Nicholas Henin foi capturado pelos radicais na Síria no ano passado e passou nove meses preso
Reprodução/dailymail.co.ukUm refém do grupo radical EI (Estado Islâmico) revelou que dividiu uma cela com os quatro homens decapitados pelo grupo e cujas execuções foram divulgadas em vídeo na internet.
Nicholas Henin, um jornalista francês, foi capturado pelos radicais na Síria no ano passado e passou nove meses preso ao lado de outros ocidentais — incluindo James Foley, Steven Sotloff, David Haines e Alan Henning.
O jornalista foi libertado em abril deste ano, poucos meses antes de a ofensiva do grupo por territórios da Síria e do Iraque se tornar mais violenta e eficaz.
De acordo com informações do tabloide britânico Daily Mail, Henin disse que, apesar do tempo ter passado, ainda não se sente livre dos horrores do cativeiro e das memórias dos assassinatos brutais de companheiros de cela.
"Normalmente, quando você é um refém, no momento de sua liberação você está livre. Eu não estou", disse ele.
— Minha mente ainda está em uma cela na Síria, porque eu posso acordar com a notícia de que um dos meus ex-companheiros de cela foram mortos e isso me traz de volta há alguns meses atrás. É muito brutal.
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Henin disse que era mais próximo dos trabalhadores humanitários britânicos David Haines e Alan Henning.
— Alan era um inocente, uma espécie de urso de pelúcia. Sempre disposto a ajudar os outros.
"Não havia privacidade, nós ficávamos presos numa sala durante 24 horas por dia, sete dias por semana", disse ele.
— Fazíamos as refeições juntos, dormíamos ao lado um dos outros. Conversávamos sobre tudo: a vida, esperanças, expectativas.
O francês contou também que uma parte dos reféns do grupo aceitaram se converter ao Islã, na esperança de que a religião pudesse ajudar a salvar suas vidas.
Ele também disse que descreveu como um número de reféns se converteu ao Islã como eles se sentiram religião iria ajudá-los a lidar com os horrores do cativeiro nas mãos do Estado Islâmico chamado.
Entre esses convertidos, está Peter Kassig, um cidadão norte-americano que apareceu sob ameaça do grupo no vídeo da decapitação de Alan Henning.
Segundo o jornalista, a conversão do jovem de 26 anos foi sincera e não para conseguir qualquer tipo de benefício entre os radicais.
— Ele pensou que o Islã lhe daria a força para lidar com as dificuldades do cativeiro.