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Bolívia decide se quer manter Evo Morales ou virar página na política

Eleição neste domingo define se o presidente será reeleito para um quarto mandato ou se um opositor mais ligado à classe média ocupará o lugar

Internacional|Da EFE

Evo Morales faz seu último comício antes da eleição
Evo Morales faz seu último comício antes da eleição Evo Morales faz seu último comício antes da eleição

A Bolívia decidirá neste domingo (20) se manterá Evo Morales no poder ou se vai virar a página na política e na economia do país após quase 14 anos de um governo de esquerda que marcou época na América Latina.

Em busca do quarto mandato, Morales se apresenta aos eleitores como o único candidato capaz de manter a estabilidade do país, que tem um dos crescimentos econômicos mais altos da região.

Já a oposição considera essa imagem como inverídica e ressalta que o país precisa imediatamente de uma mudança.

Governo do povo ou das elites

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Em 2006, Morales tornou-se o primeiro presidente indígena eleito da história da Bolívia e um dos poucos da história das Américas. Ele é o presidente há mais tempo no poder em seu país e, no pleito deste domingo, tenta conseguir o quarto mandato consecutivo, que o deixaria no poder até 2025.

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A alternativa da oposição é Carlos Mesa, um intelectual que já governou o país de 2003 a 2005 em meio a um cenário de convulsões sociais que o levou a renunciar.

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Se Morales baseou seu discurso na justiça social para acabar com históricas discriminações a indígenas, trabalhadores rurais e os mais desfavorecidos, Mesa para uns representa a volta a um passado dirigido pelas elites, mas para outros é a esperança da classe média, que teme uma perpetuação ao atual governante.

Estabilidade econômica ou novo modelo

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Evo Morales vangloria-se há anos de que a Bolívia é um dos países latino-americanos que mais crescem economicamente e de forma sustentável desde que ele chegou ao poder, com PIB chegando a subir 4%.

Mas seu modelo econômico, baseado em boa parte nas receitas pela venda de gás a países vizinhos, gera dúvidas sobre se será mantido ou se haverá efetivamente melhoras para desenvolver outros setores do país.

Também há dúvidas sobre se serão mantidos alguns desperdícios de dinheiro público em obras faraônicas — como a construção de um edifício de 29 andares de onde Morales governa em La Paz — e outras populistas, como quadras esportivas em zonas rurais com problemas de água e eletricidade.

Há ainda alerta sobre indicadores como a dívida externa, que segundo dados oficiais subiu para US$ 10,6 bilhões (cerca de R$ 44 bilhões), o equivalente a 24,6% do Produto Interno Bruto (PIB), com a China como principal país credor — era inferior a US$ 5 bilhões (cerca de R$ 20,75 bilhões) quando Morales tomou posse pela primeira vez.

As reservas internacionais da Bolívia chegaram a US$ 15 bilhões (cerca de R$ 62,25 bilhões) em 2015, mas teme-se que continuem a cair para a metade no ano que vem, deixando de representar 45% do PIB para pouco mais de 10%, uma porcentagem que se aproxima das registradas em países em crise econômica como Argentina e Venezuela.

Com estes números pouco animadores, Mesa tem passado a campanha eleitoral prometendo que acabará com o desperdício e a corrupção caso seja eleito presidente, para que a riqueza beneficie a todos, não só a quem é próximo de Morales.

Segurança ou "outra Venezuela"

A Bolívia tem fama de ser um dos países mais tranquilos da América do Sul, mas a candidatura de Morales para um quarto mandato até 2025 desperta em parte dos bolivianos o medo de uma "venezuelização" do país.

A preocupação de opositores do governo é de que haja uma fraude eleitoral, que Morales se eternize no poder, e a Bolívia acabe protagonizando episódios como a recente onda de protestos violentos no Equador ou uma crise social sem fim, como a que ocorre na Venezuela.

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