Em uma mão elas seguram suas bolsas e pertences. Na outra, um rifle ou fuzil, prontas para atirar. Com o corpo todo coberto pela burca ou pelo hijab, o véu muçulmano, as mulheres de Bagdá se preparam para o confronto que está tomando o Iraque.
Com os intensos ataques do grupo radical Estado Islâmico (EI) no país, as mulheres recebem treinamento das forças do governo para defenderem as casas enquanto seus maridos estão no front de batalha
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Em um primeiro momento, um membro das Forças Armadas do Iraque mostra as suas aprendizes como manejar as armas com segurança. Elas aprendem a mirar e atirar no alvo.
"Depois de atirar, baixe a arma em segurança", diz o homem, que é observado com medo e curiosidade
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Na segunda vez, são elas que fazem tudo sozinhas.
Com suas sapatilhas coloridas, elas posicionam os rifles em direção a um painel e puxam o gatilho. De acordo com a CNN, que fez a reportagem, o barulho e o peso da arma assustam as mulheres, que logo acostumam
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Os cursos duram cinco dias e são oferecidos pela Brigada Badr, uma poderosa milícia xiita, com cerca de dez mil membros.
A Badr, que luta contra os radicais do Estado Islâmico, dão o treinamento para esposas, mães, irmãs e filhas de homens do grupo
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As mulheres não estão se preparando para lutar na linha de frente da batalha, mas para defenderem suas casas e famílias na ausência dos maridos, caso haja algum ataque por parte dos sunitas do EI.
De acordo com a CNN, mais de 450 mulheres já passaram pelo treinamento, desde quando o grupo começou, no início do ano.
As ações do EI aumentaram ainda mais o interesse das mulheres no combate
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"Milhares de mulheres estão na lista de espera para passarem pelo treinamento", disse o major Kareem Abdullah, da Brigada Badr.
De acordo com Abdullah, o número de mulheres com interesse de participar do preparo aumentou em junho, depois dos ataques do EI na segunda maior cidade do Iraque, Mosul.
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— Estamos treinando essas mulheres para deixá-las prontas caso o EI ataque seus bairros. Elas serão as únicas capacitadas para defenderem suas casas e famílias
As mulheres que participam do curso têm idades entre 14 e 60 anos e quase todas já tiveram algum mártir na família, seja no conflito atual contra o EI, ou na Guerra do Iraque, no início dos anos 2000.
Os soldados que ensinam as mulheres garantem que em uma semana elas aprendem a atirar bem o suficiente para defenderem seus bens e vida.
Nesse treinamento, Ageel Fadhil, é a mais nova. Seu véu branco a diferencia das demais mulheres já casadas. Para ela, o curso é fundamental. "Quando meu pai e minha mãe não estiverem em casa, quem vai fazer alguma coisa se alguém vier me matar?"
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Ageel é filha de Shama, que é oficial da polícia iraquiana e foi treinada durante a ocupação norte-americana no país. Com uma farda diferenciada, Shama é uma das recrutas. Ela disse que não é isso que sonha para a filha, mas que entende que essa é a realidade do país onde vivem