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Há exatos 50 anos, o então presidente dos Estados Unidos,
John Fitzgerald Kennedy, recebia um tiro no pescoço e outro na cabeça, enquanto fazia um desfile em
carro aberto pelas ruas de Dallas, no Estado do Texas.
Figura midiática, JFK foi abatido no auge de sua glória, por
um assassinato cercado de mistérios.
O 50º aniversário do assassinato do 35º presidente dos Estados Unidos traz
de volta aos holofotes os acontecimentos daquele 22 de novembro de 1963.
A seguir, descubra os acontecimentos daquele dia, que foram acompanhados
minuto a minuto por emissoras de rádio e TV de todo o mundo, em uma cobertura
midiática inédita
Montagem R7
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Na manhã de 22 de novembro de 1963, o então presidente
americano John Fitzgerald Kennedy deixa o Hotel Texas, em Fort Worth, nos
arredores de Dallas, e caminha para encontrar uma multidão de curiosos e
simpatizantes. Ele é acompanhado pelo vice-presidente Lyndon Johnson, a seu
lado direito, usando um casaco de chuva
AP
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Kennedy saúda a multidão em frente ao hotel em Fort Worth.
Pela manhã, ele participa de um café da manhã na Câmara de comércio da cidade
AP
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Kennedy e sua mulher, Jacqueline, são recebidos por uma
multidão no aeroporto de Dallas, após desembarcarem da aeronave presidencial, o
Air Force One, por volta das 11h40 de 22 de novembro de 1963
AP
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Presidente americano John F. Kennedy e a primeira-dama Jacqueline
Kennedy desfilam em carro aberto em uma limusine no centro de Dallas, no Texas.
O governador do Estado do Texas, John Connally, e sua mulher, Nellie, estão
sentados no banco intermediário, enquanto o casal presidencial segue atrás. No
banco da frente estão dois agentes do serviço secreto
AP
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Muitos americanos acompanhavam o desfile em carro aberto,
que partiu do aeroporto de Love Field, passou pelas ruas do centro da cidade e
tinha como destino o Dallas Trade Mart, onde o presidente faria um discurso em
um almoço
AP
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A caravana presidencial era formada por oito carros,
liderada por um veículo com policiais de Dallas e agentes do serviço secreto.
O presidente americano estava no segundo veículo, seguido
por dois carros: um com agentes de Dalas, e outro com os agentes da segurança
pessoal do mandatário americano.
O quinto carro transportava o vice-presidente Lyndon B. Johnson,
acompanhado por um veículo com sua segurança pessoal.
Os dois últimos carros eram reservados a jornalistas e ao
assessor da Casa Branca
AP
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Presidente Kennedy é visto ao lado da primeira-dama,
Jacqueline, momentos antes de receber um tiro na cabeça
AP
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Segundo antes de o relógio marcar as 12h30, a limusine do
presidente deixa a rua Houston Street e dobra à esquerda, contornando a praça
Dealey.
A limusine avança pela Elm Street, passando em frente ao
edifício Texas School Book Depository, que então funcionava como um depósito de
livros escolares.
No sexto andar do edifício, um homem dispara um tiro fatal
contra John F. Kennedy
AP
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Os
relatos de quem esteve na Praça Dealey, naquele 22 de novembro, são
assustadores.
'Ouvimos
um som de tiro e depois alguém gritou: A cabeça do presidente explodiu!', relataram
testemunhas entrevistadas pela agência de notícias France Presse.
James
Tague, um vendedor de automóveis que tinha 27 anos, estava preso no
engarrafamento, perto da Praça Dealey e da Elm Street, no momento em que Kennedy
passou pelo local a bordo da limusine.
'Dei
alguns passos, vi um carro com uma bandeira e lembrei que Kennedy viria à
cidade naquele dia. Neste momento ouvi um barulho de tiro. Depois houve uma
pausa e, em seguida, dois tiros”, conta Tague, que ficou ferido levemente.
— Algo
raspou a minha bochecha direita. Um policial de moto parou perto da grama e
duas pessoas falavam com ele. Eu cheguei no momento em que um homem dizia,
soluçando: “A cabeça explodiu, a cabeça explodiu”. “A cabeça de quem?”,
perguntou o policial. “Do presidente'
22.11.1963/Ike Altgens/AP
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Montagem feita
a partir de uma gravação amadora mostra, frame a frame, o tiro acertando a nuca
de JFK.
As imagens
foram feitas por Abraham Zaprude, comerciante que tinha então 58 anos. Seu
vídeo foi utilizado posteriormente pela Comissão Warren, instituída uma semana
após o crime pelo Supremo Tribunal Federal para investigar o assassinato de
Kennedy
Reprodução/Youtube
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'O
veículo fez a curva da Elm Street e depois ouvi um 'bum', um som muito forte,
não o som seco de uma arma de fogo. Penso em uma bomba e, depois, 'bum', um
segundo disparo”, diz Pierce Allman, diretor de programação da rádio WFAA, que
então tinha 29 anos.
— Kennedy
age como se levasse as mãos ao pescoço, Jackie começa a gritar. E, então, um
terceiro disparo. Kennedy se sobressalta e cai de lado.
A limusine carregando o corpo mortalmente ferido de Kennedy
acelera rumo ao hospital
22.11.1963/Justin Newman/AP
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Phyllis
Hall, uma enfermeira do Hospital Parkland (foto), com 28 anos na época, estava
prestes a sair do centro médico quando recebeu a notícia.
