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Nos 4 anos de Guerra do Iêmen, famílias lutam contra a fome

A guerra, que envolve potências internacionais como Irã, Arábia Saudita e EUA, completou 4 anos na última sexta-feira (22) e dizima a população do Iêmen

Internacional|Do R7

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À medida que a guerra do Iêmen entra em seu quinto ano, com os esforços de paz se estancando, o pai de dez anos de idade de Afaf vê pouca esperança de que ele será capaz de dar à filha faminta a comida ou os cuidados de saúde que ela precisa. Nas aldeias montanhosas remotas do Iêmen, a crise econômica induzida pela guerra do país deixou pais como Hussein Abdu indigentes, famintos e observando seus filhos perderem a desnutrição e a água impura
"Antes da guerra, conseguimos comida porque os preços eram aceitáveis e havia trabalho", disse Abdu, de 40 anos, em al-Jaraib, uma pequena aldeia agrícola nas colinas da província de Hajjah, no noroeste do Iêmen. "Agora eles aumentaram significativamente e contamos com iogurte e pão para nutrição"
Quatro anos de conflito levaram o Iêmen, que já era um dos países árabes mais pobres, à beira da fome. A guerra cortou as rotas de transporte para ajuda, combustível e alimentos, reduziu as importações e causou inflação severa. As famílias perderam suas rendas porque os salários do setor público não estão sendo pagos e os conflitos obrigaram as pessoas a deixar suas casas e empregos
As Nações Unidas dizem que cerca de 80% da população precisa de alguma forma de assistência humanitária e dois terços de todos os distritos do país estão em estado de "pré-fome"
Afaf, que agora pesa cerca de 11 kg e é descrita por seu médico como "pele e ossos", ficou desnutrida por uma dieta limitada durante seus anos de crescimento e sofre de hepatite, provavelmente causada por água contaminada. Ela deixou a escola há dois anos porque ficou muito fraca
"O significado de estar cheio não é o que era antes da guerra ... Se eu ver alguns restos de comida sobrando, eu me levanto para que as crianças não fiquem com fome. Eu posso suportar a fome, mas elas não podem ", disse Abdu, que perdeu uma de suas duas esposas, a mãe de Afaf, no início deste ano para tuberculose
Sem outra fonte de renda para sustentar sua segunda esposa e seis filhos, ele rebanhos ovelhas de outras pessoas e leva pagamento em produtos lácteos
Reconhecendo a seriedade da condição de Afaf, Abdu reuniu os recursos para levar sua filha em uma longa viagem aos centros de saúde na cidade de Aslam e depois na capital Sanaa
Mas o tratamento que esses centros podiam oferecer era limitado. O sistema de saúde do Iêmen entrou em colapso e as clínicas apoiadas por doadores internacionais estão sob forte pressão. Depois de ser diagnosticada com hepatite, desnutrição severa, retenção de água e alergia ao trigo, Afaf recebeu algumas semanas de tratamento e voltou para casa em um táxi lotado com duas semanas de medicação intravenosa e uma dieta especial
No Iêmen, com muitas partes do país precisando de bombas para levar água à superfície, os preços da água aumentaram drasticamente com anos de escassez de combustível.Em al-Jaraib, a água do poço está disponível gratuitamente. Aqueles que podem comprar água de navios-tanque que enchem de uma lagoa a 7 km da vila
Abdu disse que o Afaf só deve comer frutas e verduras e nenhum produto de trigo."Por Deus, se eu tivesse qualquer coisa, eu teria comprado seus vegetais e frutas, mas não tenho nada", disse Abdu, acrescentando que se sua terrível situação continuar, ele não poderá pagar sua dieta ou transportá-la por um mês
Atormentado por décadas de instabilidade, o conflito mais recente do Iêmen começou no final de 2014, quando as forças de Houthi expulsaram o governo do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi da capital Sanaa. Uma aliança de forças iemenitas e árabes apoiada pelos sauditas interveio em março de 2015 para restaurar o governo de Hadi
O movimento Houthi, alinhado com o Irã, que afirma ser uma revolução contra a corrupção, controla Sanaa e a maioria dos centros populacionais.A coalizão liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos está sob crescente pressão ocidental para acabar com a guerra que matou dezenas de milhares e provocou o que a ONU diz ser a crise humanitária mais urgente do mundo
Em dezembro, os lados em guerra chegaram a um acordo nas negociações de paz lideradas pela ONU para um cessar-fogo e a retirada das tropas da principal cidade portuária de Hodeida, no Mar Vermelho. A trégua se manteve em grande parte, mas a retirada está paralisada devido à desconfiança entre as partes, colocando em risco os esforços da ONU para manter novas conversações para chegar a um acordo para negociações políticas que ponham fim à guerra. Violência e deslocamento também continuam em outras partes do Iêmen não sujeitas à trégua
No mercado local de Abdu, a cerca de 6 km da vila de al-Jaraib, na província de Hajjah, controlada pelo Houthi, os homens vendem frutas, vegetais, grãos e sacos de gelo cortados em um grande bloco. "Um saco de arroz de 5 kg custou 1.500 iemenitas (cerca de R$ 23) antes da guerra e agora custa 3.500 riais", disse Ali Ahmad al-Aslami, agricultor de 45 anos ."Um saco de 20 kg de trigo costumava ser 6.000 e agora é 9.000 riais. Todos os preços mudaram, até mesmo legumes. Um quilo de tomate, que era de 100 riais, agora custa 500."

