Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Tortura e estupros: veja relatos aterrorizantes de mulheres que conseguiram escapar do EI

Vítimas do Massacre de Sinjar relatam como eram vendidas e escravizadas pelo grupo jihadista

Internacional|Do R7

Publicidade
De acordo com informações do Daily Mail, a execução — que não teve imagens divulgadas — foi realizada aos olhos do público, em um centro de comando do grupo em al-Shora, no Iraque (Foto ilustrativa)
Perla, 21 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Quando o Estado islâmico chegou, todos fugiram para as montanhas. Mas o grupo extremista os capturou no caminho e disse que ficariam salvos em uma vila sob seu domínio. Eles disseram que seríamos libertados, mas era mentira. Fomos levados à Síria de ônibus. Eu era uma entre outras 400 garotas, e o homem que me escolheu estava muito bravo; ele me bateu e ameaçou atirar em mim. Disse, ainda, que ajudaria a me reunir com meus pais, que, segundo ele, certamente estariam quase mortos. Eu disse a ele que se meus pais estivessem mortos, era para que me matasse também. Ele nos levou a uma fazenda onde mal comemos por oito dias. Registraram nossos nomes e nos venderam de novo. Cada vez que partiam, levavam consigo quatro ou cinco meninas para serem vendidas. Então, voltavam e pegavam mais algumas, e assim por diante. Eu fui comprada por um homem e levada à Raqqa, onde fiquei em uma prisão subterrânea. Eu e mais outras quatro garotas ficamos reclusas lá por 12 dias. Então, eles voltaram e espancaram minhas amigas, porque elas não se converteram ao Islamismo.Até que um dia, fui vendida novamente. Na hora da venda, havia cinco homens, sendo que um deles era francês. Ele me perguntou se eu sabia cozinhar e se eu falava árabe. Disse a ele que não. Ele disse que eu aprenderia, e me levou com ele. Depois, esse homem me vendeu a um homem da Arábia Saudita, que vivia com uma mulher da Jordânia. Eu fiquei na casa deles, e recebi um abaya preto e um pouco de comida. Então, me levaram a um quarto no térreo e esqueceram de trancar. Foi quando eu coloquei a abaya e fugi"
Rooba, 28 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Estávamos em Tal Afar há dois meses quando eles nos levaram à Raqqa, na Síria. Havia cerca de 300 garotas lá, em uma sala grande. Todas as mulheres tinham filhos, que choravam de fome. As crianças recebiam apenas um ovo por dia, para se alimentarem. Na primeira noite, nove garotas tentaram escapar. Elas amarraram suas roupas e fizeram uma espécie de corda, que arremessaram da janela para poderem descer. No entanto, os militantes do Estado Islâmico as encontraram e as levaram de volta. Eles espancaram todas nós, até mesmo nós, que não tínhamos tentado escapar, por não termos contado sobre a fuga das outras. Nos colocaram em um quarto grande, trancaram a porta e não nos deram nem mesmo água. Então, um dia, nos levaram a outro edifício. Na entrada frontal, estava escrito algo como “área de vendas” e foi lá que fui vendida para um homem de 40 anos da Arábia Saudita. Ele me pediu em casamento e, quando eu neguei, ele apontou para três objetos que estavam em cima de uma mesa: uma faca, uma arma e uma corda. Disse que usaria os três se eu não dissesse sim. Recusei de novo, e de novo, então ele me espancou. Espancou também minha sobrinha, que só tinha 3 anos de idade. Tentou me estuprar, mas não conseguiu, então me vendeu novamente. Em uma nova casa, eu era responsável pelas tarefas domésticas: limpava, cozinhava e lavava. O homem que me comprou disse que tinha que dormir comigo para me tornar uma verdadeira muçulmana. Eu disse a ele que se ele dormisse comigo, eu me tornaria sua esposa, e não mais sua escrava. No entanto, a mulher dele ameaçou deixá-lo se eu dormisse com ele. Ela ficou muito brava com minha sobrinha, porque ela não falava árabe; colocou pimenta em sua boca e a trancou em um quarto sem água. Ela batia tanto na menina que ainda dá pra ver as cicatrizes hoje em dia. Ela e o marido não me deixaram trocar as fraldas da criança por uma semana. Ela e eu apenas podíamos comer pequenas porções de comida porque éramos todas escravas e não deveríamos ter muita comida"  
