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Há 70 anos, líderes nazistas eram executados após julgamento em Nuremberg

Tribunal julgou membros do regime e foi um dos embriões da ONU e da Declaração dos Direitos Humanos

Internacional|Do R7

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Neste dia 16 de outubro se completam 70 anos da execução dos condenados em Nuremberg (constituídos de uma série de tribunais militares), julgamento que analisou a participação dos mentores e colaboradores do regime nazista na Alemanha. O processo durou quase um ano, de 20 de novembro de 1945 (cerca de seis meses após a rendição do governo de Adolph Hitler na Segunda Guerra Mundial) até 1º de outubro de 1946, quando foram proferidas as sentenças
Coordenado pelo procurador-geral americano Robert H. Jackson, cujo apelido era Justice Jackson, o procedimento contou com a participação de juízes e advogados dos EUA, Grã-Bretanha, União Soviética e França, que, de forma compartilhada, se dividiram para julgar os réus do processo. Segundo o professor Márcio Coimbra, coordenador do curso de Relações Institucionais do Ibmec em Brasília, o tribunal foi um marco na história do Estado de Direito
— O julgamento mostra que exisitia um Estado de Direito internacional afirmando que o direito à vida e à liberdade são inalienáveis e que qualquer lei deveria respeitá-lo. Quando se fez o julgamento de Nuremberg, a base foram os princípios. Um país não pode violar o direito à vida, à liberdade religiosa, de locomoção, como fez a legislação alemã. Com base nos princípios, se fez o julgamento dos nazistas e isso deixou como legado que nenhuma legislação pode violar direitos fundamentais
Durante os trabalhos foram apresentadas as evidências, com amplo direito de defesa. Cada acusado tinha advogado. Muitas comprovações foram apresentadas por documentos compilados pelo general Willian Donovan, chefe da OSS, agência militar de espionagem que originou a CIA. Coimbra conta que Nuremberg foi o centro escolhido porque, no auge, Hitler escolheu a cidade para os desfiles que demonstravam o "poderio" nazista
— A escolha da cidade de Nuremberg para o julgamento foi simbólica também. Os nazistas foram julgados onde eles celebravam o seu apogeu, o que passou uma mensagem subliminar que mostrava que onde eles apresentaram o seu ápice foram julgados após a derrota
Foram várias provas contra os nazistas acusados. Estas acumularam 47 caixas de documentos (1,5 tonelada) do Partido Nazista e 12 volumes de documentos secretos sobre as decisões governamentais na política externa, além de horas e horas de gravações em áudio e vídeo
A partir do julgamento, leis de defesa dos direitos humanos, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos; o Tribunal Penal de Haia e a Organização das Nações Unidas foram concebidas, além da 4ª Convenção de Genebra, tratado que aprimora o Direito Humanitário Internacional, inclusive nas guerras 
As decisões da Conferência de Bretton Woods, ocorrida em 1944, que criou o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, também saíram fortalecidas com o julgamento. Segundo Coimbra, foram pontos importantes criados para impedir que um país ficasse inviável economicamente, como ocorreu com a Alemanha após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), cuja precariedade das finanças deu margem à ascensão do nazismo
O objetivo do julgamento, que foi seguido de tribunais direcionados a juristas, médicos e outros profissionais colaboracionistas, era fazer justiça aos mentores de um regime imperialista e racista, detonador da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e principal responsável pela morte de pelo menos entre 50 e 85 milhões de pessoas, das quais cerca de seis milhões de judeus e outros tantos ciganos, negros, homossexuais, pessoas com deficiência, civis e combatentes
De 24 acusados, 12 foram condenados à morte após ficarem por meses detidos no presídio de Nuremberg, onde foram executados. Hermann Göering (foto), que chegou ao posto mais alto do regime, abaixo apenas do de Hitler, foi um dos que receberam a pena capital. No fim da guerrra ele já estava em baixa, tendo perdido sua função e sido colocado de lado por causa das derrotas alemãs
Göering, porém, se suicidou na manhã da execução, tomando uma dose de veneno adquirido de fonte desconhecida. Entre os executados por enforcamento estavam os ex-ministros do Exterior, Joachim von Ribbentrop; do Interior, Wilhelm Frick; o ex-chefe de recrutamento de trabalhadores forçados, Fritz Sauckel; os chefes do Alto Comando das Forças Armadas, Alfred Jodl e Wilhelm Keitel (na foto, advogados de defesa dos acusados)
Outros enforcados foram Hans Frank (governador da Polônia ocupada); Ernst Kaltenbrunner (chefe do escritório central de segurança do Reich, em que estava a Gestapo); o idealizador do nazismo e ministro dos territórios orientais ocupados do Leste, Alfred Rosemberg (na foto, parte dos acusados) e o líder da anexação da Áustria e Arthur Seyss-Inquart (líder da anexação da Áustria e líder regional dos Países Baixos)
Também foi morto Julius Streicher  (editor do jornal antissemita Der Stürmer e Diretor do Comitê Central para Defesa contra Atrocidades dos Judeus e Boicote de Propaganda). Martin Bormann, vice-líder do Partido Nazista e secretário particular de Hitler, foi um dos 12 condenados à morte, mas não foi capturado. O julgamento, segundo Coimbra, deixou outro legado Documentos do braço direito de Hitler, o nazista Himmler, são divulgados em Israel
— Os nazistas foram julgados por princípios legais, não foram simplesmente jogados na prisão e executados. Tiveram o direito a julgamento, com direito de defesa pleno, algo que eles sempre negaram. A pena de morte não é muito aceita hoje, mas, dentro da gravidade dos crimes, pode-se dizer que, quando aplicada pelo tribunal de Nuremberg, foi uma pena de exceção para um regime de exceção Conheça o R7 Play e assista a todos os programas da Record na íntegra!

