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Apesar de diálogo proposto por Dilma, brasileiros continuam a protestar

Internacional|

Carlos A. Moreno Rio de Janeiro, 22 jun (EFE).- As manifestações que ocorrem no Brasil desde a semana passada prosseguiram neste sábado, com protestos em cerca de 20 cidades, apesar do diálogo proposto ontem à noite pela presidente Dilma Rousseff, durante um pronunciamento à nação. Nem o pronunciamento no qual a chefe de Estado propôs um pacto nacional para melhorar os serviços públicos e nem a redução das tarifas no transporte público nas maioria das cidades, que era a reivindicação inicial dos manifestantes, conveceram os brasileiros a parar com as mobilizações. Os protestos, no entanto, perderam intensidade com relação aos registrados na quinta-feira, quando cerca de 1,2 milhão de brasileiros saíram às ruas em 100 cidades para exigir melhores serviços públicos, condenar a corrupção e criticar as altas despesas do Governo com o Mundial de futebol de 2014. A maior manifestação deste sábado reuniu cerca de 65 mil pessoas na cidade de Belo Horizonte para criticar o desperdício de recursos e os supostos desvios de dinheiro na construção dos estádios exigidos pela Fifa para que o Brasil organize a Copa do Mundo de 2014 e a Copa das Confederações, que começou na semana passada. Os protestos de hoje tiveram objetivos específicos, ao contrário dos anteriores em que as reivindicações eram variadas e algumas até contraditórias. Assim como em Belo Horizonte, os alvos dos protestos não foram somente os investimentos públicos no Copa. Em São Paulo, os manifestantes criticavam a criação de uma lei que pretende reduzir o poder de investigação do Ministério Público, e em Brasília teve o objetivo de reivindicar os direitos da mulher. As manifestações chamaram atenção de quem estava fora do país também e alguns brasileiros que moram no exterior, como em Londres, Nova York e Paris, também fizeram uma manifestação pedindo melhorias para retornarem ao país. "Vou receber os líderes das manifestações pacíficas, de sindicatos e associações populares", pois "precisamos de todas suas contribuições, reflexões e experiências", declarou Dilma ao propor um grande pacto nacional em prol dos serviços públicos. A governante citou, durante seu pronunciamento, as propostas para algumas das reivindicações. Sobre a saúde, Dilma disse que seu Governo "trará imediatamente os milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento", já quanto à educação disse que insistirá perante o Congresso para que haja a aprovação de um projeto que destine 100% dos royalties petrolíferos exclusivamente para este setor. As únicas manifestações de hoje que terminaram em enfretamentos foram as de Belo Horizonte e Salvador, as cidades onde houve partidas da Copa das Confederações. A polícia de Belo Horizonte utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar um grupo de manifestantes que insistia em marchar rumo ao estádio onde o México venceu o Japão por 2 a 1. Os enfrentamentos a cerca de três quilômetros do estádio Mineirão deixaram pelo menos 12 feridos, entre os quais se encontram cinco agentes de segurança e um fotógrafo, assim como um preso, segundo fontes oficiais. Apesar do protesto, os espectadores que foram ao Mineirão chegaram e saíram do estádio sem complicações. Em Salvador, também foram registradosm enfrentamentos, embora menos graves, com manifestantes que queriam se aproximar do estádio Fonte Nova, onde o Brasil venceu a Itália por 4 a 2. Cerca de 30 mil manifestantes em São Paulo e outros grupos menores em Brasília e Goiânia marcharam contra o projeto de emenda constitucional que retira poderes de investigação do Ministério Público, o que, consideram, é uma iniciativa de legisladores corruptos para favorecer a impunidade. Outras 30 mil pessoas protestaram em Santa Maria contra a impunidade do caso do incêndio em uma boate da cidade que deixou 242 jovens mortos neste ano. Em Brasília, cerca de 3 mil pessoas participaram da "Marcha das Vadias", uma organização que luta contra a suposta ideia de que as próprias mulheres são responsáveis pelos abusos sexuais que sofrem. As mulheres com trajes provocativos, roupas íntimas e até com os peitos descobertos protestaram contra um projeto de lei em discussão no Congresso que concede subsídios às mulheres violentadas que não desejam exercer o direito de abortar e contra um projeto de lei que permite que os psicólogos ofereçam tratamentos para "curar" os homossexuais. EFE cm/ff (foto)

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