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Com contundente "não", gregos rejeitam proposta dos credores

Internacional|

Remei Calabuig. Atenas, 5 jul (EFE).- Os cidadãos da Grécia deram um contundente "não" à Europa ao rejeitarem, com ampla maioria, a proposta apresentada pelos credores de sua dívida e sobre a qual se expressaram no referendo realizado neste domingo. Segundo os resultados oficiais, após a apuração de 95% dos votos, o "não" vencia com 61,3% do total, enquanto o "sim" obtinha 38,7%, com uma participação popular de 62,5% em uma jornada que transcorreu sem incidentes de grandes proporções. "O referendo de hoje não tem vencedores, nem vencidos. É uma vitória em si mesmo. Mostramos que a democracia não pode ser chantageada", disse o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, em mensagem transmitida pela televisão. O premiê também destacou que agora é o momento de "restabelecer a coesão social", pois a convocação desta consulta popular gerou um clima de divisão entre os partidários de uma e outra opção. Tsipras garantiu que seu governo reiniciará amanhã as negociações com os credores para tentar chegar a um acordo com as instituições de quem recebeu empréstimos e afirmou que a prioridade no país é a reabertura dos bancos, que após a imposição de um controle de capitais estão há uma semana fechados. O primeiro-ministro acrescentou que, nesta ocasião, entrará na negociação a reestruturação da dívida, uma necessidade que, segundo ele, foi reconhecida inclusive pelo Fundo Monetário Internacional, que é, junto com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, uma das instituições credoras da dívida grega. Além disso, ele expressou sua confiança em uma solução para o problema de liquidez dos bancos e afirmou que o Banco Central Europeu "se dá conta da dimensão humana da crise". Após tomar conhecimento da vitória do "não", quem também se pronunciou publicamente foi o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, que afirmou que a partir de amanhã, com o "não" do povo grego, o governo poderá "estender uma mão de cooperação" aos parceiros e tentar buscar com eles um "lugar comum". "O 'não' é um 'não' à austeridade. É um retorno aos valores da Europa", frisou. Apesar do tom conciliador, o ministro reafirmou suas críticas às instituições ao ressaltar que, "durante cinco meses, rejeitaram qualquer debate sobre a austeridade e a dívida". Após a divulgação dos primeiros resultados, os membros do governo concordaram em afirmar que a vitória do "não" fortalece sua posição nas negociações, já que envia a mensagem à Europa de que os gregos desejam um acordo que ofereça novas perspectivas de futuro. O resultado do referendo fez hoje mesmo sua primeira vítima política, Antonis Samaras, presidente do principal partido da oposição, o Nova Democracia, e que tinha feito campanha pelo "sim". "O governo tem agora a responsabilidade de conseguir um acordo que evite que o país afunde. A vitória do 'não' será traduzida por alguns na Europa como vontade de sair da zona do euro. Peço aos parceiros para ajudar a Grécia a permanecer no euro", disse o líder do Nova Democracia e ex-primeiro-ministro conservador. Membros desta legenda pediram ao governo que faça todo o possível para que o país "volte à normalidade" o mais rápido possível e o cobraram para que tente diminuir a divisão social. EFE rc/id (foto) (vídeo)

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