Amal, 18 anos, estudou até a quinta série De Talqasab, no Sinjar Data de captura: 03/08/2014 Tempo de cativeiro: 11 meses "Nós ouvimos tiros vindos de fora por volta das três horas da manhã, e rapidamente corremos em direção para ver o que estava acontecendo. Ao meio dia, fomos parados pelo Estado Islâmico. Tínhamos praticamente alcançado a montanha, estávamos quase salvo, mas eles nos levaram. Eu e mais catorze membros da minha família fomos levados para Sinjar e depois para Tal Afar.  Os militantes estavam assustados por causa do choque entre duas aeronaves, então continuaram andando de cidade em cidade em volta de Mosul. Separaram os homens das mulheres e levaram a mim e mais 17 garotas de volta à Tal Afar. Mudávamos de cidade o tempo todo: ficamos um mês em Zommar, depois fomos para Kasrolmehrab, onde ficamos por três meses. Por último, fomos levadas a Hoyolkhazra. Foi lá que eles me separaram da minha mãe. Depois de seis meses, me levaram de volta para Tal Afar. A pior coisa que eu vi foram os assassinatos no Sinjr. Vi tantos corpos na estrada, foi terrível. Minha lembrança mais triste foi quando eles estupraram uma garotinha de doze anos sem piedade"
Qaliya, 21 anos, analfabeta De Talqasab, no Sinjar Data de captura: 03/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Quando eu estava em Mosul, tentei escapar correndo por uma montanha no Sinjar, Eu encontrei uma casa vazia pequena lá, onde sentei e esperei. Mas eles vieram me procurar e me encontraram. Um homem perguntou: “Por que você fugiu? Está com medo de ser morta?” Eu respondi que preferia morrer do que voltar para lá. Ele me levou de volta à casa do homem que havia me capturado, e ele me jogou dentro de um quarto, trancou a porta e começou a me chicotear. Depois disso, me bateu com um cabo, me pegou pelas pernas e me prendeu de cabeça para baixo no ventilador de teto e voltou a me bater. Então me tirou de lá e disse que aquela era minha punição, mas que não tinha acabado: eu ficaria sem comer ou beber por mais três dias. Ele me disse que se eu tentasse fugir de novo, me amarraria em dois carros e me dividiria em dois. Três dias depois, me deixou sair do quarto"
Maysa, 18 anos, analfabeta De Talqasab, no Sinjar Data de captura: 03/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Nós eramos agricultores e tínhamos um grande pedaço de terra do qual todos nós cuidávamos. Na vila, éramos metade muçulmanos e metade Yazidi. Eu estava apaixonada por um garoto da vila, e queríamos nos casar. Eu não sei o que aconteceu com ele depois da chegada do Estado Islâmico. Às três horas da manhã, ouvimos os primeiros tiros e o barulho de aviões se aproximando. De manhã, as famílias muçulmanas foram levadas. Tentamos escaper pelas montanhas, mas os militantes do EI nos capturaram. Separaram as meninas de todo o resto, e nos levaram a selas diferentes nos primeiros dias. Então, fui levada a uma prisão em Badush, onde encontrei minha mãe. A abracei tão forte por aquelas horas, antes de eles me separarem dela novamente. As meninas jovens foram levadas a Mosul. Lá, 500 garotas foram colocadas em um prédio de dois andares. Um xeique apareceu e nos forçou a nos convertermos para o