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O ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, que faleceu nesta terça-feira (5) vítima de um câncer, teve sua carreira política marcada por inúmeras polêmicas. Chávez era líder do autoproclamado movimento bolivariano e permaneceu 14 anos no comando da Venezuela, período no qual colecionou inimigos e aliados no mundo todo. Confira algumas das polêmicas que marcaram a carreira do ex-comandante
Reuters
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Sua primeira aparição no cenário político foi em 1992, quando, sob a patente de tenente-coronel, Chávez comandou tropas venezuelanas na tentativa frustrada de dar um golpe de Estado e derrubar o então presidente Carlos Andrés Perez.
Na foto, Hugo Chávez discursa no Ministério da Defesa depois de se render às tropas leais ao governo de CaracasAli Gomez/04.02.92/AP
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Dez anos após a sua tentativa frustrada de golpe de Estado, foi a vez de Chávez ser vítima de um levante. Em 2002, a oposição, liderada pelo setor empresarial do país e com ajuda de um grupo de militares, retirou o presidente do palácio presidencial e tomou o poder. O golpe durou três dias: uma grande mobilização popular e militares leais a Chávez restituíram o poder ao presidente
Fernando Llano/AP
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Durante sua posse para o primeiro mandato, em 1999, Chávez rompeu com o juramento tradicional chamando a Constituição de “moribunda”. No mesmo ano, ele conseguiu aprovar uma nova Constituição em referendo, que mudou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela, ampliou o poder do governo e extinguiu o senado
Ennio Perdomo/AP
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O presidente Hugo Chávez era um fã de beisebol. Com frequência ele recorria a termos e jargões do esporte durante seus populares discursos. Na imagem, ele aparece correndo no campo em uma partida entre Venezuela e Cuba em uma base militar em Caracas
. AP Photo/Miraflores Press Office, Juan Carlos Solorzano
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Antigo desafeto dos norte-americanos, Fidel Castro foi um dos grandes aliados de Chávez no continente. Em 2000, os dois presidentes assinaram um acordo que dá a Cuba o direito de comprar petróleo da Venezuela com descontos
Jose Goitia/AP
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Durante seu mandato, o presidente venezuelano sempre fez duras críticas ao que ele chamava de “imperialismo” americano do ex-presidente George W. Bush. Em discurso nas Nações Unidas, em 2006, Chávez chamou Bush de “demônio”. Anos depois, após a eleição de Barack Obama, o presidente afirmou que o cheiro de “enxofre” da ONU foi substituído pelo da “esperança”
AP Photo/Ed Betz
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Em meio à revolta na Líbia em 2011, que derrubou o ditador Muammar Gaddafi, Hugo Chávez deu declarações de apoio ao ex-líder líbio, incentivando-o a resistir aos rebeldes. O presidente venezuelano tentou mediar o conflito, mas sua ajuda foi recusada pelos revoltosos. Gaddafi morreu nas mãos dos rebeldes em outubro de 2011
AP Photo/Amr Nabil
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Crítico dos Estados Unidos, o presidente Hugo Chávez estreitou as relações com o Irã, demonizado em Washington. Em janeiro de 2012, Mahmoud Ahmadinejad visitou Caracas, capital da Venezuela, para tentar o apoio do líder de esquerda, no momento em que novas sanções impostas pelo Ocidente tentavam atingir as exportações de petróleo que são vitais para o país persa
AP Photo/Leslie Mazoch
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A luta de Hugo Chávez contra o câncer foi tratada como um mistério desde o início. Em julho de 2011, o presidente viajou a Cuba para uma cirurgia de retirada de um câncer na região pélvica. A localização exata do tumor não foi revelada e, a partir de então, a gravidade da doença passou a ser tratada em absoluto sigilo por parte da cúpula do governo e do próprio presidente
REUTERS/Jorge Silva
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Chávez passou por novas cirurgias em fevereiro de 2012, e também em dezembro. O governo continuou a manter mistério sobre a saúde do presidente. Antes de conseguir tomar posse para um novo mandato, Chávez não resistiu e morreu em Caracas
AFP PHOTO/ VTV