Amorim destacou a criação do Centro de Defesa Cibernética do Exército como exemplo de modernização da defesa do Brasil
Valter Campanato/29.07.2013/ABrEm palestra para militares durante cerimônia pelo centenário da Escola de Guerra Naval, no Rio, o ministro da Defesa, Celso Amorim, associou, na segunda-feira (24), o episódio de espionagem do governo brasileiro pelos Estados Unidos à competição por recursos naturais.
— Não é à toa que a Petrobras e o nosso Ministério das Minas e Energia foram alvo de espionagem digital.
No discurso, Amorim destacou o programa de submarinos da Marinha, a criação do Centro de Defesa Cibernética do Exército e a recente aquisição de novas aeronaves de combate da Força Aérea, classificados por ele como "marcos históricos da modernização da Defesa no Brasil".
Após a palestra, o ministro não quis comentar a recente revisão do Manual da Garantia da Lei e da Ordem, documento que define normas para o engajamento das Forças Armadas no papel de polícia. Na primeira versão, publicada em dezembro, o manual apresentava movimentos sociais como "força oponente" a ser enfrentada.
— O manual foi revisto, não tenho nada a dizer, está autoexplicado.
O ministro lembrou os esforços capitaneados por Brasil e Alemanha com o objetivo de estabelecer um quadro normativo global que proteja a privacidade dos cidadãos e a segurança dos Estados.
— Mas também é preciso ter presente o nexo que associa a competição por recursos naturais às intrusões eletrônicas em nossa soberania.
Em setembro de 2013, na Assembleia-Geral das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff criticou a espionagem americana, que definiu como "violação de direitos humanos".
As revelações fizeram Dilma cancelar a visita de Estado que faria aos EUA.
O evento pelo centenário da Escola de Guerra Naval prossegue nesta terça-feira (25), o Rio. Está prevista para as 11 horas uma cerimônia militar presidida pelo comandante da Marinha.
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