Islamismo. Em uma manhã, os soldados vieram e nos colocaram em um caminhão. Depois de 12 horas, chegamos à Síria, onde fomos vendidas como escravas. Meu dono me forçou a casar com um homem da Arábia Saudita, que me ensinaria como me comportar. Eventualmente, um dia, a esposa do homem me ajudou a encontrar uma família curda que vivia na vizinhança. Eu implorei por ajuda, mas a princípio eles foram relutantes. O homem que me capturou me encontrou, me espancou e raspou meu cabelo. Eu implorei que ele me vendesse à família curda, que eu sabia que me ajudaria. Eu fui vendida por $1,500 e vivi na casa deles por cinco meses, até que eu pude organizar um encontro com meu pai na fronteira com a Turquia. O homem curdo me deu o RG de sua filha e me levou até a fronteira, onde eu fui finalmente resgatada"
Shirin, 22 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: 7 meses "Toda a minha família foi capturada durante a noite, menos um dos meus irmãos. Eles nos levaram a uma escola, pegaram nossos celulares, dinheiro e jóias. Colocaram as mulheres e as crianças em um ônibus e fomos levados a Mosul durante a noite, para sermos vendidos. Eu fui vendida para um homem que veio da Albania. Ele vivia com cinco outras famílias e eu me tornei a escrava do grupo. Era obrigada a limpar, orar como uma muçulmana e fazer sexo com todos eles. Fiquei lá por quatro meses antes de ser vendida para uma família na Síria, onde eu tinha que cuidar de duas crianças.  Depois de dois meses, decidi fugir. Me cobra de preto e saí da casa. No caminho, pedi ajuda a um estranho na rua. Tive sorte, uma vez que ele me levou a uma casa onde eu pude ligara para meu irmão. Ele conseguiu obter dinheiro de uma ONG e consegui encontra-lo após cruzar a fronteira com a Turquia. Minha família ainda está em algum lugar sob domínio do EI"
Jihan, 20 anos, analfabeta De Sinon, no Sinjar Data de captura: 04/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Eles me colocaram dentro de um caminhão junto com 14 outras meninas e nos levaram a Mosul. Éramos todas novas e bonitas. Não ficamos muito tempo por lá. Nos levaram a uma vila pequena onde ficamos por 15 dias. As condições por lá eram terríveis. Nos colocaram em um quarto imundo e todas ficamos doentes. Então, fomos levadas a Raqqa, na Síria. Eles nos disseram que seríamos vendidas, algumas como escravas, outras como noivas para soldados.  Era um lugar quente, e havia 150 meninas em uma casa sem janelas, sem ar. Em uma tarde, cerca de 20 homens entraram na casa e começaram a nos espancar. Eles gritavam que éramos suas escravas e que deveríamos obedecer e fazer tudo oq eu eles mandassem. Eles disseram que nos puniriam, mas nunca nos matariam porque preferiam nos torturar"
Nasima, 22 anos, estudou até a 6a série De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: nove meses "Quando chegaram, os militantes do Estado Islâmico disseram que teríamos que nos converter ao Islamismo, e nos colocaram em uma escola. Separaram homens das mulheres e nos deixou dentro da escola. Então começamos a ouvir tiros. A princípio, pensamos que estavam matando animais, não nossos homens. Em Mosul, xeiques e emires vieram nos observar. Eles iriam comprar-nos. Eu fui vendida para um homem que me levou a Tal Afar. Quando cheguei, fui forçada a me casar com ele. Naquela noite, ele amarrou minhas mãos e minhas pernas, e me vendou. Então, me estuprou. Eu nunca fiquei em um lugar por muito tempo: passei por Mosul, Bashika, Baaj, Kojo, Sinjar... Estava sempre trancada em um quarto como se fosse uma prisioneira. Às vezes, ficava sem comida por uma semana ou mais.  