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México: mais de 80 políticos foram assassinados nos últimos 7 meses

Onda de violência no país aumentou desde o início da campanha para as próximas eleições, previstas para julho

Internacional|Do R7

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Há cerca de 15 anos, o México era um país relativamente tranquilo, se comparado, por exemplo à Colômbia, onde proliferavam cartéis de drogas. Hoje, pode-se dizer que em parte a situação se inverteu. Com o enfraquecimento dos grandes carteis colombianos, a violência por lá ainda preocupa, mas aponta uma diminuição nos índices
O México, por outro lado, tem passado por um "boom" neste sentido, com uma multiplicação de pequenos carteis, a partir do que é considerado pelos especialistas um erro de estratégia do governo do ex-presidente Felipe Calderón (PAN), entre 2006 e 2012. Com informações do Daily Mail
Naquele período, ele, em combinação com os Estados Unidos, comandou uma política de desmantelamento dos principais grupos, sem, no entanto, dar a devida atenção à fragmentação que isso causaria. Resultado: de cerca de 7 carteis, o país passou a ter mais ou menos 400, menores, mas que dominavam regiões onde estavam presentes e mais próximos (na foto, o famoso traficante El Chapo sendo extraditado para os EUA)
Os números acompanham o aumento da criminalidade no país. Segundo a Secretaria Executiva de Governo, em 2017, houve um total de 25.339 assassinatos no país, número bem acima dos cerca de 17.000 verificados em 1998
Tal situação gerou uma séria crise, parecida com a da Colômbia nos anos 80, quando candidatos a presidente, como Luis Carlos Galán Sarmiento, foram mortos por se mostrarem contrários à ação dos carteis. Galan defendia a extradição dos traficantes para os EUA e foi morto pelo Cartel de Medellin, a mando de Pablo Escobar, em 18 de agosto de 1989
O crescimento da violência no México certamente tem relação com a proliferação desses carteis. Quando isso acontece, em geral é porque há partes da polícia e dos próprios políticos envolvidos nessas ações. E os que se mostram contrários a esse envolvimento se tornam vulneráveis
Não é à toa que pelo menos 82 candidatos e políticos foram mortos desde que a temporada de eleições do México decolou em setembro último, refletindo essa luta fragmentada pelo poder, entre os cartéis de drogas locais
Tal explosão de assassinatos políticos se apresenta justamente no momento em que o México se prepara para ter novas eleições presidenciais, previstas para 1 de julho. O medo e a desconfiança chegam a atrapalhar a lisura e a legitimidade do pleito
Não importa o partido. As vítimas são representantes dos pequenos, grandes e de ideologias diferentes. A maioria estava concorrendo em locais distantes, longe das atenções, mostrando também o poder de ramificação que esses carteis detêm
Uma operação recente da inteligência da polícia de El Salvador mostra que o cartel ganha US$ 31,2 milhões por ano, o equivalente a cerca de R$ 98 milhões
Magda Rubio (foto), candidata a prefeita de Guachochi, localizada em uma região montanhosa do estado de Chihuahua, começou a ser ameaçada por celular assim que lançou sua candidatura. A mensagem era direta: "Saia (do pleito)"
A voz metálica do outro lado da linha a assustou, mas não a tirou da disputa tinha acabado de lançar sua campanha.  Guachochi é uma rota chave para o tráfico de heroína. E dois guardas armados agora a seguem o tempo inteiro
A candidata a deputada Maribell Barajas (foto), de 25 anos, foi outro caso triste, ocorrido na última semana. Ela concorria pelo Partido Verde, no distrito de Mugica, em Michoacán e foi encontrada morta, esfaqueada. Outros três candidatos, somente na semana passada, foram mortos no país
Segundo Duncan Wood, diretor do americano instituto Woodrow Wilson International Center, no México, há soluções mas os governos não estão conseguindo encontrá-las. A falta delas tem a ver com a dificuldade de acesso das forças federais a locais que poderiam ser melhor policiados, segundo ele, pelos governos regionais Troca de tiros entre policiais e civis deixa onze mortos no México
— As autoridades estaduais e locais estão sendo superadas e as forças federais não podem estar em todos os lugares. Há uma necessidade urgente  de fornecer maior proteção e isolamento contra o crime organizado México recaptura maior traficante de drogas do mundo

