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Com pena de morte oficializada, autor do atentado de Boston pede perdão

Internacional|

Cristina García Casado. Washington, 24 jun (EFE).- O coautor confesso do atentado da maratona de Boston de 2013, Dzhokhar Tsarnaev, quebrou nesta quarta-feira o silêncio que manteve durante todo o processo judicial e pediu perdão durante a audiência na qual um juiz federal oficializou a sentença de pena de morte contra ele estipulada por um júri em maio. O magistrado George A. O'Toole Jr., encarregado do caso, ditou hoje "pena de morte por execução" contra Tsarnaev por cometer junto com seu irmão Tamerlan um atentado no qual morreram três pessoas e 264 ficaram feridas, o pior massacre em solo americano desde os ataques do 11 de setembro de 2001. "Sinto pelas vidas que tirei, o sofrimento que causei, e o dano que provoquei, o irreparável dano", disse Tsarnaev, segundo informou o jornal "The Boston Globe", na audiência realizada em um tribunal de Boston. A sentença do juiz, que oficializa a decisão unânime adotada por um júri em 15 de maio, não põe um fim no processo, porque agora a defesa pode recorrer, como já anunciou que fará. Dessa forma, Tsarnaev, que tem 21 anos, poderia permanecer no corredor da morte durante décadas. O'Toole anunciou hoje que, como se tinha especulado, Tsarnaev será transferido ao corredor da morte da prisão de Terre Haute, no estado de Indiana. A pena capital contra Tsarnaev foi solicitada em nível federal, já que o estado de Massachusetts aboliu esta prática nos anos 80. Em suas palavras finais ao acusado, o juiz respondeu a suas alusões a Alá lhe dizendo: "Se você acredita em um Deus que quer que mate pessoas, você acredita em um Deus cruel. Esse não pode ser o Deus do islã". "(Os jihadistas islâmicos) te induziram não a um caminho de glória, mas a um julgamento e a uma condenação", acrescentou. Em seu discurso prévio, Tsarnaev tinha feito várias referências a Alá, a quem pediu que "tenha piedade" dele, de seu irmão e de sua família. Antes de Tsarnaev e o juiz falaram mais de 20 vítimas dos atentados, que expressaram a dor irreparável que sofreram e alguns deles chegaram inclusive a perdoar o acusado. Como foi a tônica geral ao longo de todo o processo judicial, Tsarnaev se mostrou hoje impassível ao escutar enquanto o juiz pronunciava sua sentença oficial à pena de morte, após o que deixou a sala algemado. O'Toole formalizou hoje o veredicto do júri, que determinou no último dia 15 de maio por unanimidade que Tsarnaev é culpado de seis das 17 acusações que podiam condená-lo à morte, embora no total estivesse acusado por 30 crimes. Entre eles o de uso de arma de destruição em massa por ter colocado panelas de pressão com explosivos, cheias de prego e metais, na abarrotada linha de chegada da maratona de Boston. Com sua decisão, o júri respaldou a versão da procuradoria de que o acusado quis provocar o maior dano possível em nome da jihad (guerra santa), diferente do que foi alegado durante o julgamento pela defesa, que argumentou que se deixou influenciar por seu irmão mais velho, Tamerlan, na hora de colocar as duas bombas caseiras. Em abril deste ano, o júri já tinha declarado Tsarnaev culpado das três mortes causadas pelas bombas caseiras na linha de chegada da maratona, assim como do assassinato do policial do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), Sean Collier. Os Tsarnaev mataram este policial do MIT durante uma perseguição na qual os irmãos lançaram explosivos, protagonizaram tiroteios e mergulharam Boston e seus arredores em um toque de recolher de 24 horas. EFE cg/rsd

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