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Esperança de milagre se esvai entre escombros de fábrica no Kentucky

Com a proximidade do Natal, a empresa funcionava com capacidade total, até mesmo à noite

Internacional|

Equipes de resgate buscam sobreviventes nos escombros de fábrica de velas em Mayfield (Kentucky)
Equipes de resgate buscam sobreviventes nos escombros de fábrica de velas em Mayfield (Kentucky) Equipes de resgate buscam sobreviventes nos escombros de fábrica de velas em Mayfield (Kentucky)

Era um edifício industrial comum, baixo, amplo e moderno. Tinha algumas janelas e um cartaz que anunciava o seu proprietário: "MCP, Mayfield Consumer Products". Nada mais.

Dentro do que uma vez foi uma fábrica, dezenas de trabalhadores ficaram presos, na sexta-feira (10) à noite, depois da passagem do tornado mais potente da história do Kentucky e possivelmente dos Estados Unidos. 

Cento e dez pessoas trabalhavam naquele momento fabricando velas aromáticas e fragrâncias para residências. Com a proximidade das celebrações natalinas, a fábrica funcionava com capacidade total, inclusive à noite. 

O tornado, no entanto, destruiu o edifício, assim como boa parte da cidade de Mayfield.

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Desde a tarde de sexta-feira os socorristas buscam sobreviventes desesperadamente, entre os escombros da fábrica, um emaranhado de vigas retorcidas e chapas empilhadas de alguns metros de altura. 

Segundo o bombeiro voluntário Jason Riccinto, não há palavras que possam descrever a devastação no local. 

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"Ontem escavamos nos escombros, fiquei oito horas ali. Na noite anterior, trabalhamos até as 4 da manhã. Nunca vi nada igual na minha vida", disse ele à AFP. 

Os socorristas tentam avançar com retroescavadeiras e guindastes, enquanto cães farejadores vasculham os escombros. 

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Quarteirões inteiros foram destruídos por tornados na cidade de Mayfield
Quarteirões inteiros foram destruídos por tornados na cidade de Mayfield Quarteirões inteiros foram destruídos por tornados na cidade de Mayfield

Stephen Boyken, pastor de uma igreja da cidade, e outros moradores foram ao local na noite de sexta-feira para ajudar na operação.

"As pessoas gritavam, estavam assustadas. Peguei nas mãos dos que estavam presos sob um muro de tijolos", contou ele à AFP. "Foi muito difícil, saímos esgotados, mas outros ficaram para seguir buscando."

Cerca de 40 funcionários da fábrica foram resgatados, anunciou o governador do Kentucky, Andy Beshear, sem especificar o número de pessoas que conseguiram sair sozinhas. 

Diante dessa incerteza, a ansiedade aumenta e a esperança de encontrar sobreviventes diminui com o passar das horas.

"Seria um milagre incrível porque desde as 3h30 da manhã de ontem não encontramos mais ninguém com vida", declarou Beshear à CNN. 

O governador disse, neste domingo (12), que pelo menos 80 pessoas tinham morrido no Kentucky, a maioria em Mayfield, e a fábrica de velas estava bem no meio da trajetória do tornado. 

Nessa pequena cidade de 10.000 habitantes, o MCP era um importante empregador. 

Uma empresa familiar bem-sucedida, fundada em 1998, que lançou recentemente um plano para aumentar sua fábrica, uma raridade em um país no qual as pequenas indústrias manufatureiras sofrem com a concorrência internacional. 

"Nossa fábrica em Mayfield foi destruída em 10 de dezembro de 2021 por um tornado; tragicamente, trabalhadores morreram e ficaram feridos", disse o proprietário da companhia, Troy Propes, em mensagem publicada no site da companhia. 

"Nossa empresa é de propriedade e gestão familiar e amamos nossos funcionários, alguns dos quais estão há muitos anos conosco", acrescentou. Detentos da penitenciária local também trabalhavam na fábrica. 

Os poucos relatos de sobreviventes que vieram à tona descrevem cenas de caos e angústia. 

Kyanna Parsons-Perez, uma funcionária que estava dentro da fábrica quando o tornado passou, transmitiu alguns desses momentos ao vivo, pelo Facebook, para pedir ajuda. 

A escuridão quase total é a grande protagonista dos vídeos, nos quais é possível ouvir choro e gritos de alguns de seus companheiros. Também é perceptível a voz de uma mulher que tenta tranquilizar os demais.

Por sorte a jovem sobreviveu a esse inferno. "Definitivamente, foi a experiência mais terrível da minha vida", disse ela à imprensa local. 

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