Italiano Cesare Battisti é preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia
Reprodução FacebookO presidente Jair Bolsonaro convocou pela primeira vez uma reunião de emergência, neste domingo (12), no Palácio da Alvorada. Estão com o presidente nesta manhã os ministros da Justiça, Sérgio Moro, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, além do general Augusto Heleno, da Segurança Institucional.
A equipe pode receber um telefonema das autoridades italianas, que desejam agradecer o empenho do Brasil na prisão de Battisti e reiterar o pedido de cooperação para a imediata extradição, embora a questão dependa agora do governo de Evo Morales, da Bolívia.
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Bolsonaro usou as redes sociais para comemorar a prisão do italiano. Ele parabenizou os responsáveis e escreveu que "finalmente a justiça será feita ao assassino italiano e companheiro de ideais de um dos governos mais corruptos que já existiram no mundo (PT)."
O assessor especial da presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, afirmou neste domingo (13) que o italiano Cesare Battisti, preso no sábado (12), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, será trazido ao Brasil, de onde será levado possivelmente para a Itália, onde foi condenado por quatro homicídios na década de 1970.
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Por meio de suas redes sociais, o assessor afirmou que o italiano será levado a seu país de origem para cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana. Battisti estava foragido desde o dia 14 de dezembro do ano passado.
Em dezembro, o STF (Supremo Tribunal Federal) havia emitido uma ordem de prisão, mas o italiano não foi encontrado. A decisão cumpre um pedido do governo italiano de extradição de Battisti, onde foi condenado à prisão perpétua.
Segundo o jornal Corriere della Sera, Battisti caminhava quando acabou detido por uma equipe de investigadores italianos da Interpol. A notícia diz ainda que ele estava sozinho e não ofereceu resistência. O italiano vestia calça e blusa azul, e usava óculos escuros.
O caso
Cesare Battisti, de 63 anos, foi condenado na Itália por homicídios e vivia em São Paulo. Ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas, ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970, dos quais se declara inocente.
Ele passou 30 anos como fugitivo entre o México e a França e, em 2004, veio para o Brasil, onde permaneceu escondido durante três anos, até ser detido em 2007.
Em 2009, o STF autorizou a extradição em uma decisão não vinculativa que dava a palavra final ao então presidente Lula, que a rejeitou em 2010, no último dia do segundo mandato e o ato foi confirmado pelo STF.