Equilíbrio marca disputa entre Hillary e Trump na Flórida
ReutersConsiderado um Estado oscilante, a Flórida tem se apresentado como uma região fundamental para definir as eleições presidenciais americanas. A característica "latina" do Estado é marcada por vieses políticos que dividem inclusive esta comunidade. Como no caso dos cubanos, que costumavam votar mais nos republicanos e agora, com o surgimento de gerações mais jovens, começam a optar pelos democratas.
Um dos motivos que fazem da Flórida um estado-chave (swing state) decorre do fato de ser um dos Estados com maior número de delegados ("grandes eleitores"), escolhidos nas primárias e nos caucases meses antes. Atualmente, o Estado tem 29 delegados cujos votos não são divididos. Neste caso, vencendo a disputa o candidato ganha os 29 votos do colégio eleitoral. As últimas pesquisas revelaram equilíbro, mas com Hillary Clinton (que liderou praticamente o tempo inteiro) perdendo espaço para Donald Trump.
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Este fato, aliado à grande quantidade de latinos torna o Estado da Flórida, cuja população é de 12 milhões de habitantes, um dos protagonistas das eleições. Segundo o Censo de 2010, os hispânicos representam 23% da população da Flórida. Destes, 29% são de origem cubana, 20% porto-riquenha e 15% mexicana, entre outros.
Nos últimos dias, tanto Hillary quanto Trump intensificaram a campanha na Flórida. No domingo, a democrata fez um comício no sul do Estado, onde o número de eleitores latinos é maior, o evento acabou sendo interrompido por uma forte chuva. Já o republicano esteve no sábado (5) de manhã em Tampa, onde criticou Hillary por apoiar o plano de saúde conhecido como Obamacare.
Colégio eleitoral
Como nas eleições americanas, o que vale é o número de votos conquistados no colégio eleitoral, e não a maior quantidade entre os eleitores totais do país (225,8 milhões), vencer na Flórida praticamente dá a vitória ao candidato. O colégio eleitoral é composto por 538 membros e são necessários 270 votos destes membros para chegar à vitória.
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Em três ocasiões na história dos Estados Unidos (1876, 1888 e em 2000), um candidato com maior número de votos no país foi derrotado por causa da contagem do Colégio Eleitoral. O último deles, em 2000, foi o ex-vice-presidente democrata Al Gore, derrotado pelo republicanos George W. Bush (presidente entre 2001 e 2009).
Exemplo pessoal
No caso de Gore, além disso, houve a questão dos votos perfuráveis que ficaram com o papelzinho pendurado (hanging chads) e não entraram na contagem, que lhe seria favorável. Por via das dúvidas, além dos fortes investimentos dos democratas (um total de cerca de US$ 149 milhões e outros cerca de US$ 7 milhões de Trump), Gore foi até o Estado fazer campanha em favor de Hillary, colocando sua situação como um exemplo.
— O seu voto conta mesmo, mesmo, mesmo. E eu sou uma prova disso.
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Acima da Flórida, apenas a Califórnia, com 55 membros e o Texas, com 38 contabilizam maior número de grandes eleitores. Já o Estado de Nova York também tem 29 grandes eleitores.
O Departamento Eleitoral da Flórida informou nesta semana que mais de 4 milhões de eleitores registrados no Estado já haviam votado antecipadamente (2.023.002) ou por correio (2.054.519). O número representa 33% de votos antecipados no Estado.
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