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Saiba como as mudanças climáticas podem afetar a dieta de todo o mundo

Especialista americana alerta para necessidade de formas de produção novas e mais eficazes

Internacional|Do R7

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Uma das consequências nas mudanças dos padrões climáticos mundiais é a ameaça à produção de alimentos. O jornal The Huffington Post conversou com Catherine Woteki, subsecretária do Departamento de Agricultura dos EUA, para saber quanto e como essas mudanças poderão afetar os hábitos alimentares de bilhões de pessoas no futuro
No que estamos acertando na agricultura hoje?  Estamos produzindo tanta comida, que isso fez uma diferença grande no número de pessoas que passam fome pelo mundo. Eu acho que isso é um sucesso que deveríamos estar celebrando ao mesmo tempo em que estamos nos concentrando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que acabam de ser adotados a nível global para eliminar a fome ao longo dos próximos 15 anos
Levar comida aos que passam fome é uma questão oposta à da quantidade de produção dessa comida?  É uma combinação dos dois. Neste momento, produzimos comida suficiente para alimentar todas as pessoas ao redor do mundo. Há problemas na distribuição e há pessoas que não têm dinheiro suficiente para comprar comida, mesmo se ela estiver disponível. Há também outras circunstâncias, como a crise de refugiados, que estão colocando mais pessoas na situação de passar fome. Existem esses tipos de problemas que têm de ser resolvidos. Apesar de estarmos produzindo comida suficiente para a população atual, estima-se que ela vá chegar, até o meio do século, a mais de 9 bilhões de pessoas. Essas duas bilhões de pessoas a mais, sobre a população atual, também vão precisar de ser alimentados. A agricultura vai ter de produzir fibra para suas roupas, madeira para a habitação
Que abordagens poderão fazer o que você descreve?  A genética é um caminho promissor. O tipo de pesquisa que estamos apoiando, e muitos outros países também, está tentando identificar genes que estão em plantas e animais que podem dar resistência a doenças que podem causar a perda de colheitas ou doenças animais, ou ainda culturas que sejam resistentes à seca ou a temperaturas mais altas. (...) O tipo de pesquisa que estamos fazendo sobre genética me dá uma grande esperança de que vamos ser capazes de aumentar a produção agrícola
Algumas pessoas podem ouvir "genética" e pensar imediatamente em organismos geneticamente modificados ou transgênicos. As pessoas se preocupam sobre a introdução de variantes modificadas de plantas ou insetos em ecossistemas?  Eu vejo as técnicas de engenharia genética que temos como uma ferramenta. Eu acho que a ferramenta é neutra, no que diz respeito ao impacto. Como ela é usada e aplicada, isso que faz a diferença. Como é que vamos para alimentar aquelas 2,6 bilhões de pessoas a mais com menos insumos, como menos água, menos pesticidas e fertilizantes menos? Nós vamos ter que usar o que estamos aprendendo sobre a genética para produzir culturas e gado com a capacidade de crescer apenas das secas
Por fim, mas não menos importante, está a questão das mudanças climáticas. O aquecimento global bateu record pelo terceiro ano seguido, em 2016, com um aumento de 0,94°C na temperatura do planeta. Trump sugeriu que vai descartar políticas para lidar com o aquecimento global, que haviam sido estabelecidas por Obama em 2015 com acordos assinados na COP-21 (Conferência da ONU para a Mudança do Clima), durante seu primeiro ano no cargo. — Houve uma grande expectativa em relação aos acordos, mas, no fim, mesmo o próprio Obama acabou não cumprindo o que prometeu. A China também não cumpre o que promete. A diferença entre o Obama e o Trump será que Obama aplaudia os acordos, mas não cumpria, e Trump diz que não vai fazer nenhum acordo. Então o resultado final acaba sendo o mesmo. Hoje, reduzir emissões de carbono ainda é sinônimo de desaceleração da economia e, em época de crise, ninguém quer saber de diminuir o desenvolvimento
Onde estava a ciência sobre isso dez anos atrás e onde estamos agora? Qual é o próximo passo?  Agricultura de precisão está aqui, hoje. Há também pessoas trabalhando com veículos não tripulados, para explorar os campos da melhor forma possível. Estamos trabalhando com a Nasa e usando satélites para entender melhor as condições de colheita, umidade do solo e utilizando sensoriamento remoto
O que poderia mudar o mundo nos próximos dez anos? O que mais te preocupa?  As mudanças me dão grande confiança de que vamos ser capazes de aumentar a produtividade agrícola, particularmente em áreas do mundo onde há escassez de alimentos agora, como na África sub-saariana e certas partes da Ásia e América Latina. Quanto à sua pergunta sobre as preocupações, eu acho que uma de nossas maiores preocupações é o clima mais variável, inundações ou tornados ou chuva que ocorreu muito cedo ou muito tarde, não os padrões sazonais habituais. Os agricultores estão enfrentando condições climáticas mais extremas e mudanças no clima que afetam sua capacidade de produzir

