O chanceler da Argentina, Héctor Timerman, ameaçou expulsar do país o encarregado de negócios enviado pelos Estados Unidos e embaixador interino em Buenos Aires, Kevin Sullivan, após declarações sobre os Fundos Abutres que desagradaram o governo.
Sullivan disse recentemente, em entrevista ao Clarín, que a Argentina devia sair logo do default técnico — quando tem condições de pagar uma dívida, mas, por alguma razão não pode fazer isso — e resolver seus problemas com o mercado financeiro.
O diplomata foi convocado pela Chancelaria no mesmo dia, ocasião em que Timerman lhe transmitiu seu "profundo mal estar" com as declarações, como informou comunicado oficial.
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O ministro de Relações Exteriores alegou "intromissões em assuntos internos" por parte do diplomata e disse que, se a atitude se repetir, ele pode ser expulso do país.
Uma fonte da Presidência argentina, a Casa Rosada, disse ao Clarín que o que mais chateou a presidente Cristina Kirchner foi o uso do termo default, que é negado por ela.
Uma sentença da Justiça de Nova York bloqueou, em junho, o pagamento dos títulos reestruturados até que Buenos Aires pague os cerca de US$ 1,6 bilhões que deve aos abutres, de acordo com a sentença da Suprema Corte. Decisão judicial causou tensão entre os governos de Washington e Buenos Aires.
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