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Às vésperas das primárias presidenciais em Indiana (EUA), simpatizantes do pré-candidato democrata Bernie Sanders se uniram em manifestação contra a transferência de empregos para o México e para fortalecerem apoio ao democrata.
De acordo com os participantes do evento, que ocorreu nesta sexta-feira (29), em frente ao Congresso estadual, em Indianapolis, Bernie é o único a representar os "interesses dos trabalhadores" americanos. Pessoas de todas as idades e grupos culturais entoaram cantos contra o desemprego e em defesa dos produtos locais, colorindo o centro da capital de Indiana.
Os cerca de 300 líderes sindicais, idosos, estudantes e pequenos empresários se mostraram bastante esperançosos durante a manifestação sindical contra o fechamento de uma fábrica de ar-condicionado na região. O evento não tardou a se transformar em um comício de Sanders. Quando questionados sobre sua possível derrota, a maioria dos simpatizantes hesitou em afirmar que aceitaria trocar o candidato pela concorrente Hillary Clinton na corrida pela Casa BrancaFábio Cervone/R7
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Dentre os motivos que levaram os simpatizantes ao local, a luta por uma liderança que não se alinha aos tradicionais grupos políticos que dirigem o país é o tema mais citado como justificativa na defesa do democrata.
Audrey, de 35 anos, chef de cozinha e dona de um restaurante na região, segurava um placa em defesa de Bernie. Para ela, o candidato é autêntico e um verdadeiro homem do povo.
— Na minha opinião [votar em Bernie] é mudar a forma como vivemos neste país, como tratamos um ao outro e o meio ambiente. Sendo uma empresária e mãe, entendo que todos devem se sacrificar para fazer um país melhor. Eu acho que ele tem chance de ganhar da Hillary. Mesmo que ele não ganhe, eu o apoiarei até o finalFábio Cervone/R7
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Phillis Krill, de 77 anos, disse que não sabia que o evento era pelos empregos na indústria, mas que estava lá desde cedo para apoiar o candidato democrata. Como muitos, ela apoia Sanders, pois ele não representa a elite tradicional da política americana.
— Realmente acredito que nossa economia e política trabalham apenas para as corporações e para os 1% mais ricos, e ele [Bernie] oferece alternativas para mudar isso.
Ao ser questionada sobre as possibilidades de vitória de Bernie e se apoiaria Hillary no caso de uma derrota, a idosa ponderou.
— Em Indiana, acho que ele tem chances de vitória. Mas se ele perder, diante das opções, devo, contra minha vontade, votar nela.
Sobre Donald Trump, a idosa apenas disse que era "melhor não publicar o que pensa sobre ele"Fábio Cervone/R7
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Shereen Willians é vice-presidente de um sindicato local que estava no comício sobretudo para apoiar o protesto contra fechamento de 2.000 empregos na região. Ele disse que irá votar em Sanders, pois o candidato é contra o TPP (acordo comercial de livre-comércio com os países do Pacífico).
— Bernie fala pela classe trabalhadora. O TPP está permitindo a entrada de importações que estão acabando com nossos empregos. Pelas ações que Bill Clinton fez quando era presidente, eu defenderei a candidatura de Sanders até o final. Ele é a ponte que une a todos nósFábio Cervone/R7
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Michael Torris também estava no evento para protestar contra o fechamento de uma fábrica na região que, de acordo com ele, seria reaberta no México. Quando indagado sobre a similaridade entre Donald Trump e Sanders ao lutarem pelos empregos locais em detrimentos da transferência para outros países, ele foi taxativo.
— Não tenho boas coisas para dizer sobre este sujeito [Trump]. Quanto a Bernie, ele já esteve em muitos movimentos como este, ele é um verdadeiro apoiador dos trabalhadoresFábio Cervone/R7
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Um jovem que conversou com o R7, que pediu para não ser identificado, apoia Bernie Sanders, mas trabalha em um sindicato que está fazendo campanha para Hillary Clinton.
— Na minha opinião, ela é uma neo-liberal. Não tem muitos empregos na região e os que ainda existem estão sendo fechados, eu creio que Hillary é parte de todo esse processoFábio Cervone/R7
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Com um histórico muito ligado aos governos democratas anteriores, Hillary terá que se esforçar para convencer os eleitores de Bernie Sanders que é uma boa opção para presidir a maior potência do mundo
*Viajou a convite do Departamento de Estado dos EUAFábio Cervone/R7