Desde o início da guerra na Síria, centenas de refugiados sírios, que fugiram do país cruzando a fronteira com a Turquia
APO mês de março marca o aniversário de seis anos de um dos mais violentos conflitos das últimas décadas. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 260 mil pessoas perderam a vida na guerra civil síria.
De acordo com a organização humanitária internacional MSF (Médicos Sem Fronteiras), as consequências da disputa vêm sendo fatais não só para os combatentes, mas também para milhares de civis — principalmente as mulheres e crianças do país.
Um relatório produzido pelo MSF e baseado em informações de 69 hospitais e clínicas apoiados pela organização no país mostra que as mulheres e crianças representaram de 30% a 40% dos e 7.009 mortos na guerra documentados pela ONG em 2015. Outros 154.647 sírios foram feridos no conflito apenas no ano passado.
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Presidente internacional do MSF, a dra. Joanne Liu avalia que as informações que constam no relatório revelam “uma realidade chocante”.
— Os números altos de mulheres e crianças feridas não deixam dúvidas de que as áreas civis foram alvo de campanhas militares ao longo de 2015.
Em 2015, com o início dos bombardeios russos na Síria, diversos relatos de ataques a escolas e hospitais foram denunciados pela mídia internacional. A escalada no conflito contou também com o Reino Unido e a França se juntando à campanha aérea conduzida pela coalizão liderada pelos Estados Unidos — o que aumentou ainda mais a violência no país.
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Com a adesão desses países ao conflito, quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU estão, atualmente, ativamente envolvidos com a guerra na Síria — o que contribui para a dificuldade em sua resolução.
— Membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU precisam responder pelo fracasso em cumprir com suas próprias resoluções e garantir que o horror de 2015 não se repita. Não podemos retornar aos níveis de violência do último ano.
Embora as informações médicas não façam distinção entre civis e não civis, o MSF avalia que o número de mulheres e crianças mortas e feridas é um indicador da quantidade de alvos não militares atingidos durante o conflito.
A organização lembra ainda de um parque infantil bombardeado em setembro na região de Homs — uma das mais atingidas por ataques, tanto do governo quanto dos rebeldes — e que deixou 24 mortos, dos quais 90% eram mulheres e crianças. No mesmo ataque, 86 pessoas ficaram feridas — 79% eram mulheres e crianças.
Mesmo com os índices alarmantes de mulheres e crianças mortas e feridas na guerra civil da Síria, a presidente internacional do MSF acredita que o número total é “certamente muito maior” do que o relatado, já que o levantamento da entidade é baseado apenas nas instalações apoiadas pelo grupo.
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