O homem andava com explosivos, por isso se mudava o tempo todo. Eu o vi colocando minas em várias cidades diferentes. Quando eles ouviam um avião, me mandavam sair. Pensavam que se os pilotos me vissem, não os bombardeariam. Eu rezava para eles bombardeassem. Eu estava em Mosul quando decidi que não aguentava mais e precisava sair. Estava com medo, mas coloquei uma abaya preta e saí andando pelas ruas. Entrei em um taxi e disse ao taxista que estava escapando da escravidão e implorei que me ajudasse. Ele ajudou. Ligou para o meu irmão e pediu que arranjasse um dinheiro. Meu irmão conhecia um motorista em Mosul, em quem ele confiava, e pediu que ele me levasse até Badush, onde ele me resgataria. Fui levada à Peshmerga [soldados curdos] e fui libertada. Minhas duas irmãs e meus dois irmãos ainda estão sob domínio do EI"
Dio, 20 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: oito meses "Eram 11 horas da manhã quando o Estado Islâmico invadiu nossa vila — nós estávamos almoçando. Entraram em nossas casas, nos agarraram e nos levaram para a escola. Separaram homens, mulheres e meninas. Nós não sabíamos o que aconteceria com os homens, não sabíamos que matariam todos eles. Fomos levadas a Tal Afar com outras garotas. Os militantes do EI viriam à casa selecionar meninas para que os satisfizessem e que fossem levadas com eles"
Muna, 18 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: quatro meses "O Estado Islâmico me forcou a ir com eles, quando estava em Tal Afar. Disseram: “Se você não vier, nós vamos decapitar seus dois irmãos”. Então fui para Mosul com um homem. Eu trabalhei como escrava para sua família, e fui forçada a me converter para o Islã. Mesmo tendo uma mulher, ele me estuprava continuamente. O Estado Islâmico ainda tem cinco membros da minha família sob domínio e eu não sei nem mesmo se eles ainda estão vivos" 

1 / 11

De acordo com informações do Daily Mail, a execução — que não teve imagens divulgadas — foi realizada aos olhos do público, em um centro de comando do grupo em al-Shora, no Iraque (Foto ilustrativa)
Perla, 21 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Quando o Estado islâmico chegou, todos fugiram para as montanhas. Mas o grupo extremista os capturou no caminho e disse que ficariam salvos em uma vila sob seu domínio. Eles disseram que seríamos libertados, mas era mentira. Fomos levados à Síria de ônibus. Eu era uma entre outras 400 garotas, e o homem que me escolheu estava muito bravo; ele me bateu e ameaçou atirar em mim. Disse, ainda, que ajudaria a me reunir com meus pais, que, segundo ele, certamente estariam quase mortos. Eu disse a ele que se meus pais estivessem mortos, era para que me matasse também. Ele nos levou a uma fazenda onde mal comemos por oito dias. Registraram nossos nomes e nos venderam de novo. Cada vez que partiam, levavam consigo quatro ou cinco meninas para serem vendidas. Então, voltavam e pegavam mais algumas, e assim por diante. Eu fui comprada por um homem e levada à Raqqa, onde fiquei em uma prisão subterrânea. Eu e mais outras quatro garotas ficamos reclusas lá por 12 dias. Então, eles voltaram e espancaram minhas amigas, porque elas não se converteram ao Islamismo.Até que um dia, fui vendida novamente. Na hora da venda, havia cinco homens, sendo que um deles era francês. Ele me perguntou se eu sabia cozinhar e se eu falava árabe. Disse a ele que não. Ele disse que eu aprenderia, e me levou com ele. Depois, esse homem me vendeu a um homem da Arábia Saudita, que vivia com uma mulher da Jordânia. Eu fiquei na casa deles, e recebi um abaya preto e um pouco de comida. Então, me levaram a um quarto no térreo e esqueceram de trancar. Foi quando eu coloquei a abaya e fugi"
