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Conheça a primeira mulher que se tornou general em Israel

Orna Barbivay é também vice-presidente do Parlamento e conta que as mulheres atuam como pilotos, oficiais da Marinha e soldados combatentes

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Orna se tornou general em 2011
Orna se tornou general em 2011 Orna se tornou general em 2011

A primeira mulher que chegou ao cargo de general em Israel, Orna Barbivay, 58 anos, acabou se tornando um símbolo no país. Ser mulher em Israel, afinal, é, além do acúmulo das atribuições mais comuns, ter a obrigação de prestar o serviço militar, em função das necessidades de segurança locais.

Veja também: Epidemia de coronavírus aproxima israelenses e palestinos

Ao deixar o Exército, em 2014, Orna entrou para a política e, atualmente, é a vice-presidente do Parlamento, pelo partido Yesh Atid. Para falar de suas experiências, e do papel da mulher na sociedade israelense, nesta quinta-feira (18), às 15h, ela irá participar de um webinar, desde Israel, organizado pelo Grupo de Liderança e Networking Feminino da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), em parceria com a Universidade de Haifa, o clube Hebraica e a Divisão Feminina do Fundo Comunitário.

Em entrevista ao R7, ela falou sobre como sua carreira pode continuar impulsionando outras mulheres na busca por um espaço cada vez maior no dia a dia do país. Confira.

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R7 - Israel é um país que sempre preservou a igualdade de gênero ou hoje as mulheres expandiram seu espaço na sociedade israelense?

Orna Barbivay - Israel, como um estado democrático, passou por uma mudança para melhor ao longo dos anos. Hoje em dia, podemos ver mulheres que lideram em vários campos diferentes e diversos, como ciência, medicina, tecnologia, educação e artes. Esse processo também afeta o IDF (Exército de Defesa de Israel), visto que as mulheres estão hoje servindo em posições que antes estavam fora do alcance delas (principalmente funções de combate).

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R7 - No dia a dia do país, quais as principais dificuldades das mulheres?

OB - É importante ressaltar que a jornada está longe de estar completa. Ainda existem diferenças salariais entre homens e mulheres em Israel que desempenham exatamente os mesmos trabalhos, e, se havia alguma dúvida sobre a dupla função das mulheres, entre família e carreira - a covid-19 expôs o fato de que elas são as primeiras a serem prejudicadas pela pandemia. Por exemplo, as mulheres representam 60% dos desempregados em Israel.

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R7 - Como as mulheres têm ampliado o tipo de contribuição para o Exército?

OB - Hoje, as mulheres estão mais integradas do que nunca nas posições operacionais e tecnológicas mais avançadas do mundo. Em Israel, há mulheres pilotos, oficiais da Marinha e soldados combatentes no mar, no ar e em terra.

Muitos deles são liberados após a conclusão do serviço obrigatório e não permanecem para o serviço de longo prazo de forma permanente. Na medida em que o IDF terá sabedoria suficiente para integrar mulheres em cargos seniores e importantes de tomada de decisão, isso representará uma contribuição significativa para sua capacidade de cumprir suas tarefas.

Infelizmente, desde que recebi o posto de major-general (o que equivale a general) há cerca de dez anos (assumiu em 2011) em minha posição como chefe da divisão de recursos humanos, não tantas mulheres foram nomeadas para cargos no posto de comando sênior no IDF, embora eu espere que haja uma mudança para melhor logo.

R7 - O fato de Israel ser um dos únicos países em que as mulheres são obrigadas a ir para o Exército é uma conquista feminina ou uma necessidade do país? Explique um pouco.

OB - Em um pequeno país como Israel, a vantagem humana se torna um de nossos maiores ativos. Portanto, recrutar mulheres para as IDF é essencial e parte integrante da capacidade do país de lidar com os desafios de segurança, econômicos e sociais. A lei do serviço militar obrigatório em Israel permite que as mulheres contribuam e desfrutem do desenvolvimento profissional e pessoal que lhes dá habilidades para a vida. Algumas das mulheres até continuam a se voluntariar no serviço da reserva, por senso de missão.

R7 - A importância das mulheres no Exército é proporcional à importância no Parlamento ou há ainda maior resistência às mulheres na política?

OB - No Knesset (Parlamento) israelense, há 30 mulheres entre 120 membros do Knesset. Este número é insatisfatório e requer alterações.

O fato de eu ocupar um cargo sênior na IDF e a experiência que adquiri lidando com questões em nível nacional me deram uma vantagem para entrar na arena política. Daí a importância que atribuo ao avanço de mais mulheres na IDF, a fim de possibilitar sua futura integração em cargos de chefia em todos os setores.

R7 - Como o discurso feminista é visto em Israel e como ele se insere na política israelense?

OB - A demanda por igualdade de gênero está se tornando mais legítima em face de outra campanha eleitoral, pois fica claro que as mulheres devem formar uma parte significativa de qualquer partido que aspira a ser um partido no poder. Como número dois no partido Yesh Atid (o segundo maior partido), vejo como meu dever promover as mulheres, reduzir as disparidades de gênero e garantir o estabelecimento de uma cultura de respeito e igualitária para com as mulheres, desde os processos educacionais até a oferta de oportunidades de integração de mulheres em todos os níveis.

R7 - Qual a importância de Golda Meir (primeira-ministra entre 1969 e 1974) para a inclusão da mulher na sociedade israelense? Em que sentido você considera Golda Meir um símbolo?

OB - O fato de Golda Meir ter surgido como a primeira primeira-ministra já na década de 1970 inspirou muitas mulheres em Israel a acreditar que isso é possível. A crise do coronavírus apenas enfatiza mais uma vez que as mulheres líderes em todo o mundo podem lidar de forma otimizada com as crises.

R7 - Quais mulheres foram sua referência?

OB - A mulher que mais me inspirou é minha mãe, que tem 83 anos e imigrou do Iraque para Israel quando era adolescente. Ela vem de uma família de 11 pessoas e nos educou aos valores do amor humano por todos os seres humanos, otimismo e que o sucesso vem com trabalho duro que às vezes envolve dificuldades. No entanto, essas dificuldades não devem nos deter em nossa jornada de vida da qual, afinal, devemos desfrutar.

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