'A
supervisora nos disse que havia acontecido um acidente no cortejo presidencial
e que e o carro com o presidente estava chegando. As portas se abrem
imediatamente, reina o caos, há muitos gritos. Chega a maca com o governador do
Texas, John Connally, gravemente ferido. E depois a do presidente'
AP
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'Um
homem com uma arma na mão me disse 'precisamos de você'”, conta a enfermeira Phyllis.
— Quando
entro na sala número 1 da emergência, a senhora Kennedy está de pé ao lado da
maca. Na minha opinião, o presidente já estava morto: tinha uma cor cinza
azulado, com um contorno azul escuro ao redor da boca. Busco os sinais vitais,
não encontro nenhum.
“Não
havia nada a fazer”, conta.
— Os
médicos chegam, fazem uma traqueostomia, colocam tubos. Mais tarde um médico,
neurocirurgião, afasta o cabelo, observa que faltam partes do cérebro, algumas
estavam sobre Jackie, sobre os Connally, sobre a maca.
Acima,
mulheres choram em frente ao hospital
AP
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O
paciente “n° 24740, Kennedy, John F.', registrado às 12h38, é declarado
morto às 13h'.
Acima,
carro leva caixão com o corpo de JFK para o aeroporto de Dallas, onde embarca
no Air Force One rumo a Washington
AP
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Antes de seguir para a capital do país, o Air Force One se
detém em solo texano para um último ato: a posse do novo presidente.
Apenas duas horas após o crime, Lyndon B. Johnson é
empossado dentro da aeronave, ao lado da viúva de Kennedy.
Segundo relatos, Jacqueline se recusa a trocar de roupa e
mantém durante toda a viagem um vestido com as marcas de sangue do marido
Cecil Stoughton/Casa Branca/AP
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Quando o Air Force One levantava voo, a polícia de Dallas já estava no
encalço de um suspeito: Lee Harvey Oswald (foto).
O assassino de JFK estava no sexto andar do depósito de livros, de onde tinha
visão perfeita para a praça Dealey.
Oswald dispara três vezes, atingindo o presidente e o governador do Texas — é
o que afirma a Comissão Warren, que investigou o caso nos meses seguintes.
Oswald trabalhava no local como auxiliar havia apenas cinco semanas.
Testemunhas que cruzaram com Oswald segundos após o crime disseram que
'ele não parecia nem ofegante, nem nervoso'
AP
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Três minutos depois dos disparos, Oswald deixa o prédio, toma um ônibus e,
depois, um táxi, na direção do bairro Oak Cliff, onde morava.
Ele coloca um casaco, pega um revólver e sai a pé. Às 13h15, mata o policial
J.D. Tippit, que o parou na rua para interrogá-lo. Pelo menos 45 minutos já
tinham se passado desde que Kennedy havia sido atingido.
Oswald busca abrigo um pouco mais longe, no Cinema Texas, sentando-se ao fundo
da sala. A polícia entra, e ele muda de lugar. O suspeito é então cercado pelos
agentes. Após tentar sacar a arma, Oswald é preso e levado para a delegacia
local (foto)
AP
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Oswald nega todas as acusações.
No dia do crime, a delegacia permite trânsito livre aos jornalistas. Por
mais de dez vezes, o suspeito é transferido de sala, entrando em contato direto
com repórteres e fotógrafos no local
AP
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No dia seguinte ao crime (foto), Lee Harvey Oswald dá entrevista coletiva na
delegacia de Dallas, quando volta a negar as acusações
AP
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No sábado, em Dallas, depois de indiciado
pelo assassinato do presidente, Oswald é transferido. No meio da multidão de jornalistas
que tentam entrevistá-lo, um homem surge, de arma em punho, e atira. Jack Ruby mata,
ao vivo na NBC, o principal suspeito da morte de JFK, em mais um fato inédito
visto por meio da televisão.
Ele é levado às pressas (foto) para o Hospital Parkland — o mesmo onde Kennedy
esteve dois dias antes. O ex-marine morre quase duas horas mais tarde. Esse foi
apenas o início de cinco décadas de dúvidas, polêmicas e teorias conspiratórias
de todo o tipo
24.11.1963/Ted Powers/AP
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Programação
interrompida, cobertura ininterrupta por quatro dias, assassinato de Lee Oswald
ao vivo na televisão: a morte do presidente John F. Kennedy, em Dallas,
provocou uma revolução nos veículos de comunicação, transformando a televisão.
As câmeras registram ao vivo as homenagens direto de Washington. Dois
dias após o crime, no domingo (24), foi a vez do cortejo fúnebre, que seguiu
com o caixão de Kennedy para o Capitólio
AP
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No dia seguinte, o país parou para assistir ao funeral de
JFK.
Acima, a viúva de Kennedy, Jacqueline, ao lado dos filhos
Caroline (esq.) e John F. Kennedy Jr.
AP
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Passados 50 anos, o assassinato de JFK continua a alimentar
teorias conspiratórias.
A imagem acima foi divulgada pela Comissão Warren em
novembro de 1964, um ano após o crime, e mostraria a visão do atirador no
momento do disparo.
Liderada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal da
época, Earl Warren, a comissão concluiu que o atirador, Lee Harvey Oswald, agiu
sozinho.
Mas até hoje, pesquisas de opinião mostram que a população
americana não acredita nessa tese do “atirador solitário”.
Muitas teorias já foram levantadas por filmes e livros,
alimentado o mito em torno do assassinato do homem que, na época, era o mais
poderoso do mundo
AP