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Neste dia 16 de outubro se completam 70 anos da execução dos condenados em Nuremberg (constituídos de uma série de tribunais militares), julgamento que analisou a participação dos mentores e colaboradores do regime nazista na Alemanha. O processo durou quase um ano, de 20 de novembro de 1945 (cerca de seis meses após a rendição do governo de Adolph Hitler na Segunda Guerra Mundial) até 1º de outubro de 1946, quando foram proferidas as sentenças
Coordenado pelo procurador-geral americano Robert H. Jackson, cujo apelido era Justice Jackson, o procedimento contou com a participação de juízes e advogados dos EUA, Grã-Bretanha, União Soviética e França, que, de forma compartilhada, se dividiram para julgar os réus do processo. Segundo o professor Márcio Coimbra, coordenador do curso de Relações Institucionais do Ibmec em Brasília, o tribunal foi um marco na história do Estado de Direito
— O julgamento mostra que exisitia um Estado de Direito internacional afirmando que o direito à vida e à liberdade são inalienáveis e que qualquer lei deveria respeitá-lo. Quando se fez o julgamento de Nuremberg, a base foram os princípios. Um país não pode violar o direito à vida, à liberdade religiosa, de locomoção, como fez a legislação alemã. Com base nos princípios, se fez o julgamento dos nazistas e isso deixou como legado que nenhuma legislação pode violar direitos fundamentais
Durante os trabalhos foram apresentadas as evidências, com amplo direito de defesa. Cada acusado tinha advogado. Muitas comprovações foram apresentadas por documentos compilados pelo general Willian Donovan, chefe da OSS, agência militar de espionagem que originou a CIA. Coimbra conta que Nuremberg foi o centro escolhido porque, no auge, Hitler escolheu a cidade para os desfiles que demonstravam o "poderio" nazista
— A escolha da cidade de Nuremberg para o julgamento foi simbólica também. Os nazistas foram julgados onde eles celebravam o seu apogeu, o que passou uma mensagem subliminar que mostrava que onde eles apresentaram o seu ápice foram julgados após a derrota
Foram várias provas contra os nazistas acusados. Estas acumularam 47 caixas de documentos (1,5 tonelada) do Partido Nazista e 12 volumes de documentos secretos sobre as decisões governamentais na política externa, além de horas e horas de gravações em áudio e vídeo
A partir do julgamento, leis de defesa dos direitos humanos, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos; o Tribunal Penal de Haia e a Organização das Nações Unidas foram concebidas, além da 4ª Convenção de Genebra, tratado que aprimora o Direito Humanitário Internacional, inclusive nas guerras 
As decisões da Conferência de Bretton Woods, ocorrida em 1944, que criou o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, também saíram fortalecidas com o julgamento. Segundo Coimbra, foram pontos importantes criados para impedir que um país ficasse inviável economicamente, como ocorreu com a Alemanha após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), cuja precariedade das finanças deu margem à ascensão do nazismo
