A Arábia Saudita convocou neste sábado (2) o embaixador iraniano em Riad e fez um forte protesto contra declarações "hostis" do Irã sobre execuções feitas pelos sauditas. A informação é da agência de notícias estatal SPA.
A Arábia Saudita executou neste sábado (2) 47 pessoas por suspeitas de "terrorismo".
Entre os executados estavam membros da Al Qaeda, mas também havia quatro muçulmanos xiitas que fazem oposição à realeza saudita, de orientação sunita.
Entre os oposicionistas estava o clérigo Nimr al-Nimr, conhecido por verbalizar o sentimento da minoria xiita na Arábia Saudita, que se sente marginalizada e discriminada, e foi crítico persistente da família real saudita.
A chancelaria iraniana, o mais forte governo xiita da região, disse que o reino saudita pagará um alto preço pela ação e convocou o encarregado de negócios saudita em Teerã como protesto.
Em resposta, a Arábia Saudita expressou "sua rejeição completa pelas demonstrações hostis que consideram uma intervenção flagrante nos assuntos do reino", disse SPA.
União Europeia alerta para "consequências perigosas"
A chefe de política externa da União Europeia advertiu que a execução do proeminente clérigo xiita na Arábia Saudita cria "consequências perigosas" por inflamar ainda mais as tensões sectárias na região.
Reiterando a oposição do bloco europeu à pena de morte e a execuções em massa, Federica Mogherini disse que o caso de Nimr levantou sérias preocupações sobre a liberdade de expressão e o respeito aos direitos civis e políticos básicos na Arábia Saudita.
"Este caso tem o potencial de inflamar ainda mais as tensões sectárias que já trazem tanto dano a toda a região, com conseqüências perigosas", disse ela, instando as autoridades sauditas para promover a reconciliação entre as diferentes comunidades do país.
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