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No relatório “Para enfrentar a crise global de pessoas refugiadas: da negação ao compartilhamento de responsabilidade”, a Anistia Internacional apresentou, nesta terça-feira (4), alguns dados que retratam o drama vivido pelos refugiados em todo o mundo neste momento, em situações de violação dos direitos humanos
Reuters
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A ONG destaca a necessidade de que vários países, e não apenas alguns, se abram para um aumento substancial no recebimento de pessoas refugiadas, vindas de todos os continentes. A crise espalhada pelo mundo revela que tal população vive ou está à beira de uma tragédia humanitária
Reuters
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Somente 30 países realizam algum tipo de programa de reassentamento, o que está muito abaixo das necessidades apresentadas pela ONU. No mínimo algo entre 60 e 90 países aliviaria seria suficiente para aliviar a crise
Reuters
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No Paquistão, está havendo rejeição das autoridades à chegada de afegãos que fogem de conflitos em seu país
Anistia Internacional acusa países ricos de desprezarem refugiados: "A situação está insustentável"Reuters
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Também refugiados no campo de Dadaab, no Quênia, são pressionados pelo governo local a voltarem para a Somália. Isso já ocorreu com 20 mil somalis e o governo ainda pretende reduzir mais a população no campo, cuja população é de 150 mil refugiados
Divulgação/Anistia Internacional
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O número de pessoas que cruzam a fronteira dos dois países, e também rumo ao Irã, tem crescido, mas o governvo paquistanês já forçou mais de 10 mil pessoas a voltarem para o Afeganistão, devastado pela guerra
Reuters
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A guerra da Síria provocou mais uma situação dramática: mais de 75 mil refugiados que tentam sair do país estão presos na fronteira com a Jordânia, em uma faixa estreita de deserto, chamada de "berm"
Reuters
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A Jordânia tem mais de 655 mil refugiados vindos da Síria. O Líbano, com uma população de 4,5 milhões de habitantes, uma extensão de 10 mil km e um PIB de R$ 32,5 mil per capita por ano, abriga mais de 1,1 milhão de refugiados sírios
Divulgação/Anistia Internacional
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Enquanto isso, a Nova Zelândia, cuja população tem número similar de pessoas, extensão territorial bem maior e PIB per capita de R$ 134 mil anuais, recebeu apenas 250 pessoas
Divulgação/Anistia Internacional
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Outro exemplo negativo é a Irlanda, com 4,6, milhões de habitantes e sete vezes maior do que o Líbano, que só recebeu 758 pessoas. Vale lembrar que a economia irlandesa é cinco vezes maior do que a libanesa
Reuters
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O Sudeste Asiático também é palco de situações dramáticas, em que refugiados e requerentes de asilo da etnia rohingya, de Myanmar, estão sob permanente ameaça de detenção, perseguição e retorno aos seus países
Reuters
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Condições adversas como superlotação, risco de doença, abuso físico e sexual e morte por falta de assistência médica têm sido comuns em centros de detenção da Malásia, atingindo pessoas da etnia rohingya e outros refugiados
Reuters
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A União Europeia e a Austrália são acusadas no relatório de utilizar "abusos e violações sistemáticas de direitos humanos como ferramenta política" ao manter os refugiados
Reuters
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O centro de detenção de Nauru, república insular fora do território australiano, tem sido responsável por abusos graves, tratamento desumano e negligência com 1.200 homens, mulheres e crianças detidos no local
Reuters
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Já a União Europeia, segundo a Anistia, tem utilizado acordos obscuros com Sudão e Líbia, no intuito de limitar o fluxo de pessoas que fogem desses países que estão em guerra
Divulgação/Anistia Internacional
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Vários tipos de abusos são cometidos contra refugiados que se encontram no centro de detenção de imigrantes local, para onde são encaminhados de forma ilegal pela guarda costeira líbia, já que não há nem acesso a advogado, mas apenas a pressão do bloco europeu. O mesmo ocorre em relação às forças de segurança do Sudão, acusadas de cometer uma série de abusos em Darfur
Divulgação/Anistia Internacional
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Na contramão dessa negligência, o Canadá, governado pelo progressista Justin Pierre Trudeau, tem recebido um número mais alto de refugiados, tendo reassentado 30 mil pessoas em seu território desde novembro de 2015, com 18 mil solicitações em trâmite em agosto último, feitas por sírios
Divulgação/Anistia Internacional
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Há também parcerias com o setor privado, que chegaram a realizar 11 mil assentamentos a mais. Os outros dois terços foram financiados pelo governo canadense
Divulgação/Anistia Internacional
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A Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) informa que entre janeiro de 2014 e junho de 2015, ocorreram 1.100 mortes no mar, de pessoas vindas do sudeste asiático, principalmente da etnia rohingya
Divulgação/Anistia Internacional
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Em 2015, a Europa recebeu mais de um milhão de refugiados e migrantes que fugiram de seus países por via marítima e há suspeitas de que 4 mil deles morreram afogados na travessia, principalmente no Mar Mediterrâneo
Reuters
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Nos nove primeiros meses de 2016 ocorreram 3,5 mil mortes neste percurso, feito muitas vezes com a intermediação de contrabandistas e traficantes, em embarcações precárias. Situações de risco não se limitam ao Mediterrâneo, segundo Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional
Reprodução/Huffington Post
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— Em todo o mundo, a vida dos refugiados está em risco, seja em barcos superlotados, vivendo em condições abjetas e em risco de exploração ou aventurando-se em viagens perigosas nas quais ficam à mercê de traficantes e grupos armados. Os líderes mundiais devem estabelecer um sistema justo de distribuição de responsabilidade para socorrer estas pessoas
Barco com 600 imigrantes naufraga no Mar MediterrâneoReprodução/Huffington Post
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Assim como ocorre na África Subsaariana, refugiados e migrantes provenientes de regiões de conflito no Triângulo Norte da América Central correm sério risco de serem vítimas de sequestros, extorsão, agressão sexual e assassinato durante a fuga para os Estados Unidos, vindos do México
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