Keiko tenta desvincular sua campanha de seu pai, considerado um ditador no Peru
Wikimedia CommonsOs peruanos foram às urnas neste domingo (10) para votar numa eleição presidencial que deve se mostrar favorável à candidata Keiko Fujimori, embora os eleitores críticos, que não perdoam o governo autoritário do pai da candidata, devam conseguir levar a disputa para um segundo turno, em junho.
De acordo com o o instituto de pesquisa Ipsos, Keiko tem 37,8% dos votos e deve disputar o segundo turno contra o candidato favorito de Wall Street, o ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski, com 20,9% dos votos.
Leia mais sobre o que acontece no mundo
Kuczynski está empatado tecnicamente com a congressista Verónika Mendoza, de 35 anos, que aparece com 20,3% dos votos válidos. As pesquisas de boca de urna trazem dados extraoficiais. A estimativa é de mais de 22 milhões de peruanos tenham ido às urnas neste domingo.
Fujimori promete democracia
A ex-parlamentar que estudou nos Estados Unidos tentou desde o início da campanha se desvincular de seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori que está na prisão, depois de ter perdido por pouco nas eleições de 2011 para o atual mandatário, Ollanta Humala.
Uma populista de centro-direita, Fujimori prometeu preservar a democracia e manter intactas as políticas de livre mercado que vêm sendo implantadas pelos últimos 25 anos.
Confirmados os números de boca de urna, a candidata de 40 anos terá obtido 10 pontos percentuais a menos do que o necessário para garantir uma vitória no primeiro turno. O apoio a Keiko caiu depois que dezenas de milhares de manifestantes protestaram contra ela em 5 de abril, 24 anos após seu pai ter fechado o Congresso com o apoio do Exército.
Keiko Fujimori continuou entusiasmada em face das críticas, vendendo a si mesma como a candidata mais forte para enfrentar a criminalidade e o fraco crescimento econômico, numa campanha na qual fez várias visitas a áreas pobres nas províncias.
Desafios do Peru
Os peruanos vão escolher o sucessor de Humala num momento em que seu país de 30 milhões de habitantes se prepara para se tornar o segundo maior produtor de cobre do mundo, após duas décadas de crescimento econômico ininterrupto.
No entanto, a crescente criminalidade é uma das principais preocupações dos eleitores e muitos questionaram por que a pobreza persiste em meio a tante riqueza mineral.
O pai de Keiko, um populista de direita que cumpre pena de 25 anos de prisão por violações de direitos humanos e corrupção durante seu governo entre 1990 e 2000, é lembrado com simpatia por alguns por ter construído escolas rurais e hospitais, tendo implantado reformas neoliberais que continuam em vigor.
Assine o R7 Play e assista à Record onde e quando quiser
Copyright © Thomson Reuters.