O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, levou sua defesa desse aplicativo aos gabinetes do Congresso dos Estados Unidos, onde, segundo afirmou nesta quarta-feira ao jornal The Washington Post, tentou convencer diferentes legisladores de que o app não representa uma ameaça à segurança nacional.
“Temos que ter conversas sérias sobre quem o usa, que tipo de valor traz a eles, o que aconteceria se simplesmente fosse tirado de suas mãos”, disse Chew, em um momento em que cada vez mais vozes nos EUA defendem o veto do TikTok.
A direção administrativa do Congresso americano já vetou o download e o uso do aplicativo chinês em todos os aparelhos móveis do governo. Além disso, no fim de janeiro, dois parlamentares republicanos apresentaram um projeto de lei que busca banir o TikTok de qualquer dispositivo do país.
Atualmente, o app tem mais de 100 milhões de usuários nos Estados Unidos.
"Há mais de 100 milhões de vozes, e seria uma pena se nossos usuários ao redor do mundo não pudessem mais ouvi-las. [...] Não encaro a conversa 'vamos simplesmente banir o TikTok' de forma leviana. Não acho que seja uma questão trivial", acrescentou o executivo.
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Entre os congressistas com quem Shou se encontrou estava o democrata Michael Bennet, que, conforme retuitou hoje, lhe disse que o aplicativo representa um risco "inaceitável" à segurança dos EUA, "envenena" a saúde mental dos adolescentes e "prejudica" uma geração inteira de americanos.
"Entendemos que partimos de uma base de falta de confiança" e que a confiança não é conquistada "em uma reunião", admitiu Shou em sua entrevista ao Washington Post.
No último sábado (11), na emissora ABC, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, também deixou claro que um possível veto do TikTok é algo que deve ser analisado.
A controladora do aplicativo é a empresa de tecnologia chinesa ByteDance, que alguns criticam por seus laços com o Partido Comunista Chinês, embora o TikTok tenha negado acusações desse tipo no passado, tendo garantido que não censura conteúdo nem dá acesso ao governo chinês a seus dados.
A visita de Shou ao Congresso coincide com um momento de maior tensão entre a China e os Estados Unidos, depois que as autoridades americanas derrubaram, em 4 de fevereiro, um balão chinês que, segundo Washington, faz parte de um programa de espionagem e que Pequim garante utilizar apenas para fins científicos.
O FBI é um dos órgãos que têm manifestado preocupação com a possibilidade de o TikTok ser usado para trabalhos de espionagem. O próprio presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que, embora não tenha tomado uma decisão sobre a proibição de seu uso, não tem esse aplicativo no seu telefone.
"Não somos os primeiros nem os últimos a ser vinculados a todos os tipos de analogias injustas. Acredito muito que, em última análise, os fatos vencem. No fim, as pessoas são racionais. Pode ser estranho, às vezes, mas acho que estamos indo na direção certa ao pôr os dados na mesa", disse Shou hoje em sua defesa.
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