Os refugiados têm dificuldade de usar sua qualificação profissional no mercado de trabalho brasileiro
Rovena Rosa/Agência BrasilO pesquisador Luiz Felipe Magalhães, do Observatório das Metrópoles da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e do Observatório das Migrações da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avalia que país precisa considerar e valorizar a história anterior do refugiado que busca trabalho no país.
— Sua qualificação, sua formação, sua cultura, tudo aquilo de bagagem que ele traz de lá para cá não é reconhecido. Ele é visto apenas no momento em que chega e, ao chegar, são destinados a ele os segmentos mais subalternizados do mercado de trabalho.
Para alterar essa realidade, Magalhães acredita que são fundamentais campanhas de esclarecimento sobre a condição de refúgio.
— A sociedade brasileira aprendeu a associar refugiados a fugitivos, às vezes, até como criminoso.
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Magalhães aponta que, ao considerar as dificuldades que refugiados encontram para a inserção no mercado de trabalho, é preciso observar as redes de relações que se estabelecem para cada fluxo de migração. No caso de refugiados sírios, por exemplo, é possível contar com o suporte de imigrantes que já se estabeleceram no país há mais tempo para conquistar uma vaga condizente com a formação.
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O pesquisador acrescenta, no entanto, que essas dificuldades também decorrem de limites impostos aos estrangeiros pela lei brasileira.
— No geral, há muita dificuldade de inserção dentro da qualificação profissional por conta de um resultado histórico das leis, tanto de refúgio, quando de migração, que dificultam muito a validação dos diplomas e certificado estrangeiro aqui no Brasil, não obstante o avanço que significa a Lei de Refúgio em relação à de migração.