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Católicos e protestantes entram em confronto na Irlanda do Norte por causa de bandeira; 16 policiais se feriram

Irlanda do Norte é marcada pelo conflito entre as comunidades unionista e protestante, de um lado, e católica nacionalista, de outro

Internacional|, com agências internacionais

Pelo menos 16 policiais ficaram feridos neste sábado (12) em Belfast durante enfrentamentos entre unionistas protestantes, que se manifestavam contra a retirada da bandeira britânica da prefeitura da capital norte-irlandesa, e republicanos católicos.

Os unionistas enfrentaram seus rivais republicanos durante a passagem por uma zona católica do leste de Belfast, onde houve lançamentos de pedras e garrafas, segundo informou a rede britânica BBC.

A polícia respondeu com balas de borracha e canhões de água e pelo menos 16 agentes ficaram feridos, sendo que alguns tiveram que ser hospitalizados, segundo a BBC.

Bandeira britânica causa protestos na Irlanda do Norte

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Horas antes, os unionistas se manifestavam no centro de Belfast contra a recente decisão de hastear a bandeira britânica apenas em dias escolhidos.

Esta decisão, tomada por maioria de 29 contra 21 vereadores em 3 de dezembro, provocou nas últimas semanas vários protestos de norte-irlandeses pró-britânicos, que querem ver a "Union Jack" (nome da bandeira) hasteada de forma permanente.

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Os distúrbios de hoje se somam aos ocorridos ontem em várias localidades da Irlanda do Norte, onde ocorreram protestos violentos que deixaram quatro delegacias fechadas e obrigaram o fechamento do tráfego na região.

Em dezembro, os vereadores de Belfast, de maioria republicana, aprovaram uma moção do partido Aliança, que agrupa católicos e protestantes, que propunha que a bandeira britânica fosse hasteada apenas em alguns dias do ano.

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Até então, a "Union Jack" ficava exposta diariamente na fachada da prefeitura, e os vereadores nacionalistas tinham pedido sua retirada definitiva para criar "um ambiente de neutralidade em uma cidade dividida".

Por conta de todos os protestos, representantes dos governos de Belfast, Londres e Dublin devem se reunir na próxima semana para analisar a situação.

Entenda a crise

A Irlanda do Norte é marcada pelo conflito entre as comunidades unionista e protestante, que defende a permanência no Reino Unido, e a católica nacionalista, que acredita que a região deve deixar o Reino Unido e se anexar à Republica da Irlanda.

As relações entre as duas partes começaram a ficar mais tensas a partir do final dos anos 1960, quando começou um ciclo de violência que durou mais de 30 anos, com episódios de tumultos nas ruas e campanhas de atentados a bomba. Mais de 3.000 pessoas morreram durante os conflitos, a maioria delas civis.

A Irlanda do Norte foi formada em 1921, depois que um acordo entre a Grã-Bretanha e a República da Irlanda — que declarou sua independência de Londres em 1916 — dividiu a ilha.

Pelo acordo, 26 condados passaram a pertencer à Irlanda, enquanto outros seis condados do norte, parte da Província do Ulster, ficaram sob o domínio do que passou a se chamar em 1927 de Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte.

Depois de décadas de conflitos, as relações entre a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte apresentam uma melhora.

Em junho de 2012, a rainha Elizabeth 2ª protagonizou, em visita à região, um momento histórico e inimaginável décadas atrás ao apertar a mão de Martin McGuinness, ex-líder do grupo guerrilheiro IRA, hoje vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte e responsável por um atentado que matou um primo da monarca.

O cumprimento representou uma nova fase da reconciliação entre a Inglaterra e a Irlanda do Norte. McGuinness era o número dois na linha de comando do IRA (Exército Revolucionário Irlandês) no dia conhecido como "Bloody Sunday" ("Domingo Sangrento"), nos anos 1970, quando tropas do Exército Britânico atiraram contra manifestantes e ativistas da Irlanda do Norte, resultando em 14 mortes.

Anos depois, no fim da década de 1990, ele foi um dos negociadores-chefe do acordo de paz entre as diferentes forças políticas locais, assim como entre a Irlanda do Norte e o governo britânico.

Conhecido como "Good Friday Agreement" ("Acordo de Sexta-feira Santa"), o pacto de paz de 1988 foi considerado um dos primeiros marcos políticos da administração do ex-premiê britânico Tony Blair.

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