Rooba, 28 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Estávamos em Tal Afar há dois meses quando eles nos levaram à Raqqa, na Síria. Havia cerca de 300 garotas lá, em uma sala grande. Todas as mulheres tinham filhos, que choravam de fome. As crianças recebiam apenas um ovo por dia, para se alimentarem. Na primeira noite, nove garotas tentaram escapar. Elas amarraram suas roupas e fizeram uma espécie de corda, que arremessaram da janela para poderem descer. No entanto, os militantes do Estado Islâmico as encontraram e as levaram de volta. Eles espancaram todas nós, até mesmo nós, que não tínhamos tentado escapar, por não termos contado sobre a fuga das outras. Nos colocaram em um quarto grande, trancaram a porta e não nos deram nem mesmo água. Então, um dia, nos levaram a outro edifício. Na entrada frontal, estava escrito algo como “área de vendas” e foi lá que fui vendida para um homem de 40 anos da Arábia Saudita. Ele me pediu em casamento e, quando eu neguei, ele apontou para três objetos que estavam em cima de uma mesa: uma faca, uma arma e uma corda. Disse que usaria os três se eu não dissesse sim. Recusei de novo, e de novo, então ele me espancou. Espancou também minha sobrinha, que só tinha 3 anos de idade. Tentou me estuprar, mas não conseguiu, então me vendeu novamente. Em uma nova casa, eu era responsável pelas tarefas domésticas: limpava, cozinhava e lavava. O homem que me comprou disse que tinha que dormir comigo para me tornar uma verdadeira muçulmana. Eu disse a ele que se ele dormisse comigo, eu me tornaria sua esposa, e não mais sua escrava. No entanto, a mulher dele ameaçou deixá-lo se eu dormisse com ele. Ela ficou muito brava com minha sobrinha, porque ela não falava árabe; colocou pimenta em sua boca e a trancou em um quarto sem água. Ela batia tanto na menina que ainda dá pra ver as cicatrizes hoje em dia. Ela e o marido não me deixaram trocar as fraldas da criança por uma semana. Ela e eu apenas podíamos comer pequenas porções de comida porque éramos todas escravas e não deveríamos ter muita comida"  
Amal, 18 anos, estudou até a quinta série De Talqasab, no Sinjar Data de captura: 03/08/2014 Tempo de cativeiro: 11 meses "Nós ouvimos tiros vindos de fora por volta das três horas da manhã, e rapidamente corremos em direção para ver o que estava acontecendo. Ao meio dia, fomos parados pelo Estado Islâmico. Tínhamos praticamente alcançado a montanha, estávamos quase salvo, mas eles nos levaram. Eu e mais catorze membros da minha família fomos levados para Sinjar e depois para Tal Afar.  Os militantes estavam assustados por causa do choque entre duas aeronaves, então continuaram andando de cidade em cidade em volta de Mosul. Separaram os homens das mulheres e levaram a mim e mais 17 garotas de volta à Tal Afar. Mudávamos de cidade o tempo todo: ficamos um mês em Zommar, depois fomos para Kasrolmehrab, onde ficamos por três meses. Por último, fomos levadas a Hoyolkhazra. Foi lá que eles me separaram da minha mãe. Depois de seis meses, me levaram de volta para Tal Afar. A pior coisa que eu vi foram os assassinatos no Sinjr. Vi tantos corpos na estrada, foi terrível. Minha lembrança mais triste foi quando eles estupraram uma garotinha de doze anos sem piedade"