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À medida que a guerra do Iêmen entra em seu quinto ano, com os esforços de paz se estancando, o pai de dez anos de idade de Afaf vê pouca esperança de que ele será capaz de dar à filha faminta a comida ou os cuidados de saúde que ela precisa. Nas aldeias montanhosas remotas do Iêmen, a crise econômica induzida pela guerra do país deixou pais como Hussein Abdu indigentes, famintos e observando seus filhos perderem a desnutrição e a água impura
"Antes da guerra, conseguimos comida porque os preços eram aceitáveis e havia trabalho", disse Abdu, de 40 anos, em al-Jaraib, uma pequena aldeia agrícola nas colinas da província de Hajjah, no noroeste do Iêmen. "Agora eles aumentaram significativamente e contamos com iogurte e pão para nutrição"
Quatro anos de conflito levaram o Iêmen, que já era um dos países árabes mais pobres, à beira da fome. A guerra cortou as rotas de transporte para ajuda, combustível e alimentos, reduziu as importações e causou inflação severa. As famílias perderam suas rendas porque os salários do setor público não estão sendo pagos e os conflitos obrigaram as pessoas a deixar suas casas e empregos
As Nações Unidas dizem que cerca de 80% da população precisa de alguma forma de assistência humanitária e dois terços de todos os distritos do país estão em estado de "pré-fome"
Afaf, que agora pesa cerca de 11 kg e é descrita por seu médico como "pele e ossos", ficou desnutrida por uma dieta limitada durante seus anos de crescimento e sofre de hepatite, provavelmente causada por água contaminada. Ela deixou a escola há dois anos porque ficou muito fraca
"O significado de estar cheio não é o que era antes da guerra ... Se eu ver alguns restos de comida sobrando, eu me levanto para que as crianças não fiquem com fome. Eu posso suportar a fome, mas elas não podem ", disse Abdu, que perdeu uma de suas duas esposas, a mãe de Afaf, no início deste ano para tuberculose
Sem outra fonte de renda para sustentar sua segunda esposa e seis filhos, ele rebanhos ovelhas de outras pessoas e leva pagamento em produtos lácteos
Reconhecendo a seriedade da condição de Afaf, Abdu reuniu os recursos para levar sua filha em uma longa viagem aos centros de saúde na cidade de Aslam e depois na capital Sanaa
Mas o tratamento que esses centros podiam oferecer era limitado. O sistema de saúde do Iêmen entrou em colapso e as clínicas apoiadas por doadores internacionais estão sob forte pressão. Depois de ser diagnosticada com hepatite, desnutrição severa, retenção de água e alergia ao trigo, Afaf recebeu algumas semanas de tratamento e voltou para casa em um táxi lotado com duas semanas de medicação intravenosa e uma dieta especial
No Iêmen, com muitas partes do país precisando de bombas para levar água à superfície, os preços da água aumentaram drasticamente com anos de escassez de combustível.Em al-Jaraib, a água do poço está disponível gratuitamente. Aqueles que podem comprar água de navios-tanque que enchem de uma lagoa a 7 km da vila
Abdu disse que o Afaf só deve comer frutas e verduras e nenhum produto de trigo."Por Deus, se eu tivesse qualquer coisa, eu teria comprado seus vegetais e frutas, mas não tenho nada", disse Abdu, acrescentando que se sua terrível situação continuar, ele não poderá pagar sua dieta ou transportá-la por um mês
Atormentado por décadas de instabilidade, o conflito mais recente do Iêmen começou no final de 2014, quando as forças de Houthi expulsaram o governo do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi da capital Sanaa. Uma aliança de forças iemenitas e árabes apoiada pelos sauditas interveio em março de 2015 para restaurar o governo de Hadi
O movimento Houthi, alinhado com o Irã, que afirma ser uma revolução contra a corrupção, controla Sanaa e a maioria dos centros populacionais.A coalizão liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos está sob crescente pressão ocidental para acabar com a guerra que matou dezenas de milhares e provocou o que a ONU diz ser a crise humanitária mais urgente do mundo
Em dezembro, os lados em guerra chegaram a um acordo nas negociações de paz lideradas pela ONU para um cessar-fogo e a retirada das tropas da principal cidade portuária de Hodeida, no Mar Vermelho. A trégua se manteve em grande parte, mas a retirada está paralisada devido à desconfiança entre as partes, colocando em risco os esforços da ONU para manter novas conversações para chegar a um acordo para negociações políticas que ponham fim à guerra. Violência e deslocamento também continuam em outras partes do Iêmen não sujeitas à trégua
No mercado local de Abdu, a cerca de 6 km da vila de al-Jaraib, na província de Hajjah, controlada pelo Houthi, os homens vendem frutas, vegetais, grãos e sacos de gelo cortados em um grande bloco. "Um saco de arroz de 5 kg custou 1.500 iemenitas (cerca de R$ 23) antes da guerra e agora custa 3.500 riais", disse Ali Ahmad al-Aslami, agricultor de 45 anos ."Um saco de 20 kg de trigo costumava ser 6.000 e agora é 9.000 riais. Todos os preços mudaram, até mesmo legumes. Um quilo de tomate, que era de 100 riais, agora custa 500."

À medida que a guerra do Iêmen entra em seu quinto ano, com os esforços de paz se estancando, o pai de dez anos de idade de Afaf vê pouca esperança de que ele será capaz de dar à filha faminta a comida ou os cuidados de saúde que ela precisa. Nas aldeias montanhosas remotas do Iêmen, a crise econômica induzida pela guerra do país deixou pais como Hussein Abdu indigentes, famintos e observando seus filhos perderem a desnutrição e a água impura

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