Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

"É importante falar sobre o legado de um período de violência", diz documentarista de filme sobre conflito na Irlanda do Norte

Em 30 anos de confrontos, 3.500 pessoas morreram e 40 mil ficaram feridas

Internacional|Marta Santos, do R7

Irlanda do Norte divide uma ilha com a República da Irlanda, mas faz parte do Reino Unido
Irlanda do Norte divide uma ilha com a República da Irlanda, mas faz parte do Reino Unido Irlanda do Norte divide uma ilha com a República da Irlanda, mas faz parte do Reino Unido

A Etec (Escola Técnica Estadual) Parque da Juventude recebeu na noite desta segunda-feira (21) o documentarista Cahal McLaughlin, da Universidade Queen's de Belfast, na Irlanda do Norte, para a apresentação de seu filme “We Were There” (“Nós estávamos lá”, em tradução livre).

O documentário retrata a experiência de mulheres que trabalharam ou que tinham parentes nas prisões masculinas de Maze e Long Kesh, que estavam em operação nos 30 anos de violência política que aconteceram no país entre 1968 e 1998.

— São histórias muito sensíveis politicamente e psicologicamente, mas é importante conhecer e falar sobre o legado de um período de violência. Esses locais eram muito violentos, morreram tanto presos quanto guardas do lado de fora das prisões, por isso era importante reunir mulheres de ambos os lados e mostrar suas diferentes visões sobre o que aconteceu naquela época.

Casa Branca entra em alerta por pacote suspeito

Publicidade

Restos humanos são encontrados em destróier norte-americano

Segundo McLaughlin, o documentário é uma forma de preservar a memória prisional do país, para além do que é ensinado nas aulas de história.

Publicidade

— A memória é muito frágil e é justamente isso que queríamos mostrar. Não tínhamos a intenção de apresentar documentos ou fatos históricos, que, muitas vezes, já são de conhecimento público. A ideia era mostrar as lembranças dessas mulheres, seus pontos de vista, mesmo que falhos.

Ivan Marques, diretor-executivo no Instituto Sou da Paz e que também participou do evento, ressalta a importância da preservação da memória para que as pessoas entendam melhor seu papel na sociedade e aprendam a se colocar no lugar do próximo.

Publicidade

— Eu sou filho e sobrinho de pessoas que sofreram violência do Estado durante a época da ditadura, e contar essa história em casa sempre foi uma maneira de ser mais crítico sobre o que aconteceu. A memória tem esse poder de deixar as pessoas mais atentas a sua volta e isso certamente contribuiu para que eu me engajasse. O impacto do que aconteceu, seja aqui ou na Irlanda do Norte, ainda prevalece, mesmo com o passar dos anos.

O conflito irlandês

A Irlanda do Norte se formou em 1921, depois que um acordo entre a Grã-Bretanha e a República da Irlanda - que declarou sua independência de Londres em 1916 - dividiu a ilha.

O principal motivo para o conflito eram as desavenças sobre religião e se a região deveria fazer parte da Irlanda ou do Reino Unido.

De um lado, pessoas ligadas à comunidade unionista protestante, defendiam a continuidade do domínio de Londres. De outro, a comunidade católica nacionalista, que queria a separação do Reino Unido para se anexar à República da Irlanda.

Nos 30 anos de violência que assolaram o país, 3.500 pessoas morreram e 40 mil ficaram feridas em confrontos.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.