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O principal grupo de oposição da Síria acusou o regime de Bashar al Assad de ter matado mais de 650 pessoas nesta quarta-feira (21) em um ataque com armas químicas contra os subúrbios de Damasco.
"Mais de 650 mortes confirmadas em um ataque com armas químicas na Síria", afirma a Coalizão Nacional em sua conta no TwitterMohamed Abdullah/Reuters
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Ativistas disseram que foguetes com agentes químicos atingiram os subúrbios de Damasco de Ain Tarma, Zamalka e Jobar durante intenso bombardeio pelas forças do governo na madrugada
DSK / Local Committee of Arbeen / AFP
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O governo sírio negou que tivesse usado armas químicas.
"As alegações de uso de armas químicas pelo Exército sírio hoje em áreas da Província de Damasco são nulas, vazias e totalmente infundadas", afirmou o Exército em uma declaração lida por um oficial na televisão estatal.
Acima, menino que seria sobrevivente do suposto ataque químico se recupera em hospitalREUTERS/Bassam Khabieh
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Várias imagens, algumas delas registradas pela agência de notícias Reuters, mostram dezenas de corpos, incluindo de crianças pequenas, alinhados no chão de uma clínica médica, sem sinais visíveis de ferimentos. A Reuters informa que não conseguiu verificar independentemente a causa das mortes.
Os países ocidentais e regionais pediram aos investigadores de armas químicas da ONU, que chegaram a Damasco há apenas três dias, que se encaminhem urgentemente para o local de um dos mais mortais incidentes nos dois anos de guerra civilDivulgação/SHAAM NEWS NETWORK/AFP
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Sobreviventes se recuperam do ataque em uma mesquita no bairro de Duma, subúrbio de Damasco
Armas químicas do regime sírio, um arsenal misterioso21.08.2013/Bassam Khabieh/Reuters
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O número de mortos ainda é incerto. Um grupo de monitoramento da oposição, citando dados compilados a partir de clínicas médicas nos subúrbios de Damasco, colocou o número de mortos em 494, dos quais 90% teriam sido mortos por gás, e o restante por bombardeios e armas convencionais
Exército sírio desmente ter utilizado armas químicas21.08.2013/Bassam Khabieh/Reuters
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Segundo o centro de monitoramento Escritório de Mídia de Damasco, 150 corpos foram contados em Hammouriya, 100 em Kfar Batna, 67 em Saqba, 61 em Douma, 76 em Mouadamiya e 40 em Irbib, todos subúrbios de Damasco
21.08.2013/Bassam Khabieh/Reuters
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Mas para outros opositores, o número de mortos é bem maior.
George Sabra, um dos principais opositores de Assad, disse que 1.300 pessoas morreram em consequência da chuva de gás venenoso sobre subúrbios a leste de Damasco.
— Não é a primeira vez que o regime usa armas químicas. Mas [os crimes de hoje] constituem um ponto de virada nas operações do regime.
Em entrevista coletiva em Istambul, ele afirmou que o ataque foi “mais para aniquilar do que aterrorizar"Divulgação/Mohamed al-Abdullah/Shaam News Network/Reuters
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Se a causa e a escala das mortes forem confirmadas, este será o pior uso conhecido de armas químicas desde que o líder iraquiano Saddam Hussein lançou gás contra milhares de curdos na cidade de Halabja, em 1988.
Acima, garoto chora dentro de mesquita, para onde foram levados alguns sobreviventes21.08.2013/Mohamed Abdullah/Reuters
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Menino recebe atendimento dentro de mesquita em subúrbio de Damasco.
O arsenal químico sírio, que existe há várias décadas, é considerado um dos maiores no Oriente Médio, mas continua a ser alvo de especulações, já que as informações públicas são quase inexistentes.
A Síria é um dos poucos países que não fazem parte do tratado internacional que proíbe armas químicas, e as nações ocidentais acreditam que tenham reservas não declaradas de gás mostarda, sarin e agentes nervosos.
Leia mais sobre esse programa misterioso21.08.2013//Maher al-Zaybaq/Shaam News Network/Reuters
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Conheça os massacres realizados em dois anos e meio de conflito na Síria
Daya al-Deen/Shaam News Network/AFP