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Há cerca de 15 anos, o México era um país relativamente tranquilo, se comparado, por exemplo à Colômbia, onde proliferavam cartéis de drogas. Hoje, pode-se dizer que em parte a situação se inverteu. Com o enfraquecimento dos grandes carteis colombianos, a violência por lá ainda preocupa, mas aponta uma diminuição nos índices
O México, por outro lado, tem passado por um "boom" neste sentido, com uma multiplicação de pequenos carteis, a partir do que é considerado pelos especialistas um erro de estratégia do governo do ex-presidente Felipe Calderón (PAN), entre 2006 e 2012. Com informações do Daily Mail
Naquele período, ele, em combinação com os Estados Unidos, comandou uma política de desmantelamento dos principais grupos, sem, no entanto, dar a devida atenção à fragmentação que isso causaria. Resultado: de cerca de 7 carteis, o país passou a ter mais ou menos 400, menores, mas que dominavam regiões onde estavam presentes e mais próximos (na foto, o famoso traficante El Chapo sendo extraditado para os EUA)
Os números acompanham o aumento da criminalidade no país. Segundo a Secretaria Executiva de Governo, em 2017, houve um total de 25.339 assassinatos no país, número bem acima dos cerca de 17.000 verificados em 1998
Tal situação gerou uma séria crise, parecida com a da Colômbia nos anos 80, quando candidatos a presidente, como Luis Carlos Galán Sarmiento, foram mortos por se mostrarem contrários à ação dos carteis. Galan defendia a extradição dos traficantes para os EUA e foi morto pelo Cartel de Medellin, a mando de Pablo Escobar, em 18 de agosto de 1989
O crescimento da violência no México certamente tem relação com a proliferação desses carteis. Quando isso acontece, em geral é porque há partes da polícia e dos próprios políticos envolvidos nessas ações. E os que se mostram contrários a esse envolvimento se tornam vulneráveis
Não é à toa que pelo menos 82 candidatos e políticos foram mortos desde que a temporada de eleições do México decolou em setembro último, refletindo essa luta fragmentada pelo poder, entre os cartéis de drogas locais
Tal explosão de assassinatos políticos se apresenta justamente no momento em que o México se prepara para ter novas eleições presidenciais, previstas para 1 de julho. O medo e a desconfiança chegam a atrapalhar a lisura e a legitimidade do pleito
Não importa o partido. As vítimas são representantes dos pequenos, grandes e de ideologias diferentes. A maioria estava concorrendo em locais distantes, longe das atenções, mostrando também o poder de ramificação que esses carteis detêm
Uma operação recente da inteligência da polícia de El Salvador mostra que o cartel ganha US$ 31,2 milhões por ano, o equivalente a cerca de R$ 98 milhões
Magda Rubio (foto), candidata a prefeita de Guachochi, localizada em uma região montanhosa do estado de Chihuahua, começou a ser ameaçada por celular assim que lançou sua candidatura. A mensagem era direta: "Saia (do pleito)"
A voz metálica do outro lado da linha a assustou, mas não a tirou da disputa tinha acabado de lançar sua campanha.  Guachochi é uma rota chave para o tráfico de heroína. E dois guardas armados agora a seguem o tempo inteiro
A candidata a deputada Maribell Barajas (foto), de 25 anos, foi outro caso triste, ocorrido na última semana. Ela concorria pelo Partido Verde, no distrito de Mugica, em Michoacán e foi encontrada morta, esfaqueada. Outros três candidatos, somente na semana passada, foram mortos no país
Segundo Duncan Wood, diretor do americano instituto Woodrow Wilson International Center, no México, há soluções mas os governos não estão conseguindo encontrá-las. A falta delas tem a ver com a dificuldade de acesso das forças federais a locais que poderiam ser melhor policiados, segundo ele, pelos governos regionais Troca de tiros entre policiais e civis deixa onze mortos no México
— As autoridades estaduais e locais estão sendo superadas e as forças federais não podem estar em todos os lugares. Há uma necessidade urgente  de fornecer maior proteção e isolamento contra o crime organizado México recaptura maior traficante de drogas do mundo

Há cerca de 15 anos, o México era um país relativamente tranquilo, se comparado, por exemplo à Colômbia, onde proliferavam cartéis de drogas. Hoje, pode-se dizer que em parte a situação se inverteu. Com o enfraquecimento dos grandes carteis colombianos, a violência por lá ainda preocupa, mas aponta uma diminuição nos índices

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