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Obama usa o poder da palavra para buscar reeleição

Força do democrata tem raízes históricas na política americana

Internacional|Do R7

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Nascido em 4 de agosto de 1961, em Honolulu, Havaí, Barack Obama foi o primeiro negro eleito como presidente dos Estados Unidos. Em suas campanhas, Obama tem como maior arma seus discursos. (Texto: Fábio Cervone, colunista do R7)
O que seduz indiscutivelmente os apoiadores do democrata não são suas ideias e projetos, mas suas palavras. Existe uma unanimidade, com direito a simpatizantes na oposição, que reconhece que o democrata fortaleceu a função dos pronunciamentos como ferramenta eficaz de intervenção no espaço público
Para os linguistas de plantão, é um prato cheio ver Obama utilizar o texto discursivo como instrumento para projetar e consolidar conceitos influenciando no imaginário popular e senso comum
A boa articulação argumentativa combinada com as entonações e gestos matematicamente adequados é parte de uma tradição da história da política americana. Até hoje os jovens estudam textos pronunciados publicamente por grandes exemplos da nação, como Abraham Lincoln e Martin Luther King
O ex-presidente George W. Bush (foto), antecessor de Obama, também investiu nos discursos para consolidar a popularização e a utilização de conceitos como "guerra ao terror", "eixo do mal", "perigo iminente", "armas de destruição em massa", etc.
O democrata, nos últimos quatro anos, utilizou cada palavra pública para convencer o cidadão americano a aceitar reformas antes consideradas radicais. Neste sentido, é possível afirmar que o atual presidente conseguiu obter relativo sucesso. Na imagem, Obama na época da faculdade
Convencer a população do maior país capitalista do mundo a aceitar a universalização pública da saúde, a restrição e monitoramento das atividades do setor financeiro, o aumento significativo da rede de assistência social estatal e a polêmica intervenção do Estado na economia são empreitadas complicadas
Se Obama vencer novamente, certamente terá sido resultado deste trabalho artesanal de esculpir novas ideias no senso comum norte-americano. Há não muito tempo, a proposta de um sistema universal de saúde pública era compreendida como um projeto comunista, e, por isso, fortemente rechaçado
Naturalmente, ainda existem críticas de setores relevantes contra Obama, mas muitos destes temas nunca chegaram tão longe dentro dos lares americanos. A ressonância destes debates confirma que o democrata conseguiu de fato intervir no espaço público, e no mínimo provocou a plateia
O resultado final da eleição pode coroar o poder da palavra e dar mais quatro anos de palco para Barack Obama continuar seu projeto reformista

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Nascido em 4 de agosto de 1961, em Honolulu, Havaí, Barack Obama foi o primeiro negro eleito como presidente dos Estados Unidos. Em suas campanhas, Obama tem como maior arma seus discursos. (Texto: Fábio Cervone, colunista do R7)
O que seduz indiscutivelmente os apoiadores do democrata não são suas ideias e projetos, mas suas palavras. Existe uma unanimidade, com direito a simpatizantes na oposição, que reconhece que o democrata fortaleceu a função dos pronunciamentos como ferramenta eficaz de intervenção no espaço público
Para os linguistas de plantão, é um prato cheio ver Obama utilizar o texto discursivo como instrumento para projetar e consolidar conceitos influenciando no imaginário popular e senso comum
A boa articulação argumentativa combinada com as entonações e gestos matematicamente adequados é parte de uma tradição da história da política americana. Até hoje os jovens estudam textos pronunciados publicamente por grandes exemplos da nação, como Abraham Lincoln e Martin Luther King
O ex-presidente George W. Bush (foto), antecessor de Obama, também investiu nos discursos para consolidar a popularização e a utilização de conceitos como "guerra ao terror", "eixo do mal", "perigo iminente", "armas de destruição em massa", etc.
O democrata, nos últimos quatro anos, utilizou cada palavra pública para convencer o cidadão americano a aceitar reformas antes consideradas radicais. Neste sentido, é possível afirmar que o atual presidente conseguiu obter relativo sucesso. Na imagem, Obama na época da faculdade
Convencer a população do maior país capitalista do mundo a aceitar a universalização pública da saúde, a restrição e monitoramento das atividades do setor financeiro, o aumento significativo da rede de assistência social estatal e a polêmica intervenção do Estado na economia são empreitadas complicadas
Se Obama vencer novamente, certamente terá sido resultado deste trabalho artesanal de esculpir novas ideias no senso comum norte-americano. Há não muito tempo, a proposta de um sistema universal de saúde pública era compreendida como um projeto comunista, e, por isso, fortemente rechaçado
Naturalmente, ainda existem críticas de setores relevantes contra Obama, mas muitos destes temas nunca chegaram tão longe dentro dos lares americanos. A ressonância destes debates confirma que o democrata conseguiu de fato intervir no espaço público, e no mínimo provocou a plateia
O resultado final da eleição pode coroar o poder da palavra e dar mais quatro anos de palco para Barack Obama continuar seu projeto reformista

Nascido em 4 de agosto de 1961, em Honolulu, Havaí, Barack Obama foi o primeiro negro eleito como presidente dos Estados Unidos. Em suas campanhas, Obama tem como maior arma seus discursos. (Texto: Fábio Cervone, colunista do R7)

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