O ataque fatal a um menino de 2 anos de idade em um resort da Disney na terça-feira (15), em Orlando, não foi o primeiro causado por um jacaré no parque temático, segundo Paul Santamaria, cidadão de New Hampshire que diz ter sido atacado no local quando ele tinha oito anos.
Diferentemente do caso do brasileiro Alexandre Teixeira, que sobreviveu a um ataque em 1996 e não ficou com traumas, Santamaria disse que nunca irá apagar tal experiência, na qual quase morreu, de sua memória, segundo informou o Daily News.
Ele, que hoje tem 38 anos, contestou a informação dada pelo xerife local de que a ocorrência em relação ao menino Lane Graves foi a primeira na Disney. E diz ter as cicatrizes como provas. Seus pais inclusive entraram com um processo contra a Disney.
— Foi igual comigo, sim aconteceu, e era eu!
O processo foi aberto na esfera federal em janeiro de 1988, segundo os registros judiciais. A acusação contra a Disney foi de negligência, já que a empresa não teria alertado os visitantes sobre a presença de jacarés, que foi em busca de visitantes para alimentá-lo depois de "perder o seu medo de seres humanos", segundo teria dito o guarda na época.
O ataque ocorreu em 1986 e Santamaria descreve as cenas que vêm em sua cabeça.
— O jacaré estava submerso onde eu não podia vê-lo, e quando agachei-me para atrair os patos para pegarem comida das minhas mãos, o animal saiu, me derrubou, cercou-me e agarrou minha perna. Ele começou a sacudir a cabeça e tentou me arrastar de volta para a água.
Seus irmãos Carolyn, então com 12 anos, e Joseph Jr., então com 10, correram para ajudar.
— Minha irmã me segurou em seus braços e me puxou do jacaré em um cabo de guerra. Meu irmão estava correndo em torno para pegar pedras e paus para bater nele. Lembro-me apenas de olhar para ele e pensar que tinha de começar a chutar. Com a minha perna livre, eu cavei meu calcanhar nele e fiz tudo o que podia.
Ele sentiu que foi erguido pelo jacaré. Mas Santamaria conseguiu escapar, após o animal desisitr de repente.
— Minha perna estava abaixo de sua garganta. Com a minha outra perna que estava disponível eu provavelmente poderia tocar na água com os dedos dos pés. Talvez ele ficou com medo ou para ele era muito esforço tentar continuar. Ele abriu a boca e me deixou ir
O homem disse ter ficado muito triste com a morte de Graves, imaginando como Matt Graves, o pai, sofreu enquanto lutava desesperadamente para salvar o filho.
— É assustador que os jacarés ainda estejam lá. Estão associados a essa zona de perigo. Pessoas da Flórida sabem, mas as de outro lugar não sei. Talvez eles devessem dar advertências verbais durante o check-in no hotel. Mas mesmo passando informes e colocando placas sobre presença de jacarés, não há garantia de que as pessoas iriam ler.
Ele não culpou desta vez a Disney pela morte da criança. Disse que a preocupação da família é em relação à sua própria dor pela perda. Não há informações, no caso de Santamaria, se sua família venceu o processo contra o parque.
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