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Uma das consequências nas mudanças dos padrões climáticos mundiais é a ameaça à produção de alimentos. O jornal The Huffington Post conversou com Catherine Woteki, subsecretária do Departamento de Agricultura dos EUA, para saber quanto e como essas mudanças poderão afetar os hábitos alimentares de bilhões de pessoas no futuro
No que estamos acertando na agricultura hoje?  Estamos produzindo tanta comida, que isso fez uma diferença grande no número de pessoas que passam fome pelo mundo. Eu acho que isso é um sucesso que deveríamos estar celebrando ao mesmo tempo em que estamos nos concentrando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que acabam de ser adotados a nível global para eliminar a fome ao longo dos próximos 15 anos
Levar comida aos que passam fome é uma questão oposta à da quantidade de produção dessa comida?  É uma combinação dos dois. Neste momento, produzimos comida suficiente para alimentar todas as pessoas ao redor do mundo. Há problemas na distribuição e há pessoas que não têm dinheiro suficiente para comprar comida, mesmo se ela estiver disponível. Há também outras circunstâncias, como a crise de refugiados, que estão colocando mais pessoas na situação de passar fome. Existem esses tipos de problemas que têm de ser resolvidos. Apesar de estarmos produzindo comida suficiente para a população atual, estima-se que ela vá chegar, até o meio do século, a mais de 9 bilhões de pessoas. Essas duas bilhões de pessoas a mais, sobre a população atual, também vão precisar de ser alimentados. A agricultura vai ter de produzir fibra para suas roupas, madeira para a habitação
Que abordagens poderão fazer o que você descreve?  A genética é um caminho promissor. O tipo de pesquisa que estamos apoiando, e muitos outros países também, está tentando identificar genes que estão em plantas e animais que podem dar resistência a doenças que podem causar a perda de colheitas ou doenças animais, ou ainda culturas que sejam resistentes à seca ou a temperaturas mais altas. (...) O tipo de pesquisa que estamos fazendo sobre genética me dá uma grande esperança de que vamos ser capazes de aumentar a produção agrícola
Algumas pessoas podem ouvir "genética" e pensar imediatamente em organismos geneticamente modificados ou transgênicos. As pessoas se preocupam sobre a introdução de variantes modificadas de plantas ou insetos em ecossistemas?  Eu vejo as técnicas de engenharia genética que temos como uma ferramenta. Eu acho que a ferramenta é neutra, no que diz respeito ao impacto. Como ela é usada e aplicada, isso que faz a diferença. Como é que vamos para alimentar aquelas 2,6 bilhões de pessoas a mais com menos insumos, como menos água, menos pesticidas e fertilizantes menos? Nós vamos ter que usar o que estamos aprendendo sobre a genética para produzir culturas e gado com a capacidade de crescer apenas das secas
Por fim, mas não menos importante, está a questão das mudanças climáticas. O aquecimento global bateu record pelo terceiro ano seguido, em 2016, com um aumento de 0,94°C na temperatura do planeta. Trump sugeriu que vai descartar políticas para lidar com o aquecimento global, que haviam sido estabelecidas por Obama em 2015 com acordos assinados na COP-21 (Conferência da ONU para a Mudança do Clima), durante seu primeiro ano no cargo. — Houve uma grande expectativa em relação aos acordos, mas, no fim, mesmo o próprio Obama acabou não cumprindo o que prometeu. A China também não cumpre o que promete. A diferença entre o Obama e o Trump será que Obama aplaudia os acordos, mas não cumpria, e Trump diz que não vai fazer nenhum acordo. Então o resultado final acaba sendo o mesmo. Hoje, reduzir emissões de carbono ainda é sinônimo de desaceleração da economia e, em época de crise, ninguém quer saber de diminuir o desenvolvimento
Onde estava a ciência sobre isso dez anos atrás e onde estamos agora? Qual é o próximo passo?  Agricultura de precisão está aqui, hoje. Há também pessoas trabalhando com veículos não tripulados, para explorar os campos da melhor forma possível. Estamos trabalhando com a Nasa e usando satélites para entender melhor as condições de colheita, umidade do solo e utilizando sensoriamento remoto
O que poderia mudar o mundo nos próximos dez anos? O que mais te preocupa?  As mudanças me dão grande confiança de que vamos ser capazes de aumentar a produtividade agrícola, particularmente em áreas do mundo onde há escassez de alimentos agora, como na África sub-saariana e certas partes da Ásia e América Latina. Quanto à sua pergunta sobre as preocupações, eu acho que uma de nossas maiores preocupações é o clima mais variável, inundações ou tornados ou chuva que ocorreu muito cedo ou muito tarde, não os padrões sazonais habituais. Os agricultores estão enfrentando condições climáticas mais extremas e mudanças no clima que afetam sua capacidade de produzir

Uma das consequências nas mudanças dos padrões climáticos mundiais é a ameaça à produção de alimentos. O jornal The Huffington Post conversou com Catherine Woteki, subsecretária do Departamento de Agricultura dos EUA, para saber quanto e como essas mudanças poderão afetar os hábitos alimentares de bilhões de pessoas no futuro

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