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Conferência mundial na Argentina destaca desafios para inclusão de mulheres

Internacional|

Buenos Aires, 6 mai (EFE).- Ao completar 20 anos da Declaração de Pequim, que listou as mudanças necessárias para empoderar as mulheres, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) iniciou nesta quarta-feira na Argentina uma conferência que adverte sobre os desafios ainda pendentes na questão de gênero. Apesar do progresso alcançado nos últimos 20 anos, com maior presença de mulheres na política, nas escolas e nas empresas, assim como um notável avanço nos direitos reprodutivos, o Pnud reconheceu que ainda existem graves desigualdades de acesso a recursos e, sobretudo, a um emprego digno. Sob o lema "As mulheres e a inclusão social: de Beijing (Pequim) a Pós-2015", durante três dias representantes políticos e 179 organizações de 39 países debaterão e compartilharão experiências que promovam os direitos das mulheres no mundo todo. O trabalho doméstico não-remunerado, os serviços sociais, as políticas alimentares e a luta contra a violência de gênero são alguns dos problemas abordados. "Como erradicar a pobreza e incluir socialmente as mulheres na zona rural?, "Como melhorar sua autonomia?" e "Como evitar os fatores que agravam essa situação, como a violência e a exclusão baseada em idade, raça, etnia?" são algumas das perguntas que especialistas de países como Colômbia, Nigéria, Brasil, Espanha e Filipinas tentarão responder. "A Argentina é um país muito adequado para receber este evento pela presença de mulheres e o compromisso do país com elas", afirmou hoje a administradora do Pnud, Helen Clark, durante a abertura da conferência. Para Clark, se um país quer avançar, deve estabelecer leis que "integrem o empoderamento de mulheres e meninas com o desenvolvimento sustentável" e que contemplem a violência baseada no gênero como uma "barreira" para elas e para toda a sociedade. A ministra argentina de Desenvolvimento Social, Alicia Kirchner, que também participou da abertura, destacou a figura de Evita Perón, uma líder que há 60 anos conseguiu transmitir à sociedade argentina "outra visão na luta pelos direitos das mulheres". A ministra, presidente do programa MOST da Unesco, que estuda as transformações sociais no mundo todo, chamou as mulheres a não se conformarem" com os avanços sociais e políticos obtidos sobre a igualdade das mulheres. "Não pode haver igualdade de gênero sem justiça, inclusão e desenvolvimento social", destacou a ministra argentina. A diretora-executiva da entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o empoderamento das Mulheres, Phumzile Mlambo Ngcuka, denunciou que apesar do avançado desde o início da Plataforma de Ação, há 20 anos, o processo foi muito "lento e desigual, e ainda não há nenhum país no mundo que tenha alcançado igualdade total". "Para que a pobreza das mulheres seja história é preciso aumentar sua participação na política", apontou, antes de insistir que deve haver mais homens que se manifestem contra a violência de gênero. Além disso, insistiu que a maior causa estrutural da pobreza das mulheres é o trabalho informal que não garante a elas um salário mínimo e que impede o acesso à proteção social. A conferência se propõe como um espaço para debater e construir uma ampla perspectiva de futuro que permita consolidar o desenvolvimento das mulheres para que, em todas as partes do mundo, possa haver uma igualdade de gênero com a inclusão real e efetiva das mulheres. EFE ayv-ivc/cd

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