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Aos 12 anos, Nur Hafes gostaria de estar na escola ou de jogar futebol com amigos, em sua terra, Mianmar. Em vez disso, ele trabalha no campo de refugiados de Palong Khali, no sul do Bangladesh, e fica à procura de visitantes que possam render uns trocados, para sobreviver e ajudar sua família.
Rohingyas formam uma etnia muçulmana não reconhecida em Mianmar, apesar de viver lá. O total dessa população em Bangladesh chega a quase 1 milhão de refugiados
*Conteúdo Reuters com texto de Andrea Miramontes
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Nur ajuda a sustentar a família com sete irmãos mais novos e sua mãe, desde que chegaram ao acampamento no Cox's Bazar há dois meses.
O menino também também gasta seus dias procurando religiosos muçulmanos que distribuem dinheiro coletado em mesquitas para os refugiados
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Outra tentativa de Nur de ganhar dinheiro é oferecer sombra aos visitantes, com seu guarda-chuva, no sol escaldante no campo de refugiados de Palong Khali, perto de Cox's Bazar, em Bangladesh.
O menino falou à agência Reuters: "Às vezes eu tenho 50 ou 100 taka e alguns dias volto com as mãos vazias", disse Nur, segurando uma nota de 50 taka (cerca de 0.60 dólares ) que ele recebeu de um doador"
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Nur e sua família estão entre os mais de 600 mil rohingyas que fugiram para Bangladesh desde agosto, para escapar de uma operação sangrenta de contra-insurgência dos militares de Myanmar após ataques
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Funcionários das Nações Unidas descreveram as ações militares no norte de Myanmar como "limpeza étnica", uma acusação que a nação do Sudeste Asiático nega.
A família deixou sua casa na aldeia de Tharay Kone Yoe Dan, em Maakhdaw, quando a violência começou. A mãe de Nur, Rabia Khatun, de 33 anos, falou agência de notícias: "O exército de Myanmar queimou as casas com as pessoas lá dentro. Vi muitas pessoas com ferimentos de bala e casas sendo destruídas pelo fogo"
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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No dia seguinte, o exército também apareceu lá. Rabia não viu mais seu marido. Naquela noite, a família fez uma viagem de barco de três horas para Shah Porir Dwip
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Agora, a família conta ao no apoio de Nur para sobreviver. Em Mianmar, ele já revendia produtos no mercado da aldeia
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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"Eu sei que ele é jovem, mas ele entende suas responsabilidades. Ele nunca mais se comporta como uma criança ", reforça a mãe do menino, de apenas 12 anos
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Acima como é o interior do abrigo onde Nur Hafes mora com a família em Palong Khali, perto de Cox's Bazar, Bangladesh
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Rabia, mãe de Nur Hafes, segura seu bebê enquanto cozinha em seu abrigo no campo de refugiados
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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O filho mais novo de Rabia, Mohammed Zubair, tem apenas 8 meses. Acima, o único cobertor que conseguiu trazer de Mianmar, nesta foto feita no campo de refugiados em Bangladesh
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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O bebê toma banho de chaleira, na cabana improvisada onde estão, após a fuga de Mianmar
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Nur é fotografado enquanto conversa com sua mãe no campo de refugiados
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Rabia se vira como pode no acampamento improvisado. Acima, limpa os poucos utensílios que usa para cozinhar em sua barraca, em Palong Khali
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017
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Os filhos têm que colaborar com a vida no campo de refugiados. Acima, o irmão de Nur, Abdul Hafes, de 10 anos enche um recipiente com água potável com uma bomba, perto de seu abrigo em Bangladesh
Mianmar: refugiados fogem de massacre de bebês e estupros
Reuters/Adnan Abidi-10.11.2017