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Após 36 horas, termina primeiro cessar-fogo da Rússia na Ucrânia desde início da guerra

Trégua unilateral foi decretada por Vladimir Putin por ocasião de feriado religioso e vigorou até as 18h deste sábado (7)

Internacional|Do R7, com informações da AFP

Apesar do cessar-fogo, bombardeios continuaram de ambos os lados
Apesar do cessar-fogo, bombardeios continuaram de ambos os lados Apesar do cessar-fogo, bombardeios continuaram de ambos os lados

Terminou neste sábado (7), às 18h (de Brasília), após 36 horas de duração, o cessar-fogo decretado pelo presidente russo Vladimir Putin para interromper os conflitos no território invadido na Ucrânia por conta de um feriado religioso.

A trégua unilateral teve início na sexta-feira (6), às 6h (de Brasília). Apesar disso, nenhum dos dois países baixou armas e os bombardeiros continuaram em ambos os lados da linha de frente na Ucrânia. Esta deveria ser a primeira grande trégua desde o início da guerra, em em 24 de fevereiro de 2022.

"O mundo pôde ver novamente como as declarações do alto comando em Moscou são enganosas", acusou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em uma mensagem de vídeo publicada nas redes sociais.

A Rússia "falou em um suposto cessar-fogo, mas na realidade bombardeou Bakhmut (leste do país) e outras posições ucranianas", acrescentou.

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Após o anúncio do cessar-fogo do presidente Vladimir Putin, o primeiro desde o início da ofensiva russa em fevereiro, as autoridades ucranianas questionaram a sinceridade da trégua e a consideraram uma tática para ganhar tempo.

Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido também criticaram a iniciativa.

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Jornalistas da AFP presentes em Chasiv Yar, no leste da Ucrânia, confirmaram bombardeios repetidos ao longo da manhã.

Em Bakhmut, o epicentro mais ao norte dos combates, a AFP ouviu disparos em ambos os lados da frente na sexta-feira, horas após o estabelecimento do cessar-fogo unilateral decretado pela Rússia.

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No entanto, os ataques foram menos intensos em comparação com os dias anteriores.

Segundo a promotoria ucraniana, duas pessoas morreram e 13 ficaram feridas na sexta-feira em Bakhmut, uma cidade amplamente devastada pelos combates e onde ambos os lados estão sofrendo perdas importantes.

As forças armadas russas também bombardearam a região de Kherson (Sul) na sexta-feira, matando um socorrista e ferindo sete pessoas, informaram as autoridades ucranianas.

Putin sozinho no Kremlin

Os dois países, em guerra desde fevereiro de 2022, celebraram neste sábado o Natal ortodoxo, religião professada pela maioria dos cidadãos russos e ucranianos.

Do lado russo, Vladimir Putin assistiu à missa sozinho em uma igreja do Kremlin à meia-noite de sexta-feira, abdicando de seu costume de participar da liturgia em uma província ou nos arredores de Moscou.

Em mensagem divulgada neste sábado pelo Kremlin, o presidente russo felicitou os cristãos ortodoxos e indicou que este dia inspira "boas ações e aspirações".

As organizações religiosas "apoiam nossos soldados que estão participando de uma operação militar especial", declarou o presidente russo, usando o termo oficial do Kremlin para a ofensiva na Ucrânia.

Do lado ucraniano, centenas de fiéis assistiram a uma missa histórica por ocasião do Natal ortodoxo neste sábado no famoso mosteiro das Cavernas de Kiev, que antes respondia ao Patriarcado de Moscou, mas que agora passou para as mãos da Ucrânia devido à guerra.

A homilia foi celebrada pela primeira vez por Epifânio, líder da Igreja Ortodoxa Ucraniana formada em 2018-2019 após um cisma com o Patriarcado de Moscou.

"Esperamos muito tempo para que este santuário fosse entregue a nós. É um acontecimento verdadeiramente histórico, pelo qual todos os ucranianos esperavam", disse à AFP Veronika Martiniuk, 19 anos, que lidera o coral.

"Cada país tem sua igreja. E temos a nossa própria igreja, ela está muito bem, uma igreja ucraniana, como deve ser", declarou Oksana Sobko, uma crente de 47 anos.

Entrega de armas

Mesmo que tivesse sido respeitado, o cessar-fogo decretado por Putin teria oferecido apenas 36 horas de trégua em um conflito de alta intensidade, que dura quase 11 meses e sem solução à vista.

Os Estados Unidos, principal apoiador do governo ucraniano, prometeram na sexta-feira novos US$ 3 bilhões em ajuda militar à Ucrânia, que incluirá veículos de infantaria blindados Bradley, veículos blindados de transporte de pessoal e obuses.

"Este ano vitorioso está apenas começando", disse a presidência ucraniana, acrescentando que o "pacote" americano também inclui mísseis de precisão Himars e antiaéreos Sea Sparrow.

A Alemanha também enviará 40 veículos blindados "Marder" no primeiro trimestre do ano, enquanto a França prometeu tanques leves de combate AMX-10 RC.

O governo britânico anunciou que organizará uma cúpula de ministros da Justiça em março para discutir possíveis medidas para apoiar o Tribunal Penal Internacional na investigação de crimes de guerra na Ucrânia.

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