ex-porta-voz da Igreja da Costa Rica, famoso por sua defesa do casamento tradicional, em breve enfrentará um julgamento por abuso sexual, estupro, tentativa de estupro e divulgação de pornografia infantil, entre outros crimes.

América do Sul

Peru

A Justiça peruana condenou pelo menos três padres à prisão por abuso sexual nos últimos anos. As alegações de abusos e condenações coincidiram com a eleição do papa Francisco, em março de 2013.

O caso mais conhecido é o do leigo Luis Fernando Figari, fundador da Sodalitium Christianae Vitae (SDC, Sodalicio de Vida Cristiana), uma sociedade apostólica conservadora fundada em 1971 e posteriormente elevada oficialmente pelo papa João Paulo II.

Com base nos depoimentos de seus ex-membros, a acusação imputou à SDC o crime de cometer abusos psicológicos, físicos e sexuais desde 2015. Figari deixou o Peru naquele ano e mora em Roma, confinado pelo Vaticano a um asilo por motivos "espirituais".

Além de Figari, quatro membros da hierarquia dessa organização foram denunciados por abusos cometidos contra adolescentes recrutados como "soldados de Cristo" nas décadas de 1970 e 1980 em Lima.

Equador

Os tribunais equatorianos condenaram um padre de Quito a nove anos de prisão em 2020 por abusar de duas irmãs. Dois anos antes, outro padre em Guayaquil (sudoeste) havia sido condenado a 20 anos de prisão por crimes sexuais contra jovens entre 2011 e 2013. A Justiça equatoriana abriu processo contra pelo menos duas outras religiosas.

Colômbia

Em abril de 2020, a Igreja Católica na Colômbia removeu pelo menos 19 padres que pertenciam à Arquidiocese de Villavicencio (centro) após denúncias de abuso sexual, em um caso que está aberto.

Em 2019, o então arcebispo de Bogotá, Dom Rubén Salazar, reconheceu que conhecia mais de 100 casos, sem especificar as datas de cometimento dos crimes. De acordo com uma investigação da Blu Radio no mesmo ano, a promotoria estava investigando 57 padres.

Venezuela

Em janeiro de 2020, um adolescente de 17 anos confessou ter assassinado um padre que o havia abusado no estado venezuelano de Táchira (oeste). As autoridades informaram que houve denúncias contra o padre por abuso sexual em 2014 e 2015.

Um padre de origem espanhola foi preso em 2018 por abusos contra uma menina de 12 anos no estado de Zulia, no oeste do país.

Argentina

O último caso com forte impacto na sociedade argentina é o dos mais de 20 abusos sexuais cometidos no Instituto Próvolo, voltado para a assistência a crianças com deficiência auditiva.

Os perpetradores, incluindo dois padres, foram condenados em 2019 a até 42 anos de prisão. O caso continua aberto com o processo de acusação de várias mulheres, incluindo duas freiras.

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