O objetivo do julgamento, que foi seguido de tribunais direcionados a juristas, médicos e outros profissionais colaboracionistas, era fazer justiça aos mentores de um regime imperialista e racista, detonador da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e principal responsável pela morte de pelo menos entre 50 e 85 milhões de pessoas, das quais cerca de seis milhões de judeus e outros tantos ciganos, negros, homossexuais, pessoas com deficiência, civis e combatentes
De 24 acusados, 12 foram condenados à morte após ficarem por meses detidos no presídio de Nuremberg, onde foram executados. Hermann Göering (foto), que chegou ao posto mais alto do regime, abaixo apenas do de Hitler, foi um dos que receberam a pena capital. No fim da guerrra ele já estava em baixa, tendo perdido sua função e sido colocado de lado por causa das derrotas alemãs
Göering, porém, se suicidou na manhã da execução, tomando uma dose de veneno adquirido de fonte desconhecida. Entre os executados por enforcamento estavam os ex-ministros do Exterior, Joachim von Ribbentrop; do Interior, Wilhelm Frick; o ex-chefe de recrutamento de trabalhadores forçados, Fritz Sauckel; os chefes do Alto Comando das Forças Armadas, Alfred Jodl e Wilhelm Keitel (na foto, advogados de defesa dos acusados)
Outros enforcados foram Hans Frank (governador da Polônia ocupada); Ernst Kaltenbrunner (chefe do escritório central de segurança do Reich, em que estava a Gestapo); o idealizador do nazismo e ministro dos territórios orientais ocupados do Leste, Alfred Rosemberg (na foto, parte dos acusados) e o líder da anexação da Áustria e Arthur Seyss-Inquart (líder da anexação da Áustria e líder regional dos Países Baixos)
Também foi morto Julius Streicher  (editor do jornal antissemita Der Stürmer e Diretor do Comitê Central para Defesa contra Atrocidades dos Judeus e Boicote de Propaganda). Martin Bormann, vice-líder do Partido Nazista e secretário particular de Hitler, foi um dos 12 condenados à morte, mas não foi capturado. O julgamento, segundo Coimbra, deixou outro legado Documentos do braço direito de Hitler, o nazista Himmler, são divulgados em Israel
— Os nazistas foram julgados por princípios legais, não foram simplesmente jogados na prisão e executados. Tiveram o direito a julgamento, com direito de defesa pleno, algo que eles sempre negaram. A pena de morte não é muito aceita hoje, mas, dentro da gravidade dos crimes, pode-se dizer que, quando aplicada pelo tribunal de Nuremberg, foi uma pena de exceção para um regime de exceção Conheça o R7 Play e assista a todos os programas da Record na íntegra!

Neste dia 16 de outubro se completam 70 anos da execução dos condenados em Nuremberg (constituídos de uma série de tribunais militares), julgamento que analisou a participação dos mentores e colaboradores do regime nazista na Alemanha. O processo durou quase um ano, de 20 de novembro de 1945 (cerca de seis meses após a rendição do governo de Adolph Hitler na Segunda Guerra Mundial) até 1º de outubro de 1946, quando foram proferidas as sentenças

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