Qaliya, 21 anos, analfabeta De Talqasab, no Sinjar Data de captura: 03/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Quando eu estava em Mosul, tentei escapar correndo por uma montanha no Sinjar, Eu encontrei uma casa vazia pequena lá, onde sentei e esperei. Mas eles vieram me procurar e me encontraram. Um homem perguntou: “Por que você fugiu? Está com medo de ser morta?” Eu respondi que preferia morrer do que voltar para lá. Ele me levou de volta à casa do homem que havia me capturado, e ele me jogou dentro de um quarto, trancou a porta e começou a me chicotear. Depois disso, me bateu com um cabo, me pegou pelas pernas e me prendeu de cabeça para baixo no ventilador de teto e voltou a me bater. Então me tirou de lá e disse que aquela era minha punição, mas que não tinha acabado: eu ficaria sem comer ou beber por mais três dias. Ele me disse que se eu tentasse fugir de novo, me amarraria em dois carros e me dividiria em dois. Três dias depois, me deixou sair do quarto"
Maysa, 18 anos, analfabeta De Talqasab, no Sinjar Data de captura: 03/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Nós eramos agricultores e tínhamos um grande pedaço de terra do qual todos nós cuidávamos. Na vila, éramos metade muçulmanos e metade Yazidi. Eu estava apaixonada por um garoto da vila, e queríamos nos casar. Eu não sei o que aconteceu com ele depois da chegada do Estado Islâmico. Às três horas da manhã, ouvimos os primeiros tiros e o barulho de aviões se aproximando. De manhã, as famílias muçulmanas foram levadas. Tentamos escaper pelas montanhas, mas os militantes do EI nos capturaram. Separaram as meninas de todo o resto, e nos levaram a selas diferentes nos primeiros dias. Então, fui levada a uma prisão em Badush, onde encontrei minha mãe. A abracei tão forte por aquelas horas, antes de eles me separarem dela novamente. As meninas jovens foram levadas a Mosul. Lá, 500 garotas foram colocadas em um prédio de dois andares. Um xeique apareceu e nos forçou a nos convertermos para o Islamismo. Em uma manhã, os soldados vieram e nos colocaram em um caminhão. Depois de 12 horas, chegamos à Síria, onde fomos vendidas como escravas. Meu dono me forçou a casar com um homem da Arábia Saudita, que me ensinaria como me comportar. Eventualmente, um dia, a esposa do homem me ajudou a encontrar uma família curda que vivia na vizinhança. Eu implorei por ajuda, mas a princípio eles foram relutantes. O homem que me capturou me encontrou, me espancou e raspou meu cabelo. Eu implorei que ele me vendesse à família curda, que eu sabia que me ajudaria. Eu fui vendida por $1,500 e vivi na casa deles por cinco meses, até que eu pude organizar um encontro com meu pai na fronteira com a Turquia. O homem curdo me deu o RG de sua filha e me levou até a fronteira, onde eu fui finalmente resgatada"
Shirin, 22 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: 7 meses "Toda a minha família foi capturada durante a noite, menos um dos meus irmãos. Eles nos levaram a uma escola, pegaram nossos celulares, dinheiro e jóias. Colocaram as mulheres e as crianças em um ônibus e fomos levados a Mosul durante a noite, para sermos vendidos. Eu fui vendida para um homem que veio da Albania. Ele vivia com cinco outras famílias e eu me tornei a escrava do grupo. Era obrigada a limpar, orar como uma muçulmana e fazer sexo com todos eles. Fiquei lá por quatro meses antes de ser vendida para uma família na Síria, onde eu tinha que cuidar de duas crianças.  Depois de dois meses, decidi fugir. Me cobra de preto e saí da casa. No caminho, pedi ajuda a um estranho na rua. Tive sorte, uma vez que ele me levou a uma casa onde eu pude ligara para meu irmão. Ele conseguiu obter dinheiro de uma ONG e consegui encontra-lo após cruzar a fronteira com a Turquia. Minha família ainda está em algum lugar sob domínio do EI"
Jihan, 20 anos, analfabeta De Sinon, no Sinjar Data de captura: 04/08/2014 Tempo de cativeiro: 10 meses "Eles me colocaram dentro de um caminhão junto com 14 outras meninas e nos levaram a Mosul. Éramos todas novas e bonitas. Não ficamos muito tempo por lá. Nos levaram a uma vila pequena onde ficamos por 15 dias. As condições por lá eram terríveis. Nos colocaram em um quarto imundo e todas ficamos doentes. Então, fomos levadas a Raqqa, na Síria. Eles nos disseram que seríamos vendidas, algumas como escravas, outras como noivas para soldados.  Era um lugar quente, e havia 150 meninas em uma casa sem janelas, sem ar. Em uma tarde, cerca de 20 homens entraram na casa e começaram a nos espancar. Eles gritavam que éramos suas escravas e que deveríamos obedecer e fazer tudo oq eu eles mandassem. Eles disseram que nos puniriam, mas nunca nos matariam porque preferiam nos torturar"
Nasima, 22 anos, estudou até a 6a série De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: nove meses "Quando chegaram, os militantes do Estado Islâmico disseram que teríamos que nos converter ao Islamismo, e nos colocaram em uma escola. Separaram homens das mulheres e nos deixou dentro da escola. Então começamos a ouvir tiros. A princípio, pensamos que estavam matando animais, não nossos homens. Em Mosul, xeiques e emires vieram nos observar. Eles iriam comprar-nos. Eu fui vendida para um homem que me levou a Tal Afar. Quando cheguei, fui forçada a me casar com ele. Naquela noite, ele amarrou minhas mãos e minhas pernas, e me vendou. Então, me estuprou. Eu nunca fiquei em um lugar por muito tempo: passei por Mosul, Bashika, Baaj, Kojo, Sinjar... Estava sempre trancada em um quarto como se fosse uma prisioneira. Às vezes, ficava sem comida por uma semana ou mais.  O homem andava com explosivos, por isso se mudava o tempo todo. Eu o vi colocando minas em várias cidades diferentes. Quando eles ouviam um avião, me mandavam sair. Pensavam que se os pilotos me vissem, não os bombardeariam. Eu rezava para eles bombardeassem. Eu estava em Mosul quando decidi que não aguentava mais e precisava sair. Estava com medo, mas coloquei uma abaya preta e saí andando pelas ruas. Entrei em um taxi e disse ao taxista que estava escapando da escravidão e implorei que me ajudasse. Ele ajudou. Ligou para o meu irmão e pediu que arranjasse um dinheiro. Meu irmão conhecia um motorista em Mosul, em quem ele confiava, e pediu que ele me levasse até Badush, onde ele me resgataria. Fui levada à Peshmerga [soldados curdos] e fui libertada. Minhas duas irmãs e meus dois irmãos ainda estão sob domínio do EI"
Dio, 20 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: oito meses "Eram 11 horas da manhã quando o Estado Islâmico invadiu nossa vila — nós estávamos almoçando. Entraram em nossas casas, nos agarraram e nos levaram para a escola. Separaram homens, mulheres e meninas. Nós não sabíamos o que aconteceria com os homens, não sabíamos que matariam todos eles. Fomos levadas a Tal Afar com outras garotas. Os militantes do EI viriam à casa selecionar meninas para que os satisfizessem e que fossem levadas com eles"
Muna, 18 anos, analfabeta De Kojo, no Sinjar Data de captura: 15/08/2014 Tempo de cativeiro: quatro meses "O Estado Islâmico me forcou a ir com eles, quando estava em Tal Afar. Disseram: “Se você não vier, nós vamos decapitar seus dois irmãos”. Então fui para Mosul com um homem. Eu trabalhei como escrava para sua família, e fui forçada a me converter para o Islã. Mesmo tendo uma mulher, ele me estuprava continuamente. O Estado Islâmico ainda tem cinco membros da minha família sob domínio e eu não sei nem mesmo se eles ainda estão vivos" 

De acordo com informações do Daily Mail, a execução — que não teve imagens divulgadas — foi realizada aos olhos do público, em um centro de comando do grupo em al-Shora, no Iraque (Foto ilustrativa)

  • r7internacional
  • estado islâmico
  • sinjar
  • massacre
  • mulheres
  • tortura
  • terror

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.